CONHEÇA OS TIPOS DIFERENTES DE TAROT E SUAS ORIGENS HISTÓRICAS

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OS TIPOS DIFERENTES DE TAROT

Conheça os baralhos mais famosos do mundo, suas diferenças e importância
A cada ano, mais de 100 baralhos novos chegam às lojas de todo o mundo. São versões de baralhos antigos, criações artísticas a partir de baralhos conhecidos ou mesmo um oráculo totalmente diferente daquele que conhecemos por Tarot. Mas você já se perguntou por que são tantos? Qual é a diferença entre eles? Ou se existem os melhores e os piores nesta lista interminável?

TODO TAROT TEM 78 CARTAS

Aliás, o que deve ficar bem claro é que Tarot é todo conjunto de 78 cartas que se divide em dois grupos: os 22 Arcanos Maiores e os 56 Menores , sendo que 16 desses são as quatro cartas das quatro Cortes - Paus, Copas, Espadas e Ouros. Essa é a estrutura considerada tradicional, já que desde a Idade Média os maços eram comercializadas com este número específico de cartas.
No decorrer do tempo, com a divulgação massiva do Tarot enquanto instrumento de previsão, vários cursos introdutórios e formadores foram e ainda são oferecidos. Boa parte dessas atividades adota apenas os 22 Arcanos Maiores e deixa de lado os 56 Menores, como se essa nomenclatura diminuísse a importância deles. Independente de serem usados os Menores ou não, de acordo com a dificuldade de memorização ou de combinação que possa surgir, para que o oráculo seja considerado Tarot, ele deve ter necessariamente essas 78 cartas - nem uma a mais e nem a menos.

OS DIVERSOS TIPOS DE TAROT

Os primeiros baralhos de Tarot de que se tem notícia datam do século XIV, quando a produção era bastante simples, já que a tecnologia do período renascentista em diante, até o século XVIII, permitia a impressão com apenas algumas cores. No século XIX, com o avanço dos processos gráficos, novas versões dos antigos baralhos acabaram sendo desenvolvidas, publicadas e popularizadas. Novos artistas, novas impressões e novas possibilidades de interpretação que abriram as portas do mercado editorial. Entretanto, apesar de tantos baralhos disponíveis no mercado, é importante frisar que a estrutura clássica se mantém na maioria deles.
Dentre os mais variados tipos de Tarot disponíveis no mercado, citamos quatro dos mais importantes da literatura esotérica e mais usados de todos os tempos.
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TAROT DE MARSELHA

Conhecido no mundo inteiro, o Tarot de Marselha é um dos baralhos mais antigos e ainda hoje usados. Embora não se tenha documentos que atestem sua existência antes do século XIV, é dito que o provável berço do Tarot de Marselha seja o norte da Itália, logo introduzido na França, especificamente no sul, onde passou a ser copiado e comercializado como um instrumento lúdico. Suas imagens são medievais, assim como suas cores primárias, devido aos recursos gráficos da época. 

Sendo um baralho clássico, estrutural e conceitual, dele deriva a maioria dos baralhos de Tarot lançados desde o século XVIII. O Tarot Personare é uma versão do tradicional marselhês.
Fonte:http://www.personare.com.br/os-tipos-diferentes-de-tarot-m5501
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RIDER-WAITE TAROT

O Tarot mais vendido em todo o planeta foi concebido pelo ocultista inglês Arthur Edward Waite e executado por Pamela Colman Smith, escritora e prolífica ilustradora inglesa. O baralho completo veio a público em 1910, mesmo ano que seu livro, "The Pictorial Key to the Tarot", editado pela "Rider&Son" de Londres. Dentre todas as alterações que seus criadores fizeram na estrutura tradicional (como trocar de número os arcanos 8, "A Justiça" e 11, "A Força"), o grande efeito prático deste baralho está nas 40 ilustrações dos Arcanos Menores numerados. Onde se via apenas três taças no arcano "Três de Copas" dos baralhos tradicionais, no Tarot de Waite vemos uma cena de celebração entre três donzelas que brindam com seus respectivos cálices. Devido a essa inovação, com vários clones sendo desenvolvidos e comercializados, grande parte dos baralhos lançados até o momento recebem suas influências.
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Uma das personalidades mais polêmicas do universo esotérico que criou seu próprio Tarot foi o escritor e mago inglês Aleister Crowley. Entre 1938 e 1943, ele uniu forças à artista plástica Frieda Harris para compor as 78 cartas do seu baralho de Tarot, considerado por estudiosos como o legado de todo o conhecimento de Crowley. 

O Tarot de Thoth, também título de um livro publicado no ano de 1944, trazia descrições e correspondências dos arcanos com a Astrologia, poemas e hinos relacionados a cada uma das cartas e algumas sugestões de uso. O baralho é atribuído a Thoth, deus egípcio da escrita e do conhecimento, que dizem ter deixado um livro com todos os seus saberes. Embora muitos esotéricos até hoje acreditem que esse livro tenha dado origem ao Tarot, as pesquisas históricas descartam essa hipótese.

A repaginação arquitetada por Crowley e executada por Harris impressiona colecionadores e leitores de Tarot do mundo todo por suas associações entre imagens tradicionais e figuras mitológicas (como, por exemplo, "A Sacerdotisa", representada como a deusa romana Diana, protetora das virgens e grande senhora da caça). As nomenclaturas dos arcanos sofrem algumas alterações consideráveis, mas a mais marcante é a troca dos Pajens por Princesas, Cavaleiros por Príncipes e Reis por Cavaleiros. Essas mudanças fizeram com que muitos baralhos influenciados pelas associações de Crowley fossem concebidos e lançados com essas alterações, embora quase sempre a troca do Rei pelo Cavaleiro não se sustente. Os baralhos derivados dos de Waite e Crowley trazem comumente Reis, Rainhas, Príncipes (ou Cavaleiros) e Princesas (Pajens). Além das alterações estéticas que Crowley e Harris empreenderam com sucesso, os Arcanos Menores, com exceção dos quatro Ases, receberam títulos afinados aos seus respectivos atributos oraculares. Exemplos: O "Dois de Copas" é chamado de "Amor" e o "Cinco de Espadas", de "Derrota".


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TAROT MITOLÓGICO


O Tarot Mitológico foi desenvolvido pela astróloga americana Liz Greene em parceria com a taróloga Juliette Sharman-Burke e concebido pela artista plástica Tricia Newell. Desde o seu lançamento pela editora Fireside em 1986, o baralho é também um dos mais traduzidos e vendidos em todo o mundo. Adaptando as imagens medievais às diversas personagens e passagens da mitologia grega, até hoje se propaga a ideia errada de que este é o Tarot "mais fácil" para se aprender. Embora seja uma contribuição relevante ao universo artístico do Tarot, nenhum profissional que pesquisa a história e a simbologia do oráculo sugere seguir à risca as associações oferecidas. Manter atrelados o arcabouço simbólico do Tarot e a profundidade de um mito acaba confundindo leigos e limitando tanto o oráculo quanto a narrativa grega. É um fenômeno de vendas que merece atenção e cuidado.

Apesar do rico simbolismo e das inovações destes baralhos que merecem igualmente longo e árduo estudo, pouca coisa muda em uma leitura, já que em essência eles preservam a estrutura tradicional do padrão marselhês. Tanto Waite quanto Crowley, às suas maneiras, foram fiéis aos atributos clássicos das cartas. O que realmente importa é o uso que se faz de determinado baralho. A única condição, como já vimos, é que um Tarot só é de fato um Tarot se possui os 22 Arcanos Maiores e os 56 Menores. Hoje, com o mercado cada vez mais amplo, é possível escolher o Tarot que melhor se adapta ao gosto visual do intérprete.

O Tarô Mitológico
Sonia Blota Belotti
Tarô Mitológico ou Tarô Mítico (The Mythic Tarot) foi criado por Juliet Sharman-Burke em co-autoria com Liz Greene, conhecida astróloga inglesa. As ilustrações das cartas ficaram a cargo de Tricia Newell.
The Mythic Tarot
Esse trabalho veio a público em 1988 e no mesmo ano ganhou uma versão brasileira, com tradução de Anna Maria Dalle Luche, publicada pelas Edições Siciliano.
Nada melhor, para começar, que algumas palavras das autoras retiradas da introdução do livro O Tarô Mitológico, uma nova abordagem para a leitura do Tarô:
Existem duas alternativas para a abordagem das cartas do Tarô. A abordagem histórica, basicamente factual e concreta, e a abordagem psicológica, basicamente arquetipica. Com a primeira, podemos explicar — ou pelo menos tentar explicar — as origens e as primeiras intenções das cartas. A segunda, porém, conduz a uma questão de fascínio eterno, a psique, muito embora sejamos atualmente muito desenvolvidos do ponto de vista científico e dotados de conhecimentos bastante extensos.
No mundo da psique, as experiências não estão ligadas pela casualidade, mas pelo significado. Existem outros padrões, que não os concretos, operando dentro de nós e, a menos que possamos compreender alguma coisa sobre a psique, as estranhas coincidências das cartas do Tarô poderão se apresentar diante de nós como altamente assustadoras ou mesmo profundamente perturbadoras.
O livro O Tarô Mitológico com o jogo completo de 78 cartas pode ser adquirido
na loja virtual especializada em tarô e parceira do Clube do Tarô: www.simbolica.com.br
As ligações entre os fatos de nossa vida cotidiana e o Tarô não existem porque as cartas sejam mágicas, mas sim porque há um significado associado.
É o que queremos dizer com o nascimento, a morte a puberdade enquanto experiências externas e internas. Deparamo-nos com essas experiências em diferentes níveis e em diferentes momentos da vida e dessa maneira haverá sempre uma carta do Tarô que poderá descrever cada uma delas e que irá aparecer misteriosamente num jogo, sem qualquer motivo aparente, num momento em que estejamos experimentando, talvez interiormente, aquela situação arquetipica. Dessa maneira, a forma como o Tarô opera com relação à previsão nada mais é de que uma espécie de espelho da psique.
A natureza arquetipica das imagens aciona um reflexo no intérprete que vislumbra uma situação talvez desconhecida, uma espécie de insight, em relação ao consulente, revelando aparentemente coisas
The Mytic Tarot
que não poderiam ocorrer ou aparecer em nenhuma outra circunstância racional. É por essa razão que a clarividência ou outras manifestações paranormais não são pré-requisitos para um leitor sensível, mas representam na verdade a conscientização dos padrões arquetipicos ou as correntes de forças que atuam em nossa vida e que são refletidas pelas imagens das cartas do Tarô.
Os arcanos maiores
Os arcanos maiores nesse tarô compõem uma série de imagens que descrevem diferentes estágios de uma viagem.
É a viagem do Louco que é a primeira carta da seqüência e, portanto, não tem número.
O Louco
Trata-se da viagem da vida que todos os homens fazem desde o nascimento, onde percorrem uma infância protegida, representada aqui pelas cartas do Mago, da Imperatriz, do Imperador, da Sacerdotisa e do Hierofante; passa a seguir por uma adolescência conflituosa, aqui representada pelas cartas dos Enamorados e do Carro.
Caminha, a seguir, pela maturidade com seus desafios, perdas e tomadas de decisões, que podem ser representadas pelas cartas da Justiça, da Temperança, da Força e do Eremita
Em momentos importantes atravessamos crises, perdas e súbitas mudanças de vida representadas pelas cartas da Roda da Fortuna, do Enforcado e da Morte.
Segue-se o despertar para a transformação, num confronto consigo mesmo representado pelas cartas do  Diabo e da Torre,  até chegar
à realização do objetivo, representado aqui através das cartas da Estrela, da Lua e do Sol.
O Sol, por sua vez, conduz o homem para uma nova viagem, antes fechando o ciclo através das cartas do Julgamento e do Mundo.
Os símbolos dos arcanos maiores dão mais sentido à vida, pois muitos outros antes de nós já passaram por isso e ultrapassaram os obstáculos.
Nenhuma das 22 cartas pode ser considerada totalmente positiva ou totalmente negativa, elas devem ser consideradas etapas mais fáceis ou mais difíceis dependendo do tipo de experiência e do investimento de energia que estamos dispostos a oferecer para esse processo.
Esta viagem é um processo dinâmico e deve ser considerado como um espiral com estágios que podem passar pelo mesmo tema, mas sempre com um nível mais alto de amadurecimento em relação a ele.
O Mundo
Os arcanos menores
Os quatro naipes do tarô simbolizados pela taça (copas), pelo bastão (paus), pela espada(espada) e pelo pentáculo (ouro) descrevem as histórias mitológicas nas quatro dimensões ou esferas da vida.
Na filosofia grega se acreditava que todas as coisas manifestadas eram feitas através dos quatro elementos. Nesse caso o naipe de copas (taça) corresponde ao antigo elemento água e ao mundo dos sentimentos, o símbolo da taça sempre esteve relacionado com o coração. O naipe de paus (bastão) corresponde ao antigo elemento fogo que a tudo transforma sem ser alterado, e está ligado ao fazer e à criatividade. O naipe de espadas corresponde ao antigo elemento ar e está relacionado ao poder ambivalente da mente e do pensamento. O naipe de ouros (pentáculo) corresponde ao antigo elemento terra, a experiência do corpo e ao dinheiro.
De um modo geral, os naipes ou elementos desdobram em detalhes e em um nível pessoal maior, a viagem arquetípica retratada pelas 22 cartas dos arcanos maiores.
Cada naipe focaliza em detalhe um aspecto daquele ciclo maior.
Ás de Copas
Três de Copas
Seis de Copas
naipe de copas conta a lenda de Eros e Psique, uma aventura especifica da evolução e o amadurecimento dos sentimentos.
Dez de Copas
Rainha de Copas
Rei  de Copas
Os desenhos do naipe de copas mostram desde um amor idealizado, uma projeção de paixão irreal, a passagem por muitas provações e dificuldades até que esse amor possa ser humanizado e compartilhado com as pessoas ao redor.
Ás de Paus
Três de Paus
Seis de Paus
O naipe de paus conta a história de Jazão e os Argonautas em busca do Velocino de Ouro, uma aventura que gira em torno da imaginação do homem e do quão longe ele consegue chegar em nome dos seus ideais.
Nove de Paus
Cavaleiro de Paus
Rainha de Paus
Os desenhos do naipe de paus mostram um Jazão inexperiente aceitando uma missão difícil, a sucessão de aventuras sem descanso, o impulso sem racionalidade de se lançar às coisas e não pensar a respeito delas, a competição e a ambição e, por fim, o equilíbrio entre a liderança e a realidade das suas próprias forças.
Ás de Espadas
Dois de Espadas
Cinco de Espadas
naipe de espadas fala da história de Orestes e a maldição da Casa de Atreu, lenda fúnebre repleta de conflitos e derramamento de sangue que ilustra um momento da viagem do louco cheio de turbulências, brigas, mas também de criatividade: a capacidade da mente humana de criar o bem e o mal.
Dez de Espadas
Rainha de Espadas
 Pagem de Espadas
Os desenhos do naipe de espadas se iniciam com um crime depois com grandes mudanças na vida de Orestes pelas batalhas que tem de travar, pelo medo das coisas que deve encarar e a sabedoria de discernir entre o saber quando agir e quando se preservar. O final do ciclo é saber usar os atributos das estratégias da mente em sua forma mais perfeita.
Ás de Ouros
Dois de Ouros
Cinco de Ouros
naipe de Ouros conta a história de Dédalo, escultor e artesão que construiu o labirinto do Minotauro. É uma lenda sutil e seu herói tem muitas nuances, pois é, na realidade, um misto de vilão e de homem bom. Esse mito retrata os problemas e as vitórias que o homem consquista ao lidar com fracassos e recompensas.
Oito de Ouros
Pagem de Ouros
Cavaleiro de Ouros
Os desenhos das cartas começam com o naipe de ouros. Dédalo no inicio de sua ascensão, quando desenvolve suas habilidades, saboreia os primeiros frutos do seu trabalho, começa se prender demais ao seu dinheiro até que perde tudo que juntou e tem de descobrir novos talentos para sair dessa crise.
dez.07
Contato com a autora
Sonia Belotti www.teias.com.br
Outros trabalhos seus no Clube do TarôAutores
Mais estudos sobre o Tarô Mitológico
O caminho do amor - as cartas de Copas no Tarô MitológicoTiti Vidal apresenta uma síntese do mito de Eros e Psiquê: As cartas de 1 a 10
Do Ás ao 10 de Paus no Tarô MitológicoGeraldo Spacassassi faz um estudo didático das cartas do tarô mitológico e de sua equivalência no Baralho Lenormand: O naipe de paus
Tarô Mitológico - relato pessoal. O tarólogo Geraldo Spacassassi conta a história do seu encontro com o tarô de Juliet Sharman-Burke e Liz Greene: O presente de um amigo
atualização: set.13
O livro O Tarô Mitológico com o jogo completo de 78 cartas pode ser adquirido
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AFINAL, QUAL É O MELHOR?


A constante remodelagem do Tarot deve ser encarada como um avanço tecnológico, um advento artístico e também um filão editorial, já que são praticamente infinitas as possibilidades de criação a partir da estrutura tradicional. O que é difícil é resistir aos mais variados temas e estilos, já que alguns oferecem cores fortes e traços mais agradáveis que outros. Porém, independente da beleza ou da sofisticação das imagens, a verdade é que todo Tarot funciona com bastante êxito se houver longo e árduo estudo de seus símbolos e verdadeiro respeito às suas imagens. O prudente é sempre optar por um profissional que siga a estrutura tradicional, como é o caso do Tarot usado no Personare. O melhor Tarot sempre vai depender de quem o interpreta.

Entenda os diferentes tipos de tarot e seus aspectos

Durante séculos, o tarot vem sendo utilizado como ferramenta para prever acontecimentos futuros, porém, sua origem ainda é um mistério. Alguns acreditam que ele surgiu no Antigo Egito, outros alegam que vieram da Europa. Encontre aqui diferentes tipos de tarot e entenda seus aspectos.


Independente da sua origem, as 78 cartas do baralho e todos os tipos de tarot têm uma capacidade incrível para desenvolver o autoconhecimento, sendo capaz de mostrar o que se passa no subconsciente dos consulentes.

Diferentes tipos de Tarot e suas características

Cada tarólogo usa um tipo de tarot ou baralho de acordo com seu dom e conhecimento para desvendar e orientar as pessoas.

O tipo de tarot mais famoso: Tarot de Marselha

Entre os diferentes tipos de tarot, o de Marselha é o mais famoso. Composto por 78 cartas, suas imagens são simples e poderosas, sendo esse um dos motivos de ser um dos baralhos mais populares.
Através da leitura das cartas do Tarot de Marselha, é possível desvendar segredos do nosso inconsciente, sendo uma ótima ferramenta para o autoconhecimento.

O Tarot de Crowley

Conhecido por ser um dos tipos de tarot mais elaborados da história, o Tarot de Crowley, ou Tarot de Thoth, foi projetado pelo influente ocultista britânico Aleister Crowley e ilustrado por Lady Frieda Harrys.
Diferente de outros, suas cartas rompem com a iconografia clássica e suas ilustrações são cheias de detalhes, sendo acompanhado por cores fortes e vibrantes. Essas cartas são profundamente bem elaboradas e extremamente difíceis de serem interpretadas.
Esta técnica é muito usada para revelar mensagens ocultas de nossas vidas e proporcionar uma visão mais ampla das pessoas que te cercam.

O Tarot Egpício

O Tarot Egpício é um poderoso oráculo para quem busca orientação para uma decisão importante, pois através da sua leitura é possível prever acontecimentos futuros e obter respostas diretas para questionamentos objetivos.
Outro motivo que leva as pessoas a se consultarem com o Tarot Egpício é que a técnica estimula seus consulentes a encontrarem respostas dentro de si mesmos.

Outro tipo de tarot ilustrado com anjos: Tarot dos Anjos

O Tarot dos Anjos é composto por 72 cartas ilustradas com fotos de anjos. Cada carta tem um significado que pode trazer mensagens que orientam o consulente sobre como enfrentar problemas e melhorar seus relacionamentos.
Então, se está se perguntando por qual caminho deve seguir na resolução de um determinado problema, saiba que o Tarot do Anjos pode te oferecer a orientação que você precisa.
Fonte:https://www.astrocentro.com.br/blog/tarologia/tipos-de-tarot/


O que é o Tarô
Constantino K. Riemma
tarot ou arcanos maiores e menores ou baralho ou cartas de jogar ou naipes e trunfos, consistem numa única e mesma coisa. Trata-se de um jogo de 78 cartas, que se difunde a partir da segunda metade do século 14, na Europa cristã, com iconografia cristã.
Não dispomos de registros históricos que indiquem alguma escola ou corporação de ofício que tenha criado esse conjunto ou feito adaptações de jogos tradicionais anteriores. Tudo indica que ganhou a forma que hoje conhecemos pelas mãos de artistas e artesões que tinham conhecimentos e habilidades adquiridas entre os edificadores dos palácios e igrejas no período pré-renascentista, bem como suas pinturas, imagens e vitrais.
É importante lembrar, do ponto de vista histórico, que existe um exemplar de baralho com 52 cartas, anterior às versões que hoje conhecemos. Trata-se do baralho Mamlûk, utilizado pelos guerreiros mamelucos e que, evidentemente, tiveram suas cartas copiadas pelos impressores europeus. Continua uma incógnita, até hoje, quais foram os autores dos 22 trunfos (arcanos maiores) agregados ao modelo do baralho mameluco.
Cartas de Jacques Viéville, 1650.
Trunfos ou arcanos maiores.
Tarô de Jacques Viéville - 1650
Cartas de jogar no século 20.
Naipes ou cartas ou arcanos menores.
Baralho de meados do séc. 20
Dada sua origem anônima, isenta de instruções e regras dogmáticas, esse jogo de cartas deu margem a incontáveis fantasias e re-invenções mais ou menos arbitrárias. Desde seu aparecimento foi utilizado por nobres e plebeus, para jogos, passatempos e, ao que tudo indica, como instrumento de mancias.
O cenário imaginativo que cerca o Tarô, profuso e contraditório, confunde o iniciante interessado em compreender sua linguagem simbólica. Esse jogo maravilhoso, portanto, representa um real desafio para o estudo.
Se dependêssemos, por exemplo, apenas dos dicionários para saber o significado do Tarô, teríamos informações muito pobres e distorcidas. O Aurélio é lacônico: "Tarô. Coleção de 78 cartas, maiores que as do baralho, de desenho diverso, usadas sobretudo por cartomantes". Essa definição revela o desconhecimento de que "tarô" e "baralho" vêm da mesma fonte e, também, de que as 78 cartas não ficam apenas em mãos de cartomantes e são objeto de estudos simbólicos e aplicações terapêuticas, de elaborações de pintores e artistas gráficos.
Os dicionaristas esqueceram, ainda, de informar que a parte do tarô, que constitui o baralho comum, é também utilizado por cartomantes e, igualmente, como fonte de lazer nos lares, nos clubes e cassinos. São produzidos no mundo todo e movimentam milhões de dólares.
O dicionário Houaiss oferece um pouco mais: "Tarô. Conjunto de 78 cartas de baralho (também ditas lâminas) ilustradas por figuras simbólicas e usado para supostamente predizer o futuro e conhecer o que, no passado ou no presente, se encontra velado. O baralho é constituído de 22 arcanos maiores e 56 arcanos menores". Neste caso, os dicionaristas desconheciam que, na prática vigente até hoje, grande número de cartomantes utilizam o baralho comum e não as versões mais caras e variadas conhecidas como "tarô".
Arcanos Maiores no Tarô de Marselha - Camoin
O Louco, 1. O Mágico, 4. O Imperador, 6. Os Enamorados e 19. O Sol.
Arcanos Maiores do Tarô de Marselha, Editora Camoin
Para continuar nessa linha genérica de definição, podemos esclarecer que:
os 22 trunfos ou arcanos maiores são numerados de 1 a 21 e um deles, O Louco, não recebe número na maior parte dos baralhos;
as 56 lâminas, atualmente denominadas arcanos menores, constituem cartas de jogar do baralho comum e se subdividem em:
 – quatro naipes ou séries: PausOurosEspadas e Copas – cada um deles com 10 cartas numeradas de 1 a 10, com desenhos que tornam os significados simbólicos mais abstratos que os dos “arcanos maiores”, num total de 40 cartas;
As cartas numeradas do naipe de Copas
Ás, Dois, Três... Nove e Dez de Copas.
Arcanos Menores no Tarô de Marselha, Ed. Grimaud
 – quatro figuras: Rei, Rainha, Cavaleiro e Valete – mais parecidas com as dos “arcanos maiores”, também repetidas em quatro naipes, num total de 16 cartas. São também conhecidas como cartas da corte.
Valete de Ouros no Tarot Visconti Sforza - 1450     Cavaleiro de Ouros no Tarot Visconti Sforza - 1450    Rainha de Ouros no Tarot Visconti Sforza - 1450    Rei de Ouros no Tarot Visconti Sforza - 1450
Valete, Cavaleiro, Rainha e Rei de Ouros no Tarô Visconti Sforza - 1450
Para acrescentar um simples comentário a essa descrição sumária do Tarô, podemos lembrar que os quatro naipes – PausOurosEspadas e Copas – correspondem aos quatro elementos tradicionais – FogoTerraAr e Água – representação simbólica das forças-qualidades constitutivas do universo, que aparecem na Astrologia, na Alquimia, na Cabala, nos textos sagrados, como é o caso do Gênesis, dos Evangelhos.
Ás de Copas no Tarot de Mitelli (1665)   Ás de Espadas no Tarot de Mitelli (1665)    Ás de Ouros no Tarot de Mitelli (1665)    Ás de Paus no Tarot de Mitelli (1665)
Os ases e suas correspondências simbólicas com os quatro elementos:
Copas (água), Espadas (ar), Ouros (terra) e Paus (fogo) no Tarot de Mitelli - 1665
Um sentido esotérico...
O Tarô pode, enfim, ser entendido como uma linguagem simbólica que traduz o cosmo em sua constituição e eterna mudança, em sua estrutura e dinâmica. Ele aparece na Europa, num momento em que várias escolas esotéricas e corporações de artistas, buscavam transmitir conhecimentos, não por palavras, mas por imagens que convidavam à reflexão, à investigação, para serem corretamente assimiladas. É o caso, por exemplo, dos mestres e praticantes da Alquimia, que produziram livros de gravuras, sem maiores comentários por escrito, conhecidos como Mutus Liber, ou seja, Livro Sem Palavras, livro mudo...
Os 22 arcanos maiores, entre outros significados possíveis, descreveriam as 21 etapas evolutivas que o homem – representado pelo Louco – pode percorrer em sua vida. O número 21 (= 3 x 7) também resulta da combinação de duas leis fundamentais do universo: a Lei de Três (“tudo, para existir, necessita de três forças”) e a Lei de Sete, ou Lei das Oitavas (“tudo se manifesta num processo de sete passos ou fases”).
Do mesmo modo que outros grandes sistemas simbólicos, o Tarô é apreciado como uma instigante fonte de inspiração e de aplicação em variadas situações e propósitos.
... e um sentido lúdico
Os registros históricos, a partir do século 14, mencionam a utilização das cartas apenas como fonte de lazer, em jogos e passatempos. Essa função lúdica permanece viva até hoje, pois o que chamamos de jogos de baralho ou baralho comum, é exatamente o mesmo conjunto que os escritores modernos denominam arcanos menores.
Para mantermos uma atitude aberta em relação ao Tarô é bom não esquecer que esse conjunto simbólico sobreviveu até hoje e se difundiu, não em razão do seu sentido mais profundo, mas pelo interesse que despertou como jogo de lazer ou de apostas a dinheiro e, também, como instrumento de cartomancia.
Tal como um verdadeiro Mutus Liber, o Tarô não veio acompanhado de normas ou dogmas, para ser utilizado obrigatoriamente deste ou daquele modo; todas as regras que hoje conhecemos foram inventadas posteriormente. Portanto, as normas e regras de utilização que lemos e ouvimos, as afirmações do que é certo ou errado, devem ser compreendidas de modo muito relativo e flexível. Os verdadeiros autores do Tarô, aqueles que sabiam do que se tratava, permaneceram anônimos e sem palavras. Ninguém, hoje em dia, pode se arvorar em autoridade para falar em nome dos mestres originais.
O Tarô permance um desafio em aberto. O que podemos fazer é nos associarmos para tentar decifrar os símbolos e ensinamentos que se ocultam sob o conjunto das 78 cartas. E para fugir aos erros da subjetividade, nada melhor que trabalhar em grupo, partilhar, colocar à prova nossas reflexões. É esse o propósito do Clube do Tarô.
Constantino K. Riemma - ckr@clubedotaro.com.br
Outros trabalhos seus no Clube do TarôAutores
Outros modos de ver e de aplicar as cartas
"Manual do Proprietário" do Tarô. Uma visão de conjunto, com informações simples e esenciais, que Constantino K. Riemma apresenta em seus cursos de iniciação : O jogo de cartas
O que é o Tarô. Um texto de Valéria Fernandes para explicar em termos bem compreensíveis os conjuntos das carta : Apresentação do Tarô
Plurilinguagem tarológica: bem-vindo ao caos simbólico! Comentários de Giancarlo Kind Schmidsobre as múltiplas e contraditórias formas de entender o tarô : Visões e Significados
Baralho - um coringa ao longo do tempo. Artigo de Marina Suassuna, muito bem pesquisado e publicado na revista Continente : Cartas na mesa! A apaixonante história do baralho
Modos & Estilos de utilização das cartas. Seção com dezenas de links para artigos que apresentam as múltiplas aplicações simbólicas e terapêuticas do baralho : Modos & Estilos
Atualizado: fevereiro.16
Para obter uma visão geral do baralho, de sua história e de
suas incontáveis aplicações e reinvenções siga os links abaixo :

Sugestões aos iniciantes no estudo do Tarô
Constantino K. Riemma
Para estudar os símbolos do tarô basta simplesmente ter interesse e reservar um tempo para leitura, tal como acontece em relação a qualquer outra área de conhecimento. Dispomos para isso de muitos livros publicados e de inúmeras linhas de abordagem divulgadas pela Internet.
O volume de informações é grande e uma questão inicial aparece: "por onde começar?" Se estivéssemos buscando por símbolos arquitetônicos, dependendo do grau de profundidade desejado, poderíamos recorrer às escolas de arquitetura, aos tratados técnicos e aos especialistas nessa área. Já no caso de artes informais, entre as quais se encontra o jogo de baralho, o cenário pode se mostrar disperso e contraditório.
Dificuldades iniciais
Quando se trata da astrologia e do tarô, que compreendem conhecimentos não organizados em padrões acadêmicos ou universitários, e cuja aplicação profissional não está sujeita a regulamentação oficial, a situação pode se mostrar embaralhada para quem deseja iniciar seus estudos. A vantagem da astrologia é a de se tratar de um conhecimento milenar que se mantém vivo até hoje, respaldado por incontável lista de sábios que registraram seus conhecimentos sobre essa arte-ciência. Embora a astrologia também seja utilizada de modo simplista em revistas e publicações populares, existem escolas respeitadas para transmitir o saber disponível.
Astrologia e Tarô
Tarô e Astrologia - diferentes fundamentos simbólicos
Já o tarô está longe do respaldo existente na astrologia, pois se trata de um jogo recreativo, sem tradição milenar e que apenas nos últimos dois séculos e meio passou a ser valorizado simbolicamente. Além disso, nos deparamos com uma mistura confusa de inúmeras linhas de abordagem das cartas, sem contar os aproveitadores da crendice popular que inventam de tudo para chamar atenção e que se passam por magos ou videntes.
Os primeiros passos
O que acabo de comentar não impede de encontrarmos estratégias simples para iniciar o estudo das cartas do tarô. Vejamos quatro indicações básicas.
1º - escolher um bom manual
Se o interesse de estudo for simples e direto — conhecer os significados das cartas para aplicar em tiragens e leituras — existem bons manuais de autores estrangeiros e brasileiros, como podem ser vistos na seção Livros & Autores. Entre eles destaco o Manual do Tarô de Hajo Banzhaf.
Se o interesse for pelo o conhecimento simbólico em profundidade, tenho em alta conta dois livros: Jung e o Tarô de Sallie Nichols e Meditações sobre os Arcanos Maiores do Tarô de Valentin Tomberg. Essas obras dispõem de material suficiente para meses e meses de reflexão e de intercâmbio entre companheiros de estudo.
É bom lembrar que o Clube do Tarô tem muito material para estudo, com acesso pelo Menu: | O Tarô | Baralhos & Galerias | Arcanos Maiores | Arcanos Menores | Aplicações-Tiragens. Nesse sentido o site constitui uma verdadeira biblioteca, com diferentes níveis de textos, que partem de artigos básicos com links para estudos de aprofundamento, sob vários pontos de vista, apresentados pelos diferentes colaboradores.
2º - aprender com quem sabe
Seja estudando manuais ou destrinchando o conteúdo do Clube do Tarô, daremos conta apenas das informações e significados. Já para a prática e para desenvolver o pensamento simbólico será sempre importante o contato direto com quem tem experiência. Ou seja, estude tudo o que puder em livros ou no site e, quando tiver oportunidade ou chegar o momento, procure tarólogos com prática para dar o segundo passo.
Como acontece com todas as habilidades humanas, desde cozinhar para a família até aplicar alguma técnica terapêutica, existem qualidades que ganham vida apenas pela transmissão direta daqueles que sabem realmente. É indispensável praticar sob a orientação de quem tem conhecimento e experiência acumulada.
Education (Chittenden Memorial Window) at Yale University
Educação: pesquisa-intuição e reverência-inspiração
Vitral de Louis C. Tiffany na Universidade de Yale - Estados Unidos
Para reforçar o significado da transmissão direta, podemos lembrar que no aprendizado tradicional da cartomancia, nada existe de formal ou apoiado em livros. As parteiras ou benzedeiras, as avós ou tias, ensinavam sua arte diretamente àqueles que estavam próximos e tinham assiduidade de contato. É pela convivência com as boas almas que a atitude correta de ajuda ao próximo e o cuidado na expressão ganham vida e se tornam esteios valiosos para a utilização das cartas do baralho.
3º - praticar com leveza
Uma atitude que pode ajudar muito o iniciante é praticar a utilização das cartas de modo despretensioso, como um verdadeiro aprendiz. O que mais atrapalha é ser engolido pela obrigação de virar adivinho, de surpreender as pessoas com revelações do outro mundo.
Um recurso que dá ótimos resultados e permite ganhar segurança crescente consiste em fazer leituras para amigos, colegas e conhecidos próximos. O clima se torna mais leve e estimula o estudo, permitindo-nos inclusive rever durante as jogadas o que dizem os manuais sobre o significado das cartas. "Pesquise o que desconhece e cuide para não cair na tentação de se fazer de doutor", dizia um velho mestre.
Tudo ficará mais fácil se o iniciante substituir a pressão de adivinhar pela disposição de estudar, de validar na prática o que está sendo mostrado pela cartas. E para isso é importante ouvir o nosso interlocutor, como de fato ele vive o assunto que esta sendo tratado na tiragem. A validação do significado das cartas virá pela vida real e não pela imaginação.
4 - utilizar técnicas simples
As tiragens complexas, como "mandala astrológica", "cruz celta", podem aumentar os embaraços do iniciante, pois a qualidade da leitura não depende de formatos pré-estabelecidos. O rigor e o acerto são estimulados quando o próprio leitor estabelece previamente a função de cada carta na tiragem. Essa e outras questões técnicas estão detalhadas em Aplicações & Tiragens e no texto de apresentação do Índice de tiragens. Para ir direto às técnicas simples veja, por exemplo, Tiragem por três.
Um bom exercício, que combina diferentes caminhos, é o de sortear uma carta toda manhã para retratar como será o transcurso do dia. No final do período, avaliamos como se passaram as coisas na realidade e comparamos com a carta. Esse exercício poderá ser muito revelador e ganhar força com a repetição. As conclusões obtidas em cada experiência também poderão ser comparadas com o que dizem os manuais ou os textos disponíveis no Clube do Tarô. Tais exercícios combinam prática, vivência direta e leitura, ampliando assim os conhecimentos sobre os significados práticos e simbólicos do tarô.
Os passos seguintes
À medida que estudamos e entramos em contato com tarólogos e cartomantes experientes vão se tornando mais claras as nossas afinidades com determinados estilos de leitura, assuntos colocados, níveis de compreensão. Esse processo de estudo e observação é indispensável para definirmos de modo natural a nossa própria linha de utilização das cartas e as formas mais adequadas para as tiragens.
O cuidado mais importante que devemos tomar é não nos aprisionarmos nas dezenas de regras arbitrárias que existem por aí: "Isso não pode", "Só pode ser assim", "Tem que cortar com essa mão", "Embaralhar assim"... Não passam de praxes discutíveis que nada acrescentam ao esforço de compreensão e de aplicação dos símbolos das cartas.
A seção Aplicações das Cartas e Tiragens oferece muito material para refletirmos sobre o problema dos formalismos que limitam a relação criativa com o tarô. Quem quiser ir direto ao tópico que sugere a atitude livre em relação às regras veja: Detalhes
É ótimo trocar experiências. O estudo das linguagens simbólicas mostra-se inesgotável e sempre nos encantam os segredos revelados pelo caminho.
Mais sugestões aos iniciantes
Alguns cuidados básicos apresentados por Constantino K. Riemma
Aprender tarô é mais fácil que você imaginaMarcos Alexandre responde a questões
Dicas fundamentais para uso do tarô, por Giancarlo Kind Schmid
Você tem medo de ler Tarot? Bia Gonzales comenta os temores comuns diante das cartas
Cuidados com o baralho. Relato de Jaime E Cannes sobre o modo de lidar com as cartas.
10 mitos em torno do Tarô. Balanço dos estereótipos e sugestões de Giancarlo Kind Schmid
Contato com o autor e responsável pelo site:
Constantino K. Riemma - contato-ct@clubedotaro.com.br
Outros trabalhos seus no Clube do TarôAutores
Edição: CKR – 30/01/2015
Revisão: Ivana Mihanovich


Origens do Tarô: referências históricas do séc. 14
Compilação de
Constantino K. Riemma
É para a Europa, especificamente o norte da Itália, que devemos nos voltar para encontrar as primeiras manifestações do jogo do 78 cartas que hoje conhecemos pelo nome de Tarot. E, a julgar pelos mais antigos exemplares conservados, as mudanças sofridas ao longo do tempo foram muito menores do que se poderia esperar: os quatro naipes conhecidos hoje são os mesmos dos jogos italianos desde sempre: Copas, Espadas, Paus e Ouros. Além das dez cartas numéricas, as figuras são em número de quatro, para cada naipe: um rei, uma rainha (ou dama), um cavaleiro e um valete. Restam ainda 22 cartas especiais que, de certo modo, formariam um quinto naipe e que os documentos italianos denominam de trionfi (trunfos) e, os franceses, atouts, com o mesmo sentido de trunfo, ou seja, de cartas que se sobrepõem às demais.
Paralelos com a Alquimia, Astrologia, Sufismo, Cabala e Mística Cristã.
Cada um dos vinte e dois arcanos maiores do Tarô permitem paralelos com
Alquimia, Astrologia, Sufismo, Cabala, Mística Cristã...
Restaram inúmeras cartas de tarô pintadas à mão, do século XV. São os mais antigos legados históricos, que estão sob guarda de museus ou em posse de colecionadores.
Registros concretos
Não se sabe ao certo a origem das cartas do baralho tradicional. Nem se pode afirmar, com certeza, se o conjunto dos 22 trunfos ou Arcanos Maiores – com seus desenhos emblemáticos – e as muito bem conhecidas 56 cartas dos chamados Arcanos Menores – com seus quatro naipes – foram criados separadamente e mais tarde combinados num único baralho, ou se, desde seu nascimento, tiveram a forma de um baralho de setenta e oito cartas.
Tudo indica que as 56 cartas do baralho comum foram copiadas do jogo difundido entre os guerreiros mamelucos. Os autores da adição das 22 cartas, hoje denominadas "arcanos maiores" entre os tarólogos, permanecem desconhecidos.
Existe, no entanto, um ponto de concordância entre a maior parte dos estudiosos: raros imaginam que se trataria de alguma manifestação ingênua de “cultura popular” ou de “folclore”. Ao contrário, a abstração das 40 cartas numeradas, bem como as evocações simbólicas dos trunfos, permitem associações surpreendentes com inúmeras outras linguagens simbólicas. Sugerem uma produção muito bem elaborada, um trabalho de Escola.
Cartas do Tarot Visconti Sforza
Entre os mais antigos exemplares, encontra-se o célebre jogo pintado
para a família Visconti-Sforza, de Milão, que pode datar dos anos 1430-50.
Cartas do Tarot de Charles VI
De outro conjunto, conhecido por “Tarot de Charles VI”,
restaram 17 cartas, conservadas na Biblioteca Nacional de França,
que parecem datar da segunda metade do séc. XV.
A maior parte dos estudiosos considera os 22 trunfos – atualmente denominados "arcanos maiores" – uma criação do norte da Itália, como atestam as cartas do Tarot Visconti Sforza.
Já as dúvidas aparecem quando se trata do conjunto das cartas numeradas – atualmente conhecidas por "arcanos menores" ou "baralho comum" –, que teriam sido levadas pelos gurreiros mamelucos à Europa durante a Idade Média. Existem menções às "cartas sarracenas" em registros do séc. 14. Veja, por exemplo, o artigo: O Tarô Mamlûk.
A carta ao lado é do baralho sarraceno ou Mamlûk,
contemporâneo ou pouco anterior ao Visconti Sforza.
[Museu Topkapi de Istambul, réplica por Aurelia-Carta Mundi, Bélgica]
Anteriores às lâminas apresentadas acima, encontramos apenas referências a um “jogo de cartas”. É bastante citado, nos estudos de Tarô, o relato de Johannes, monge alemão de Brefeld, Suíça: “um jogo chamado jogo de cartas
Ás de Espada no Mamlûk Tarot, ou baralho sarraceno.
(ludus cartarum) chegou até nós neste ano de 1377, mas declara expressamente não saber “em que época, onde e por quem esse jogo havia sido inventado”. Sobre as cartas utilizadas, diz que os homens “pintam as cartas de maneiras diferentes, e jogam com elas de um modo ou de outro. Quanto à forma comum, e ao modo como chegaram até nós, quatro reis são pintados em quatro cartas, cada um deles sentado num trono real e segurando um símbolo em sua mão”.
Há outra menção, ainda no século XIV, embora não tenha restado exemplar algum das referidas cartas: nos livros de contabilidade de Charles Poupart, tesoureiro de Carlos IV, da França, existe uma passagem que declara que três baralhos em dourado e variegadamente ornamentados foram pintados por Jacquemin Gringonneur, em 1392, para divertimento do rei da França.
Variantes
Numa composição diferente, com 50 cartas divididas em 5 séries de 10 cartas cada, existem vários exemplares do jogo chamado Carte di Baldini (c. 1465), também conhecido comoTarocchi de Mantegna, nome de um um importante pintor do norte da Itália no séc. XV.
Cartas do Tarot de Mantegna
As 50 lâminas do Tarô de Mantegna (c.1465) têm um fino acabamento gráfico.
Suas 5 séries de 10 cartas, porém, não mantêm equivalência nem com seu
contemporâneo Visconti-Sforza, nem com o que hoje se denomina Tarô Clássico.
Alem de estruturas diferentes, exemplificada com o Tarô de Mantegna, existem inúmeros exemplos posteriores de acréscimo de cartas – como é o caso do I Tarocchi Classici – e também de cortes e supressões que acabaram por originar jogos reduzidos que se tornaram populares: Baralho Petit Lenormand, também conhecido como Baralho Cigano.
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Outros trabalhos seus no Clube do TarôAutores
Estudos históricos
Estudos dos símbolos da Europa Medieval que se estendem até o Renascimento são muito elucidativos para quem deseja compreender a essência do Tarô, em particular dos arcanos maiores:
A escada mística do TarôAndrea Vitali oferece um belo e consistente texto que remonta às fontes medievais – cristãs e alquímicas – dos trunfos ou arcanos maiores. Uma referência segura para quem busca os fundamentos simbólicos das cartas, traduzida por Leonardo ChiodaHistória
A possível história das cartas de jogarBete Torii amplia o exame da origem do baralho e estabelece nexo com outros jogos tradicionais. Foi esse o conteúdo de sua palestra na abertura da Jornada com os Arcanos Menores, promovida de agosto a novembro de 2010: Origem e sentido
O herético no TarôRicardo Pereira faz um levantamento das versões que cercam o surgimento do Tarô na Europa, a partir do Grande Cisma Cristão (1054), sua possível relação com os templários, movimentos esotéricos e as restrições clericais às cartas: O herético no Tarô
A Roda da Fortuna: princípio e fim do homem. Boécio e Ramon Llull, por Ricardo da Costa Adriana Zierer. Um belo estudo acadêmico de História Medieval que revela significados ancestrais do símbolo da roda: Fortuna
Na seção sobre Baralhos podem ser obtidos outras informações históricas sobre os jogos antigos: MamlûkViconti SforzaCharles VIMantegnaJean Noblet
Veja mais indicações em Pesquisas históricas e estudos sobre o Tarô
História Moderna
Estudos sobre readaptações das cartas e tendências modernas de abordagem do tarô
A estética do Tarô. Lívia Krassuski trata do movimento Aurora Dourada (Golden Dawn) e dos baralhos criados sob sua inspiração: Baralho Rider-Waite, de Arthur E. Waite, o Tarô Thoth, de Aleister Crowley e o Tarô da Aurora Dourada, criado por MacGregor Mathers. Em pdf, 13 págs., impressão em 7 folhas A4: Ler ou baixar
Tarô, uma ciência que merece estudo, por Cláudio Carvalho. Expõe uma percepção do tarô e emite critérios para estabelecer o que designa como uma "ciência tarótica". Formato pdf, 107 KB, 4 págs. tamanho A4: Ler ou baixar
Atualização: fevereiro.14
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Outros trabalhos seus no Clube do TarôAutores



As múltiplas faces do Esoterismo e o Tarô
Compilação de
Constantino K. Riemma
O jogo de baralho já circulava por volta de quatro séculos na Europa, com finalidade de lazer, quando começaram a ser divulgados os primeiros estudos sobre seus aspectos simbólicos ou esotéricos e suas possíveis ou imaginárias origens ocultas.
Apresentamos, a seguir, uma súmula sobre cada figura marcante nessa nova e crescente linha de abordagem das cartas, incluindo links para estudos de aprofundamento.
Court de Gebelin
Court de Gebelin
Court de Gebelin
A publicação por Court de Gebelin (1719-1784) de Le Monde Primitif analysé et comparé avec le monde moderne (O mundo primitivo analisado e comparado com o mundo moderno), em 1775, constitui um marco importante na história moderna do Tarô. O baralho passa a ser considerado não apenas assunto de jogos de lazer ou de adivinhação e ingressa no rol de interesse dos esotéricos e intelectuais a partir do final do século 18.
É de Gebelin o primeiro texto de que se tem notícias que oferece outras informações simbólicas sobre as cartas que vão muito além do receituário para a cartomancia popular.
O papel de Court de Gebelin na história mais recente do tarô é discutido no tópico sobre as origens do jogo de cartas : Tarô egípicio? e Hipóteses
Um bom artigo sobre Gebelin e seu papel na valorização esotérica e simbólica do tarô, foi elababorado por James W. Revak e traduzido por Alexsander Lepletier em Antoine Court de Gébelin: pai do tarô esotérico moderno : Antoine Court de Gébelin
Original, em francês, "Du Jeu des Tarots", p.365-410, vol.8, Monde primitif... no qual Court de Gebelin sugere uma origem egípcia para o tarô e discute o significado e aplicação das cartas : http://www.tarock.info/gebelin.htm
Etteilla - Jean-Baptiste Alliette
Etteilla, pseudônimo de Jean-Baptiste Alliette (1738-1791), também francês e contemporâneo de Gebelin, é outro nome de referência na história do Tarô, tanto pela divulgação do baralho quanto pelos livros que escreveu, Manière de se récréer avec le jeu de cartes nommées tarots (Maneira de se divertir com o jogo de cartas denominadas tarôs), em 1785, e pelo até hoje reeditado O Livro de Thoth, acompanhado das 78 cartas.
Etteilla não se prende aos aspectos simbólicos ou eruditos e se limita a apresentar um texto com indicações práticas que tiveram grande influência sobre os cartomantes da época, como foi o caso da conhecida e controversa Mademoisele Lenormand.
Etteilla
Etteilla
O Livro de Thoth - Tarô de Etteilla. Resenha do historiador Giordano Berti sobre o livro e o jogo com 78 cartas, agora disponíveis no Brasil: O livro e o baralho
Etteilla e o seu tarô egípcio é um dos tópicos preparados por Constantino Riemma sobre os baralhos temáticos surgidos a partir de 1791: “Grande Etteilla”
Etteilla, o primeiro tarólogo profissional. Biografia de Etteilla, elaborada por James W. Revak e publicada no site Villa Revak: www.villarevak.org/bio/etteilla_1.html. A tradução ao português foi feita por Alexsander de Abreu LepletierEtteilla, um tarólogo profissional
Etteilla e seu método divinatório. A primeira integração conhecida entre Tarô e AstrologiaElizabeth Hazel e James W. Revak apresentam a técnica de tiragem de cartas segundo a proposta de Etteilla, traduzida por Alexsander de Abreu Lepletier. Para aqueles que têm alguma familiaridade com os símbolos astrológicos, oferece muitos estímulos para aprofundar a tiragem também conhecida por "Mandala astrológica": 1. Histórico2. O Método de Etteilla e 3. Exemplo 
Mais franceses
Eliphas Levi
Autor respeitado, Eliphas Levi (1810-1875) foi um filósofo, esoterista, que se dedicou ao estudo dos símbolos e que deixou muitos seguidores. Seminarista da Igreja Católica Romana, artista plástico, seu nome verdadeiro era Alphonse Louis Constant.
Eliphas Levi
Éliphas Lévi
Em seu famoso livro "Dogma e ritual da Alta Magia" (1856), descreve o Tarô como uma síntese da ciência e chave universal da Cabala. Estabeleceu a correspondência entre as 22 letras do alfabeto hebraico, os 22 caminhos da Árvore da Vida – que ligam os Sephirot entre si – e os 22 trunfos ou Arcanos Maiores.
Ao invocar ao mesmo tempo a Cabala, a alquimia e a astrologia, bem como a tradição hermética, Eliphas Levi reiterava que o Tarô oculta os segredos dos antigos conhecimentos.
Eliphas Levi e Court de Gebelin são, de certo modo, dois marcos da profusão de publicações, irmandades e círculos esotéricos mais ou menos secretos que se espalhariam por toda Europa durante o século 19 e seguintes.
O Iniciado (ou O Recipiendário). Texto de Eliphas Levi em seu Dogma e Ritual da Alta Magia. Cap. I do 1º volume, em que trata da Unidade do dogma, da Disciplina e das qualidades exigidas do Adepto: A ciência que nos vem dos Magos
Éliphas Lévi, sacerdote, radical, mago. Biografia do ocultista francês que ressalta seu papel no renascimento moderno da magia como caminho espiritual e no desenvolvimento do tarô esotérico. Elababorada por James W. Revak e traduzida por Alexsander LepletierMago e tarólogo
Biografia de Éliphas Lévi. Reprodução de texto da Sociedade de Ciências Antigas com ilustrações recolhidas pelo Clube do Tarô: Eliphas Levi
Em seu Manifesto para o futuro do TarôNei Naiff focaliza os principais autores envolvidos com o Tarô, no período em que as cartas ganham novas histórias e um novo status: História do Tarô
História do esoterismo. Para compreender melhor o clima cultural da Europa nos séculos 18 e 19, e o surgimento de organizações ocultistas, consulte a tese de Rui Sá Silva Barros sobre esse período: Tomando o céu de assalto... 
Stanilas de Guaita
Outros nomes também se destacam nesse período efervescente, como é o caso de Stanislas de Guaita (1861-1897), fundador da "Ordem Kabalística da Rosacruz", que congregou muitos dos assim chamados "ocultistas" e "magos".
Oswald Wirth
Entre os estudiosos franceses desse período, muito próximo de Stanilas de Guaita, destaca-se Oswald Wirth (1860-1943), de origem suíça, autor de obras que se tornaram clássicas, como "O simbolismo hermético em suas relações com a alquimia e a franco-maçonaria", "O simbolismo astrológico" e, sobretudo, "O Tarô dos santeiros da Idade Média" (Le Tarot des imagiers du Moyen Âge).
Embora muitos autores queiram atribuir a Wirth a primeira tentativa de conceber e editar um Tarô especificamente esotérico, conhecido por Tarô Oswald Wirth, a série que idealizou e desenhou, em 1889, é visivelmente inspirada no no estilo do Tarô Clássico ou Tarô de Marselha. Além disso, ele ficou apenas na revisão dos arcanos maiores.
Oswald Wirth
Oswald Wirth
Nesse sentido, embora fosse maçom, seu trabalho não constituiu um "tarô maçônico", exclusivo, como alguns defendem, a menos que também se considere os desenhos dos antigos "cartiers" franceses, entre eles o jogo marselhês, como herdeiros dos antigos construtores das catedrais, o que aí, sim, seria cabível.
As imagens do Tarot de Oswald Wirth podem ser apreciadas numa das galerias do Clube do Tarô, onde são oferecidas algumas informações históricas sobre essas cartas: Galeria Wirth
Oswald Wirth trabalhou os agrupamentos dos arcanos maiores, oferecendo exemplos estimuladores para o estudo de combinações em pares, grupos e tétrades. Conheça sua visão de conjunto dos arcanos: Indícios reveladores
Flávio Alberoni, colaborador do Clube do Tarô, é um dos tarólogos que aplica a indicações dos pares dos arcanos, tal como proposto por Wirth. Veja exemplos de suas interpretações: Leituras
Quanto a idéia de um tarô maçônico, além da resenha sobre o Tarô de Marselha, dois textos de Jean-Claude Flornoy mencionam as vicissitudes das corporações de ofício: O Tarot de Jean Noblet (1650) e Tarôs de Jean Dodal e Jean-Pierre Payen (1701-15)
Papus - Gérard Encause
Papus
Papus
Já um outro francês, contemporâneo de Oswald Wirth, inspirado nos esboços egípcios de Eliphas Levi, arriscou-se num novo desenho do Tarô. Foi ele Papus, nome ocultista utilizado por Gérard Encause (1865-1917), médico francês, fundador e líder da "Ordem espiritual e maçônica dos Martinistas", autor do Tarot des Bohémiens (Paris, 1889), obra até hoje traduzida e publicada em várias línguas, inclusive em português.
O desenhos originais do Tarô dos Boêmios, elaborados por Jean-Gabriel Goulinat, apareceram apenas reproduzidas no livro, publicado em 1889 e revisto em 1911. As estampas ganharam o formato de baralho somente quando seus desenhos originais foram reproduzidos e coloridos, em 1981.
Embora seja muito mais popular que Eliphas Levi e Oswald Wirth, há estudiosos, entre entre eles P. Ouspensky, que apontam deslizes e generalizações indevidas em seus textos.
Papus, médico e mago. Um apanhado da vida e obra de Gérard-Anaclet-Vincent Encausse (1868-1916) e sua influência nos estudos sobre a dimensão simbólica do tarô. Texto de James W. Revaktraduzido por Alesander LepletierSua vida: estudante de medicina e de ocultismo
Papus e sua versão simbólica das cartas: O Tarô dos Boêmios
Nei Naiff tem algumas observações pontuais sobre Papus: Manifesto...
René Guénon
Na segunda metade do séc. 19 amplia-se a quantidade de escritores e publicações ligados ao esoterismo. Proliferam ordens, irmandades, sociedades, lojas, sob várias designações: rosacruzes, maçônicas, ocultistas, templárias, esotéricas, mágicas, secretas... Joio e trigo se misturam irremediavelmente.
No cenário contemporâneo e caótico, em que reina uma sintomática confusão entre o rito sagrado e a magia pessoal, entre o estar a serviço de algo mais alto e a busca de poder egóico, surge um pensador pontual e rigoroso diante das fantasias que continuam a proliferar no mundo moderno: René Guénon (1886-1951).
Sua experiência se diferencia em relação à maioria dos autores de seu tempo. Participou, durante sua formação, de várias escolas e passou por diversos ritos existentes na França. Teve, porém, a oportunidade de encontrar e de reconhecer outras fontes ligadas de modo mais direto aos ensinamentos tradicionais e soube propor uma clara distinção entre o sagrado e o profano, resultado de longos anos de trabalho.
René Guénon
Capa do livro
de D. Gattegno
René Guénon teve força e coragem para remar contra a maré e dedicou sua vida ao estudo e à transmissão do saber que se encontra além da ciência moderna.
A crise do mundo moderno, por René Guénon. Um estudo publicado pela primeira vez em 1927, mas que mantém uma inquietante atualidade em razão do agravamento dos indicadores apontados pelo autor: prevalência da quantidade sobre a qualidade, do profano sobre o sagrado, do poder pessoal sobre o servir. Tradução de Bete ToriiBaixar ou ler
Formato pdf com 495KB.   108 págs. 14x21cm, imprimíveis em 54 folhas tamanho A4.
Os símbolos da Ciência Sagrada. Quatro textos de René Guénon que tratam dos atributos fundamentais dos símbolos, que não podem ser confundidos ou reduzidos aos conceitos das ciências ou das psicologias modernas: Simbolismo tradicional 
Verdadeiros e falsos instutores espirituais. René Guénon oferece indicações para distinguir a verdadeira transmissão iniciática e os enganos e equívocos crescentes no mundo atual: Instrutores
René Guénon - dados biográficos, por Antonio Carlos Carvalho, tradutor do livro A crise do mundo moderno para uma edição portuguesa: Biografia
Os ingleses
Na esteira do que se passa no continente europeu, a Inglaterra é igualmente palco para personagens que incluem o Tarô em seus estudos.
MacGregor Mathers
MacGregor Mathers (1854-1918) obteve grande notoriedade e está associado ao ressurgimento do ocultismo e da magia na virada do século XIX. Ele adotou o nome "MacGregor" alegando ser uma herança das Highlands escocesas, embora nada confirme tal ligação.
Ligado a lojas maçônicas e a sociedades rosacrucianas, fundou com William Robert Woodman e William Wynn Westcott uma Ordem própria, a Golden Dawn ou "Aurora Dourada". Em seu livro "O Tarot: um pequeno tratado sobre a leitura das cartas", até hoje publicado e traduzido ao português, MacGregor Mathers propõe-se a dar aos seus leitores "uma idéia do profundo significado das cartas de Tarot e de como ele poderá ser utilizado para fins divinatórios".
Mac Gregor
MG Mathers
Arthur Waite
Waite
Waite
Entre os ingleses ligados aos estudos esotéricos e que se dedicaram ao tarô, Arthur Edward Waite (1857-1942) é um dos mais apreciados e traduzidos. Pesquisou em diversas fontes e escreveu vários livros, entre eles, The Key to the Tarot e The Holy Kabbalah.
Sob sua iniciativa e supervisão, um baralho de 78 cartas – conhecido como baralho Rider – foi desenhado por Pamela Colman Smith.
Esse baralho engrossa a tendência moderna de dar figurações aos Arcanos Menores, como recurso para traduzir de modo factual seus significados, o que acarreta, por outro lado, o empobrecimento simbólico.
O baralho de Arthur Waite Pamela Colman SmithGaleria das cartas
O Tarô de Arthur Waite & Pamela Smith é situado por Constantino K. Riemma, que focaliza alguns aspectos críticos desse baralho que acabou por se tornar uma referência para os re-desenhos modernos: O Tarô de Waite
O Tarô Rider-Waite, texto de Lívia Krassuski de apresentação do baralho e menções ao contexto no qual ele aparece, como é o caso do movimento Aurora Dourada (Golden Dawn)Introdução
Aleister Crowley
Ao lado dos estudiosos e autores que se dedicaram ao propósito de investigar as correspondências entre o Tarô e demais linguagem simbólicas, tornou-se conhecido um outro nome bastante controvertido: Aleister Crowley (1875-1947). Seus dons, embora reais, foram utilizados segundo seus críticos de modo banal e repleto de fanfarrices.
Foi ele quem inspirou Lady Frieda Harris a redesenhar as cartas do Tarô. Esse trabalho, de apreciável valor estético, se afasta por completo dos desenhos clássicos dos arcanos. O Tarô de Crowley só foi impresso pela primeira vez em 1971, com o livro The Book of Thoth.
Aleister Crowley
Aleister Crowley
O baralho de Aleister Crowley e Frieda HarrisIntrodução e Galeria
Galeria das cartas desenhadas por Frieda Harris para o baralho de Aleister Crowley:
Arcanos Maiores  |  Naipe de Paus  |  Naipe de Ouros  |  Naipe de Espadas  |  Naipe de Copas
Apresentação do Tarô de Crowley. Valéria Fernandes oferece indicações básicas sobre o Thoth Tarot desenhado por Frieda Harris: Um baralho com toque surrealista
O Tarô de Crowley-Harris ou Tarô de ThothCláudio Carvalho, apresenta e discute a história da elaboração dos desenhos: Explicação do baralho
Heavy Metal: A Ponte entre Crowley e o mundo da MúsicaSimone Gomes Omega discute as relações dos metaleiros com a aura polêmica de Aleister Crowley: Provas das influências
A própria bestaColin Wilson conta as peripécias, os poderes e a sombra de Crowley: O Oculto
Horóscopo de Crowley, análise dos astrólogos Elizabeth Nakata e Douglas MarneiMapa astral
Dois russos: estudos em profundidade
Entre os estudos muito importantes sobre os fundamentos simbólicos do tarô, alguns deles representam um verdadeiro desafio para os iniciantes. É o caso de dois autores russos – Mebes e Tomberg – produziram obras que vão muito além do esoterismo para consumo em feiras e bijuterias.
G. O. Mebes
O professor e esoterista russo Gregory Ottonovich Mebes morreu em campo de concentração do regime comunista.
O que nos restou de seus cursos foram anotações de alunos, portanto sem muitas explicações de detalhes para aqueles que desconhecem a simbólica da Árvore de Vida e não participavam diretamente do contexto prático em que Mebes realizava o seu trabalho.
Mebes está longe do papel de personalidade popular, mas deixou para a posteridade importantes estímulos para novas direções de pesquisa sobre as cartas ao estabelecer inusitados nexos entre símbolos cabalísticos e os arcanos maiores e menores.
Enigmas do tarô de G. O. Mebes, trabalho de Constantino K. Riemma que reune referências obtidas com estudiosos russos: Os tarôs de GOM na Rússia
Dados biográficos de Mebes, por Martha Pécher, tradutora dos livros de GOM para o português e publicados pela Editora Pensamento: Biografia
Galeria das cartas do tarô de Mebes, reúne as ilustrações originais do livro publicado na China, bem como restaurações e outros jogos por ele inspirados: 1. Cartas originais2. O Tarot Cabalistico de G.O.M. por Yeremyan-Ayvazians3. O Arcanos Maiores no Tarô de Vasily Masiutins,
El Tarot - Curso Contemporáneo de La Quinta Esencia del Ocultismo Hermético. Texto de Mouni Sadhu, que apresenta os 22 arcanos maiores do tarô tal como foram ensinados por Mebes em suas aulas. Esse texto está disponível na Biblioteca Digital.
Valentim Tomberg
Valentim Tomberg
Valentin
Tomberg
Outro nome que permanece afastado do espaço circence cultivado por algumas personalidades, mas que pode ser considerado como o autor mais consistente na indicação dos vínculos possível do tarô com diferentes correntes de ensinamento, é o de Valentim Tomberg, contemporâneo de Mebes e que conseguiu manter-se anônimo por algumas décadas.
Embora também dependamos de muito estudo para compreender todo o alcance das afirmações de Tomberg, o seu texto Meditações sobre os arcanos maiores do Tarô foi especialmente preparado para publicação e, dentro do possível, ele se mostra bem didático. Pode ser considerado como o ponto alto dos estudos sobre o Tarô.
Valentim Tomberg. Apresentação do livro Meditações sobre os 22 arcanos maiores do Tarô por Constantino K. RiemmaAnonimato e reconhecimento
O cenário nas Américas
Dada a receptividade do tarô nas Américas, muitos livros foram publicados com ampla diversificação de público e de propósitos. Na maior parte dos casos consistem em manuais de introdução e estudo prático das cartas. Não vieram à luz pesquisas e tratados como aqueles que foram elaborados por autores europeus. A notável exceção, nesse sentido, é o trabalho do argentino J. Iglesias Janeiro, autor de La Cábala de Predición e criador de um tarô egípcio que obteve grande aceitação e que foi reproduzido inclusive pela USGames, a importante editora norte-americana de baralhos.
Entre os norte-americanos destaca-se a figura de Paul Foster Case, que se vinculou a fontes européias de linha rosa-cruz e Golden Down, entre outras. Escreve um livro sobre o tarô no qual revê e redesenha as cartas de Waite.
Também podem ser encontradas muitas adaptações do baralho tradicional às múltiplas referências culturais que ganharam espaço no continente, como é o caso das tradições africanas, indígenas, e do cenário cigano. Tratam-se, porém, na grande maioria dos casos de edições dos próprios autores, com distribuição limitada.
Indicamos, abaixo, links para artigos, resenhas e produções artísticas produzidos nas Américas ligados ao tarô:
La Cabala de Prediccion, de J. Iglesias Janeiro, tratado sobre as práticas mânticas e que inclui o seu Tarô Egípcio, apresentado por Eduardo EscalanteResenha da obra
Textos completos do "O Tarot Egípcio da Kier" de J. Iglesias Janeiro traduzidos e compilados por Constantino K. Riemma:   Arcanos Maiores: 1-22 | Menores: 23-36 | 37-50 | 51-64 | 65-78
Paul Foster Case, dados biográficos compilados por Frater AEC, sobre o ocultista americano filiado a diversos movimentos esotéricos: O Tarô – uma chave para a Sabedoria das Idades
Os Arcanos da Era de Aquário – Henrique José de Souza. Resenha de Alexandre Domingues sobre os arcanos propostos pelo fundador da Eubiose: O Autor e seus arcanos
Galeria de jogos e criações artísticas no BrasilCartas e obras de arte nacionais
Cartas, lâminas, arcanos
No clima europeu do século XIX, em que o Tarô foi revalorizado pelos estudiosos de temas esotéricos, torna-se compreensível que seria bem recebida a troca de termos para designar as cartas e o baralho. De fato foi o que aconteceu a partir da publicação, em 1865, da obra "L’homme rouge des Tuileries" de Paul Christian, pseudônimo de Jean-Baptiste Pitois (1811-1877). Discípulo de Eliphas Levi, atribui-se a Paul Christian ter "inventado os termos lâminasarcanos para designar as cartas dos Tarots".
A partir da segunda metade do século XIX, tornou-se usual a utilização dos termos lâmina e, principalmente, arcano em substituição a carta.
Contato com o autor:
Constantino K. Riemma contato-ct@clubedotaro.com.br
Outros trabalhos seus no Clube do TarôAutores
Estudos sobre o esoterismo e o Tarô
A escada mística do TarôAndrea Vitali oferece um belo e consistente texto que remonta às fontes medievais – cristãs e alquímicas – dos trunfos ou arcanos maiores. Referência segura para aqueles que buscam os fundamentos simbólicos das cartas, traduzida por Leonardo ChiodaHistória
Escada de Jacó
O herético no TarôRicardo Pereira faz um levantamento das versões que cercam o surgimento do Tarô na Europa, a partir do Grande Cisma Cristão (1054), sua possível relação com os templários, movimentos esotéricos e as restrições clericais às cartas: O herético no Tarô
Tomando o céu de assalto – esoterismo, ciência e sociedade. 1848-1914 - França, Inglaterra e EUARui Sá Silva Barros apresenta o quadro cultural e social, de 1848 a 1914, durante o qual ocorreu uma grande difusão dos ensinamentos herméticos. Desse movimento resultou, em meio a múltiplos impactos, teorias que afetaram profundamente a compreensão contemporânea do Tarô. Texto completo de tese de mestrado em História, pela USP.
374 págs. 14x21cm, imprimíveis em 187 folhas A4. PDF com 1.532 KB: Baixar
Manifesto para o futuro do Tarô. Nesse texto Nei Naiff trata dos diferentes modos que as cartas têm sido utilizadas e repassa os principais registros históricos e autores, sob um olhar meticuloso e crítico. Uma boa ajuda para separar a história real e as fantasias: História do Tarô
Confira mais indicações em:Pesquisas históricas e estudos sobre o Tarô
Personalidades & famosos na história das cartas
Biblioteca Digital: Estudos de esoteristas sobre o Tarô

Fonte:http://www.clubedotaro.com.br/site/index.asp



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