OS TRÊS LOGOS E A SANTÍSSIMA TRINDADE

Pai, Filho e Espírito Santo; a Força Trina.

Os Três Logos e a Santíssima Trindade


    Para um espiritualista o início da Criação foi a Unidade. Um ponto que continha tudo
Uma criação feita em três momentos, em três fases distintas chamadas de “Logos”. Assim nasceu o que chamamos de Trindade.
   O primeiro Logos é o momento criativo. È a matéria virgem que contem tudo.  É a fonte de onde proviemos, a parte mais superior do nosso ser, é a nossa substância primordial. É enfim o nosso espírito. Neste primeiro momento o movimento, as Mônadas, as formas ainda não existiam.  Por isso quando eventualmente numa meditação alcançamos esta parte superior do nosso ser a chamamos de “O Grande Silêncio”. O Cristianismo chama esta nossa substância primordial de “Pai”.
 
Deus limitando-se a si mesmo para criar os três Logos.
 
   No segundo Logos, segundo momento da Criação, são criadas as Unidades de Consciência, a que chamamos “Mônadas” (que somos cada um de nós). Com elas, quando formos nos relacionar com o habitat que seria posteriormente criado para vivermos, poderemos chegar à Sabedoria, conhecer os mistérios divinos , todos os mistérios da Criação.  Aqui, já teremos que começar a distinguir a Consciência de nossa Mônada da nossa mente ( como explicarei mais adiante).
   Sendo a Mônada criada da substância primordial, do Pai, contem naturalmente todos os poderes latentes que a constituíam. Enfim, aqui temos explicada a frase: “Somos feitos à semelhança de Deus Pai criador”. O Cristianismo chama esta parte do nosso ser, o Segundo Logos, de “Filho”. A chamamos também de “Alma”.
   No Terceiro Logos, terceiro momento da Criação, surge então o universo formal, as formas que irão envolver as Mônadas, aquelas unidades de Consciência. Formas que passarão por um processo evolutivo através dos reinos minerais, vegetais e animais até as mônadas chegarem a ser envoltas numa forma humana. A Consciência da Mônada (que chamamos também de “Centelha Divina”) irá penetrar nossos corpos formais humanos, desde o chamado” Ponto Central de Nosso Ser”.
   Estas formas que envolvem as Mônadas, os seus corpos, obedecem também a grande energia da Trindade. Serão: físicos, emocionais e mentais. Vemos aqui então que a mente apenas percebe sensorialmente o habitat em que vive, não ultrapassa este limite. Não tem o percebimento dos mistérios da criação, não atinge à plena sabedoria como o pode fazer a Consciência da Mônada. Numa meditação fazemos então eventualmente o contato com nosso eu superior, através do Segundo Logos, da Consciência da nossa Alma, do Filho, tal como o disse Jesus: “Ninguém vai ao Pai a não ser através de Mim”. Referindo-se a ele mesmo como um representante do Filho, do Segundo Logos. Então, em meditação, jamais atingiremos o Pai através da mente, ao contrário, temos que ali transcender aos nossos três corpos inferiores, dos quais a mente é um deles.
   No momento do Terceiro Logos todo o universo formal manifestado é então criado. Por isso os espiritualistas costumam dizer que apesar dos cientistas dizerem que não acreditam em Deus, na medida em que  se dedicam a estudar o universo manifestado ,estão, sem o saber,estudando a Deus em seu terceiro aspecto: O universo formal.
   Esta grande força criativa da Trindade está também presente em nosso desenvolvimento social e religioso, tal como nos afirmou Hermes Trimegisto na antiguidade: “Assim como é acima assim é abaixo”. Caminhamos sempre sob a tutela desta força trina.
 
Pai, Filho e Espírito Santo; a Força Trina.
 
   A religião indiana busca o Pai. Com suas interiorizações nos trouxeram esta maravilha que é a meditação. No entanto, observamos que amiúde fazemos com ela um erro: A alienação, a desvalorização e o desligamento dos valores do plano físico em que vivemos.
 As religiões cristã, islâmica e judaica dedicam-se a energia do Segundo Logos, do Filho. Representam o relacionamento ético entre as mônadas. Seu erro é o grande rigor que às vezes requerem de seus adeptos, principalmente no que se refere a seus vestuários, participação em festas etc.
   As religiões de cunho egípcio, africanas, atuam com a força do Espírito Santo. O Terceiro Logos, a forma, a matéria, o externo. Então vemos predominar nelas a magia. Trazem-nos amuletos, oferendas, ervas etc. Naturalmente recursos que a natureza coloca a nosso dispor para nos auxiliar. Porém, seu grande perigo é achar que todos os nossos problemas podem ser resolvidos apenas pela magia, sem a preocupação da vigia de comportamento sobre nós mesmo, como nos pede o Segundo Logos.
   Observamos que os ciclos civilizatórios obedecem também à força da Trindade. Já passamos pelo ciclo do Pai (o Patriarcado), pelo ciclo do Filho e agora estamos no ciclo do Espírito Santo. Sendo este a representação da nossa parte formal, do feminino em nós, desta força que tenta exteriorizar tudo, seremos por ela levados a manifestar, a concretizar por fim as doutrinas, os ideais que nos foram deixados pelos representantes das religiões do Segundo logos.
   Não só a nossa civilização segue a força da Trindade, como também nosso sistema solar ilumina e dá a vida ao nosso mundo através das três cores básicas de seu prisma de luz: Azul, amarelo e vermelho.
Quando nós espiritualistas: Eu sou Luz! Minha Mônada é Luz! Referimos-nos à força da Trindade nos atingindo através do prisma solar.
   A Trindade era um assunto muito estudado no Gnosticismo antigo. Para amenizar a atração que este estudo exercia nas pessoas, ou talvez por não querer interpretações errôneas sobre a figura de Jesus, a Igreja criou o dogma da Santíssima Trindade, que, em sendo dogma, não podia ser estudado sob pena de heresia. Assim tivemos por séculos este assunto posto de lado.
   No século XIX, a Cromoterapia foi rebuscar o que já havia sido estudado tanto na Gnose antiga como em outras escolas iniciáticas. Dedicou-se às propriedades destas três cores básicas, como elas atuam em nosso ser. Assim, desde então nos foi dito que a energia vinda de tais cores atinge nossas capacidades de ter Vontade, de adquirirmos Sabedoria e de termos Amor. Por esta razão é com estas cores, que representam nossas três principais capacidades, que trabalhamos em ritos e meditações espiritualistas.

Fonte:http://odespertardaespiritualidade.blogspot.com.br/2013/03/o-tres-logos-e-santissima-trindade.html




A Obra do Tríplice Logos

A Obra do Tríplice Logos
Palestra proferida por Fernando J. Gramaccini
Em 8 de fevereiro de 2002
A obra do tríplice Logos, de alguma maneira, é uma revisão da Teosofia como um todo porque ela abrange vários aspectos, conceitos e reflexões.
Eu vou apresentar a passos largos e vamos fazer algumas reflexões sobre esses conhecimentos todos. Eu falo muito de um exemplo que é muito forte para mim, dado por um dos autores teosóficos, que é a de um homem com um saco nas costas, com um fardo nas costas.
Se perguntássemos para ele: Para onde você vai? E ele responde: não sei; O que você carrega nesse saco? E ele responde: não sei; e por que você carrega esse fardo? E ele responde: também não sei.
A gente acharia que essa pessoa estaria bastante perdido no tempo e no espaço.
Se perguntarem para nós, por que nascemos, para onde vamos e que acontece quando morremos, a gente vai se encontrar numa posição bastante parecida. E aí cabe a cada um o seu entendimento da vida nos planos, de um modo geral, para que tenhamos alguma resposta.
A religião traz essa resposta numa forma de revelação; de forma alegórica muitas vezes. Por exemplo, Jesus nunca falou do inferno, do fogo do inferno. Ele se referiu foi que as almas que estivessem em certas condições elas arderiam como o fogo do Geena. Geena é um terreno nas imediações de Jerusalém onde se queimava o lixo da cidade. A história de diabo, satanás, céu e inferno, não são da teologia cristã – pelo menos de Jesus.
Então vamos falar um pouco da obra do Tríplice Logos e acabar concluindo qual é a nossa responsabilidade em toda essa história.
Bem, uma das coisas que nos intriga muito é o que é matéria. O que é espírito e o que é matéria. Essa pergunta é fundamental para que possamos entender a relação dos dois. A Teosofia mostra essa relação. Isso tudo que nós vamos falar também consta em algumas escrituras; a cabala fala disso e a Teosofia também.
Imaginem aqui numa parte do universo [desenhando e expondo no quadro]. O Logos Cósmico – uma macro-consciência que rege o universo como um todo – infunde na matéria fundamental, que é chamada em Teosofia de Mulaprakriti (prakriti matéria, mula fundamental).
Essa matéria é inerte. Não é uma matéria capaz de reagir como nós conhecemos a matéria que é hoje, com a reação de átomos, moléculas, etc. Esse Logos Cósmico infunde nessa matéria sua energia em forma de consciência, abrindo bolhas nessa matéria, preenchidas pela consciência do Logos Cósmico.
Então, o que são esses vazios? É a ausência de Mulaprakriti.
Ora, ela serve nada mais nada menos – essa matéria fundamental – como um suporte para a expressão do Logos Cósmico.
Essa é uma das interpretações da fecundação de Maria, a Virgem Maria – a matéria fundamental – pelo Espírito Santo. Isso de um ponto de vista mais profundo.
Do ponto de vista que nos interessa aqui, o que acontece com o Logos Cósmico, essa grande consciência universal? Ele se manifesta na matéria, infundindo sua energia em forma de consciência, abrindo essas bolhas chamadas bolhas no Koilon, ou bolhas na Mulaprakriti.
E aí, o universo todo fica permeado dessas bolhas e, numa certa região, um Logos que nós chamamos de Logos Solar – que nada mais é do que um reflexo do Logos Cósmico – separa uma região no universo, amealha todas essas bolhas que são pequenas e começa a trabalhar com elas.
Para termos uma idéia, vocês poderiam imaginar uma árvore, com as raízes e os galhos. Então, o Logos Cósmico seria a raiz de tudo, e tronco e galhos seriam Logos Solares.
Aí, o que acontece? Cada sistema solar que a gente observa no universo é a expressão de um Logos Solar. A mesma expressão de um Logos Cósmico de forma particular num determinado lugar do universo. Ele separa o espaço, assim como outros sistemas vão fazendo a mesma coisa; pega essas bolhas que foram fecundadas pelo Logos Cósmico e começa o chamado trabalho do Tríplice Logos.
Como que é esse trabalho? Esse trabalho consiste no seguinte [desenhando no quadro]:
Como se fosse uma costura, Ele pega essas bolhas e vai juntando sete bolhas por um fio de energia. Por sua vez, Ele pega uma dessas daqui [um agrupamento dos fios já trabalhados] e vai fazendo um tecido cada vez mais amplo. Aí pega esse [último] e vai fazendo outra cada vez maior…
Deu para entender? Ele pega sete bolhas, une essas bolhas com um fio de energia Dele – o Logos Solar – e vai multiplicando.
Aquilo que era antes individual, passa a ser múltiplo de sete. A primeira vez são sete bolhas. Depois são sete onde cada uma delas corresponde a sete dessas. Quando Ele faz isso, vai criando dimensões nos planos sutis da natureza.
Ele [desenhando no quadro] cria primeiro o plano divino, o plano monádico, depois o plano átmico, depois o plano intuicional, mental, astral (emocional) e o físico:  
Plano Divino
Plano Monádico
Plano Átmico
Plano Intuicional
Plano Mental
Plano Astral
Plano Físico
Ou seja, cada um desses planos, aqui seria aquelas sete vezes [apontando para cada um dos 7 planos]. Vai havendo uma densificação de bolhas, que vai desde o plano mais sutil até o plano mais denso. Vejam, isso tudo está interpenetrado.
O exemplo mais comum que se dá, é clássico, bastante antigo. Imaginem um tanque ou uma piscina vazia. Se a enchermos com, bolas grandes existirão espaços vazios entre elas; podemos jogar bolas menores, por exemplo, bolas de gude, e depois, no mesmo espaço, jogar bolinhas de chumbo, areia e finalmente água. Então no mesmo espaço, teríamos interpenetradas várias dimensões de matéria.
É dessa forma que os planos vem se densificando, estando tudo interpenetrado.
Não é uma prateleira! [se referindo ao desenho anteriormente feito]. Na realidade seria isso aqui [desenhando novamente no quadro]:
Isso aqui seria o plano divino, numa dimensão menor o monádico, até chegar ao plano físico, ou seja, quando você olha o sistema solar ele é a menor parte do sistema solar. O planeta mais longe que dá essa parte física do Sistema Solar ele tem na realidade uma parte muito maior astral, mental.
O Sistema Solar observado por um clarividente é muito maior do que o detectado pelos astrônomos.
Essa parte maior é toda preenchida pela matéria divina, no nível menor e mais denso, monádico, até ficar a Terra [juntamente com o Sol e demais planetas que constituem o Plano Físico]. E assim essa densificação vai até a formação do átomo ultérrimo sendo a base do que vem a ser o hidrogênio.
Para vocês entenderem o processo como um todo, é dessa forma que se chega ao átomo mais simples que é um próton e um elétron, o hidrogênio.
No começo do universo – no ponto de vista da astrofísica – o universo era só hidrogênio. Aí esse hidrogênio vai se combinando, formando estrelas. Essas estrelas, que são todas de hidrogênio, quando ela é menos que o sol.
O Sol é uma massa solar – que é uma base de medida na astronomia – de 10 a 33 g. É um absurdo o tamanho do sol, mas mesmo assim é uma estrela pequena na Via-láctea. Quando você tem uma magnitude de 0,28, portando 20% menos da massa do sol, não resulta em estrela, e sim planeta, pois faltam massa e temperatura interna para as reações termonucleares acontecerem; falta aquela massa de gás de energia própria para irradiar como estrela. Ele se apaga e fica um planeta. Mas de uma massa solar para cima resulta em estrela. Quando esse hidrogênio foi sendo formado, por vários e diferentes espaços, o universo ficou coalhado de hidrogênio e aí esse hidrogênio vai se condensando, por um processo de desequilíbrio gravitacional. Existiam massas de hidrogênio, elas começam a se atrair e vão ficando arredondadas.
Quando você olha para o Sol, observa que ele é uma esfera perfeita. Ele está em equilíbrio hidrostático. A temperatura interna aguenta a pressão dos gases, chegando num ponto de equilíbrio chamado ponto de equilíbrio hidrostático, em que a pressão dos gases é detida pela pressão da radiação que sai de dentro do Sol – ou de outra estrela. E aí começa a vida da estrela. A estrela vai transformando hélio em hidrogênio e você vai tendo com o tempo, hélio, hidrogênio e o hidrogênio se combina em carbono, até que você vai tendo camadas de elementos químicos mais pesados dentro das estrelas.
No caso do Sol, ele só consegue transformar hidrogênio em hélio, porque ele é uma estrela pequena, mas uma estrela bastante pesada ela vai transformando até o ferro. Quando chega no ferro, a estrela explode; é uma supernova, e dessa hora, num tempo muito rápido, se forma do ferro ao urânio. Então, na natureza – mesmo na Terra – todos os minérios são muito abundantes, mas do ferro até o urânio não. Isso em qualquer planeta. Porque essa fase de formação dos elementos mais pesados do que o ferro, é muito rápida, é a explosão de uma supernova como se chama.
Em 1.054 os chineses descreveram o que era [inaudível na gravação] . A explosão da estrela era tão grande que de dia a estrela que explodiu parecia uma lua cheia. Era o núcleo da estrela que explodiu.
Quando explode, a matéria é arremessada para todo o universo, já enriquecida. O universo fica contaminado com elementos mais pesados do que o hidrogênio.
Então, o Logos, essa consciência, vai preparando até o hidrogênio; os restos são forças do mundo material, do plano físico que transforma hidrogênio até o urânio. Entenderam? Eu fiquei um bom tempo para aprender isso aqui.
Alguém da platéia pergunta sobre a idade do Sol.
O Sol foi formado há 4 bilhões e meio de anos atrás e vai continuar como Sol por mais 4 bilhões e meio de anos. Quando ele preencher 9 bilhões de anos ele fica uma gigante vermelha, a gigante vermelha se expande, o sistema solar é todo vaporizado, perde-se tudo e fica um porte de estrela chamada anã branca, que depois de um tempo se apaga ficando uma estrela de carbono, bem menor do que o tamanho do Sol de hoje. Quando a estrela é muito grande ela explode. Quando ela explode é uma explosão catastrófica.
Bem, porque eu estou falando tudo isso? Para mostrar que existe um processo. E eu quero falar desses elementos químicos mais pesados.
Eu já comentei aqui que o Sol sendo uma estrela pequena, todos os elementos químicos mais pesados que o hidrogênio na Terra não vieram do Sistema Solar, ou seja, o Sol se formou numa nuvem de matéria entre hidrogênio e elementos mais pesados que foram produzidos por supernovas que estouraram antes do Sol acontecer.
Alguém da platéia pergunta se foi afirmado que o Sol é pequeno em relação ao universo.
Não. É em relação a outras estrelas. As estrelas mais pesadas são 60 massas solares. E as estrelas como o Sol, com a sua massa solar, é uma estrela pequena dentro de nossa galáxia. O Sol não é uma estrela grande. O que eu posso te dizer é que pelo menos 70% das estrelas estão abaixo de 60 massas solares. Estrelas de 60 massas solares são muito difíceis. Se uma estrela de 60 massas solares explode é um fenômeno extraordinário. Só que isso não ocorre todo dia. Numa vida de 9 bilhões de anos, para se pegar no momento em que se explode uma estrela é uma sorte tremenda. Se fosse uma vida de 10 anos veríamos pipocar estrelas todos os dias no céu.
Dando continuidade à exposição
Eu estava falando para vocês o seguinte: Como o Sol é uma estrela pequena, todos os elementos químicos que nós temos no Sistema Solar vieram de uma explosão de supernova antes do Sol; enriqueceu aquela matéria de elementos pesados e o Sol quando foi formar o Sistema Solar já tinha no seu reino, ferro até urânio.
Qual é a conclusão que nós chegamos? Todos os elementos químicos que eu tenho em meu corpo vieram de fora do Sistema Solar, ou seja, houve um trabalho todo universal. Esse trabalho que partiu do hidrogênio foi até o urânio e depois tem outros elementos, e numa certa região tinha hidrogênio, hélio, carbono, urânio, e o Sol começou a fazer aqui a sua estrela e fez a estrela já enriquecida. Só que esses elementos químicos não foram feitos pelo Sol, vieram de uma explosão de supernova, antes do Sol se formar, portanto, o ferro que corre no meu sangue, o cálcio que tem nos meus dentes e todos os elementos químicos que tenho em meu corpo foram importados do espaço interestelar. O nosso corpo, a matéria não é da Terra; vem de fora. Entenderam?
Bom, vocês estão sentindo, existe um processo. Mas agora vem uma segunda parte.
Os elementos químicos estão juntos, estão formados, mas o hidrogênio não reage com a água, com o oxigênio. Nós não temos água ainda. Está faltando alguma coisa.
Então, esse trabalho aqui, é o trabalho do Tríplice Logos. Primeiro Logos, Segundo Logos e Terceiro Logos, ou Pai, Filho e Espírito Santo, ou Consciência, Vida e Forma. Quem faz a matéria é o Espírito Santo. Para nós estarmos existindo agora o Espírito Santo, que é o Espírito … isso é tudo uma coisa só. Esse é o mistério da trindade, que quem comenta pela primeira vez, se eu não me engano, são os Caldeus. Todo o universo é trino. Nós também somos trinos, nós também temos Átma, Buddhi, Manas. Tudo que existe é trino. A nossa matéria não se desmembra, porque o Logos Solar continua ali fiel, mantendo a sua energia, prendendo tudo isso. Porque se o Espírito Santo falar, “dá um tempo que eu vou até ali e já volto”, isso aqui pulveriza da noite para o dia. Para vocês terem uma idéia, quando descobriram a bomba atômica, eles mexeram nessa energia aqui armazenada. Olha o que é que deu. Olha o que é uma bomba atômica. Então, quem mantém essa energia presa para obter o átomo de hidrogênio dessa forma é o trabalho do Espírito Santo, ou, do Terceiro Logos.
Muito bem, a matéria estava sem reagir. Não existia reação química. Até que o Segundo Logos – a Vida – se manifesta, e Ele começa a enriquecer tudo isso aqui. Isso chama a essência monádica. O Segundo Logos vai dando uma propriedade aos elementos químicos, para o hidrogênio reagir com o oxigênio, e se obter a água, para se poder formar moléculas.
Assim a matéria passa a ter forma através da vida. Está certo? A matéria estava feita, mas ela não produzia diferenciações. Quando se fala que Jesus Deus mandou seu Filho para a Terra é o Deus se fazendo homem. Ele mesmo se faz gente. O Filho não é separado do Pai, isso é alegórico, é a expressão de si mesmo. Deus se fez homem. Ele quis; isso do ponto de vista religioso. Então, Ele faz a mesma coisa – uma parte de si mantém energia – uma parte de se dissipa ??? (meio inaudível). A forma e a vida trabalhando juntas. E aí começam as mais possíveis reuniões – átomos e moléculas, até surgir a vida como nós conhecemos.
Então, primeiro surge o reino mineral. O reino mineral é um amontoado de elétrons e átomos. Eles vão reunindo nessas reações desde do mineral mais primário, que é um cascalho, até uma rede cristalina, que é um mineral mais evoluído.
Com relação a essa rede cristalina, por exemplo, todos os que estudaram devem se lembrar o que é cloreto de sódio. Você pega uma partícula de sal e a põe num microscópio e observa que todos os átomos estão a uma distância fixa e se você pega o sal de outro lugar e medir, vai verificar que a distância, medida em Angström, é a mesma. Isso é a evolução. Um cristal é a evolução máxima do reino mineral.
É a vida se expressando numa forma rudimentar de consciência. Porque os átomos estão todos organizados? Existe uma quantidade de consciência no reino mineral. Você não consegue ver tanto quanto no reino vegetal, mas quando você olha um cristal, aquela beleza do cristal comprando com uma outra pedra, você nota que lá existe uma harmonia e uma beleza.
Para a natureza tudo tem o mesmo valor. Quem dá valores diferentes são os homens, por causa da beleza, da aparência. Mas internamente o processo é uma coisa só, ou seja, você não pode falar que existe uma preferência do primeiro aspecto pelo rubi, pela esmeralda – tudo é uma coisa só; para nós que é diferente.
Depois do mineral começa a surgir o reino vegetal e aí é mais fácil perceber a consciência se expressar. Então as flores buscam o sol, as flores elas tem um processo de fecundação, existe a bipolaridade, a sexualidade, por assim dizer. Temos uma série de variações de plantas, de pequenas até as grandes plantas que são as grandes árvores, que são o resultado da mais pura evolução do reino vegetal.
Em seguida vêm os animais. Toda a vaga Divina animando a matéria e formando diferentes formas. Os animais já são organismos complexos, bem mais complexos que os vegetais. Os animais já tem uma forma de consciência bem mais aprimorada. Os animais domésticos são de fácil trato, a gente percebe um grau de percepção, inteligência, etc..
Cada um desses reinos evoluem conjuntamente com que é chamado de alma grupo.
O que é alma grupo? Se eu falo de alma grupo é porque tem alma individual. Alma grupo e alma separada. Ou seja, a alma grupo é composta por várias unidades, presas uma a uma pela mesma consciência. Vamos esquecer mineral e vegetal e vamos observar mais os animais. Considerando, por exemplo, uma alma grupo de cachorro, com 50 cachorros passando por experiências em diferentes localidades do planeta, todas as 50 unidades estão presas, a uma única consciência; o estágio de consciência particularizado em um animal está preso a uma alma grupo e quem toma conta é um anjo. Quando essa alma grupo vai evoluindo, toda experiência de um cachorro passa para os outros cinquenta.
Já se notou muito que existe uma mudança de comportamento nas espécies. No começo do século, por exemplo, era muito comum às galinhas morrerem atropeladas. Hoje não, elas param para os carros passarem. É a alma grupo que vai colhendo informações e como passa vai distribuindo para todos, da alma grupo. Essa alma grupo, conforme vai aumentando suas experiências – ela é incolor e cada vez vai ficando mais colorida – ela vai se separando.
Então, aquela que era de cinquenta, fica duas de vinte e cinco; a de vinte e cinco, fica uma de três e duas de doze (?); a de doze, duas de seis e duas de seis você tem uma alma grupo. Essa alma grupo fica três elementos. Aqui você tem uma alma grupo com três unidades, que são três cachorros em lugares diferentes. Só que são cachorros bem adestrados. Você fala e ele aprende; faz isso, ele olha para você e já se comunica de alguma forma.
É nessa hora que acontece a individualização dos animais. Essa alma grupo está numa matéria, que começa no mental concreto e aí vem as mônadas que não abordamos até agora.
Quando ocorre no universo a manifestação do Logos Cósmico e dos vários Logos Solares, uma multidão de mônadas são criadas, que nada mais são que a mesma consciência em estágios diferentes. O Logos Cósmico é uma macro-consciência, o Logos Solar é um reflexo daquela consciência, e as mônadas, atreladas a esses Logos Solares, tem um menor grau de expressão de consciência. Elas têm a mesma natureza que o Logos Cósmico e o Logos Solar.
Quando o Logos Solar vai fazendo esse trabalho, passando pelos reinos mineral, vegetal e animal, as mônadas – que são bilhões ao redor do Logos Solar – começam a manifestar a sua experiência, primeiro no reino mineral, vegetal e animal. Então, eu Fernando, nunca fui nem animal, nem vegetal, nem mineral, mas a mônada que anima o Fernando já passou por experiências mineral, vegetal e animal.
Então, essas mônadas que estão aqui, elas se projetam, inicialmente no reino mineral, passando aí uma eternidade, depois elas se projetam no reino vegetal e no animal.
Quando se tem só três unidades numa alma grupo, é a hora da individualização. Aquele animal está muito especializado. A mônada infunde uma energia extra e separa uma daquelas unidades das outras duas. Nesse momento acontece um processo muito forte que o Primeiro Logos dá uma parte de sua consciência para animar essa alma grupo. É a hora que se diz que o homem foi feito à imagem e à semelhança de Deus. É uma alma individual e agora o Primeiro Logos infunde a sua consciência na matéria.
Aí está preparado o corpo causal que vai ser a base do Eu Superior para começarem as evoluções no reino humano.
Fazendo uma retrospectiva da exposição, com uso do esquema desenhado no quadro:
Você está aqui com os planos Espiritual, Monádico, Átmico, Búdico, Mental, Astral e Físico. Você ficou com uma alma só aqui; uma unidade [indicando no plano físico]. O Primeiro Logos infunde aqui e aí isso vai permitir que esses átomos de cada um desses planos. Quando a mônada desce desses planos, ela forma um colar pegando um átomo de cada plano, que é o seu representante de seu plano. Até o reino animal eles estão com uma função relativamente dormente ainda. Quando tem a individualização do animal o que acontece é o seguinte: O que é Átma, do Plano Espiritual; o que é Buddhi, do Plano Intuicional e o que é Manas Superior, passam a formar uma unidade. Essa alma grupo, que foi vitalizada junta-se a Átma, Buddhi e Manas – esses três átomos que são espiritual, intuicional, mental superior, formam uma unidade agora para formar o que se chama o Eu Superior. Em cima está a mônada, propriamente, e falta o quê? – O corpo mental, astral e físico.
Isso surge numa outra Cadeia. Não surge na mesma Cadeia da individualização dos animais. Mas eu não vou falar de Cadeia e Rondas, mas nós nos individualizamos na Cadeia Lunar. Aí, passam-se bilhões e bilhões de anos para a gente começar a experiência na Cadeia Terrestre.
Aí vem uma séria de folclores. Um deles é que a gente passa por 777 vidas até chegar a ser um Mestre de Sabedoria. Setecentas de ignorância, setenta de aprendizado e sete de sabedoria. A maioria de nós, no meu entender, está no de aprendizado.
Essa é a obra do Tríplice Logos. Então o Logos Solar o que ele faz? Ele forma matéria, ele edifica a matéria; aí surgem as diferentes formas e quando chega a uma forma evoluída de animal Ele mesmo se projeta para surgir o homem. O resultado da obra do Tríplice Logos é o surgimento do homem no Sistema Solar, que somos nós.
Muito é dado aos minerais, aos vegetais e aos animais; a complacência divina é a maior de todas para esses reinos. Mas ao homem não.
Ao homem é dada uma coisa muito importante que os outros reinos não tem – o livre-arbítrio. O homem é única espécie que é capaz de aprender sem ser […]. Isso é uma liberdade extraordinária. Essa é a maior benção; essa é a maior graça que o Logos dá à sua criação, a nós. Se a gente é teimoso, se a gente é bitolado, o Logos não tem nada a ver com isso; isso depende do temperamento de cada um, mas, pelo menos agora, eu posso aprender com a minha experiência. Sabe o que significa isso? Liberdade! posso pegar uma crença, a partir de uma experiência de outra pessoa, por exemplo essa pessoa chega para mim e fala: eu li um livro. Ele falou e eu acredito, porque eu intuo que aquilo é verdade. Eu crio uma crença, e é crença porque eu não experimentei. Quando eu deixa de ser crença, para passar a ser uma verdade. Mas eu posso experimentar isso. Os animais não podem, as flores não podem, pois eles estão presos numa prisão eterna, por isso a existência do instinto entre os animais. O instinto é uma forma de consciência que o Logos dá a todas as espécies.
Essa oportunidade de aprender por si só nós não sabemos usar. Na minha opinião, a maioria da humanidade não sabe. Agora vamos passar para a reflexão, porque aqui tem muita coisa para ser explicada, talvez tenha ficado muita dúvida e eu estou preso a um esquema, eu não estou preso a particularidades. Eu quero fazer reflexões com vocês a partir de agora.
Vocês acham que a nós temos ou não uma responsabilidade maior por fazer parte da combinação do Sistema Solar, a obra do Tríplice Logos?
O Logos prepara o cenário para que a mônada apareça como gente. Então você imagina o dono de um teatro. Ele monta o teatro, faz o palco e aí chega o ator e interpreta. Somos nós. O Logos Solar é o dono do teatro. Ele faz tudo. Ele nos paga todo mês para o nosso sustento. Ele nos dá o papel. E eu tenho que interpretar.
O que isso nos traz de reflexão? Nós somos livres para fazer o que quisermos. Nós somos livres para falar: “Olha Logos Solar, me dá outra Cadeia que essa eu não quero brincar, eu quero ficar “jiboiando”, eu quero ser vagabundo … ”
Mas, à luz de uma consciência maior, nós já começamos a entender algumas coisas, por exemplo: Como esse processo é comum a todos nós, existe uma integral interdependência entre tudo e todos, desde a explosão da supernova, que fez o cálcio que está em meu dente, o ferro em meu sangue. O universo está todo trabalhando à nosso favor. A gente surge como ser humano e olhem o trabalho que tem por traz!
Cada um dos que estão na humanidade sabe ou não sabe desse processo? Estamos todos no mesmo barco, estamos todos unidos. Por isso que se fala que se a iluminação é individual, a salvação é coletiva. Esse negócio de salvar – “falar morreu, morreu… antes ele do que eu…” ou certas correntes religiosas que fala se você não for dela você vai para o inferno” – é porque não se tem a menor idéia do que é o universo. Nunca entendeu o que é consciência e não sabe nem o que é Logos Solar. Às vezes podem ser melhores que a nós, como bondade. Mas uma primeira reflexão que se extrai é que existe uma solidariedade. Assim como os átomos são solidários em nosso corpo, assim como o Espírito Santo – o Terceiro Logos – está solidário, com aquele fio que juntando as bolas, nós deveríamos também fazer a mesma coisa.
Então, a compaixão e fraternidade não são sentimentos […]. Eu posso até ajudar os outros. Eu posso ter um coração muito bom e ajudar os outros. Isso é bom! Outra coisa é ter compaixão. Annie Besant fala em um de seus livros que “qualquer ser humano em qualquer lugar da Terra, mesmo na sarjeta, tem dentro de si o potencial capaz de redimir o mundo e toda a humanidade”. Isso está adormecido. Quem conhece o esquema oculto sabe que existe um grau de evolução.
Nós deveríamos ter oportunidades iguais de todos se desenvolverem. Não para competirem; terem melhores salários, mas para que as pessoas tivessem um vida saudável.
Alguém na platéia intervém questionando sobre o caso da seleção natural
Bem, a seleção natural é dos outros reinos, porque aqueles outros reinos funcionam por instinto. Nós não somos resultantes da seleção natural. Tem é competição. Mas você pode se aprimorar com entusiasmo, por que você é uma pessoa que quer melhorar para ganhar o (inaudível), isso é outra coisa, isso não é competição é cooperação. Vou dar um exemplo para vocês. Todos nós aqui, quando éramos pequenos participávamos nos daquela tal dança da cadeira; então você põe a música e quem não consegue sentar cai fora. A base desse jogo é a competição. Você já viu e a gente já fez, um jogo que você tira a cadeira, mas não diminui o número de pessoas; e num treinamento empresarial, com trinta adultos, um vai ajudando o outro a sentar; um senta no colo, até que, sem nenhuma cadeira, todas as pessoas ficam uma na cintura da outra, fazem assim, e o colega da frente senta nos joelhos e fazem uma grande roda sem nenhuma cadeira. Essa é a proposta cooperativa.
Então, o que faz o homem competir é a falta dessa visão de que existe um esquema por traz.
São coisas para nós começarmos a refletir. A obra do Tríplice Logos diz diretamente a mim. É o que a religião fala de reino de Deus. Em termos teosóficos a obra do Tríplice Logos o que seria? Deus dá suporte a essa expressão. O Plano Divino, que a Rose fala tanto aqui, que no Fundamentos de Teosofia fala também, existe um Plano Divino na Terra, para a humanidade. Qual será esse plano? Eu posso perceber, eu posso […]. Eu começo agora, como reino humano, poder selecionar as experiências que eu vou passar; eu agora posso fazer uma seleção natural dos meus pensamentos e minhas emoções; eu sou livre para isso. Posso fazer uma seleção natural dos meus pensamentos e minhas emoções para eu criar uma estrutura para entrar em contato com essa mônada interna e Átma, Buddhi e Manas que estão que é um reflexo do Primeiro, Segundo e Terceiro Logos. É a Divindade em ponto menor. Todos nós temos isso, mesmo aquele pessoa que está na sarjeta, aquela pessoa que está louca num hospício, num sanatório. Todos nós temos algum pouco de loucura, porque não dominamos o corpo mental ainda. Nós somos influenciados pelos corpos externos. Só o Iluminado não tem nenhuma loucura. A lei espiritual diz que quando uma pessoa se ilumina ela deixa de olhar para a frente e olha para traz. Ela dá a mão para aqueles que estão subindo ainda a escada. Essa é a lei da compaixão.
Bom, primeiro, a obra do Tríplice Logos não é uma teoria. Ela é uma revelação, mas cabe a mim analisar essa obra, por que eu posso fazer comigo mesmo? Tem uma música gospel que fala “Prepara o caminho do Senhor”. Todo mundo acha que preparar o caminho do Senhor é sair correndo aí e falar “Jesus vai voltar!”. É em mim que eu preparo o caminho! Quando eu aparar minhas arestas, quando eu matar em mim a cobiça, uma série de coisas, eu estou preparando o caminho do Senhor; eu colaboro com esse Plano vivendo na Terra.
E aí vem toda uma discussão da relação com o Eu Superior com o Eu Inferior que os livros falam, que a Yoga tanto explica.
Então, nasce o sentido da cooperação. Isso é uma coisa muito importante e aí cabe a cada um fazer uma reflexão própria.
Nós temos encarnados – isso é um número também – mais ou menos 60 bilhões de almas do Sistema Solar sendo que 6 bilhões estão encarnadas e o resto não está. Ou seja, para cada um encarnado existem 9 desencarnados. Não é objetivo da Teosofia que está voltada ao Eu Interno, mas existem muitos desencarnados, obsessores, existem gente atrapalhando nossa vida (inaudível). Quem faz o meu ambiente astral, o meu ambiente mental? Sou eu!
[Abrindo espaço para perguntas, dúvidas, conclusões]
São colocadas por pessoas da platéia algumas questões sobre a diversidade da manifestação do Logos Cósmico, assim como a interdependência do homem em relação ao meio em que vive.
A Blavatsky dizia que o homem é qualquer ser em qualquer lugar do universo que tem o princípio manásico; não precisa ser humanóide.
Com relação a interdependência, existe uma frase que diz assim: “Não há crime que seja praticado que eu não seja inocente se eu tiver pensado ou sentido da mesma forma do que o assassino”. Muito assassino comete um crime, porque um conjunto de formas mentais e emocionais ficam no meio e uma pessoa mais desequilibrada vai lá e faz o crime. Então, vibrar compassivamente é pensar no estado profundo de consciência para ajudar o meio em você vive. Isso é uma responsabilidade muito grande. Leadbeater dizia que você não é responsável pelas formas de pensamento que chegam até o corpo mental. Você é responsável pelo o que vai fazer com elas. É impossível numa cidade como São Paulo você não ser bombardeado com porcaria. É impossível! Estão todos aí pensando uma porção de bobagens. Agora o que eu posso fazer com isso? Eu posso dar curso ou não. Não se trata de ser um doutrinador, mas ser responsável.
Tudo o que você vai fazer para transformar a si mesmo tem que passar pelo auto conhecimento. Não adianta eu querer ser fraterno, porque eu posso ter aqui enraizado em mim, na minha psique, uma porção de confusões, mal resolvidas. O grande problema nosso é que a experiência que trazemos da infância não são atualizadas. O complexo de inferioridade que eu tinha com sete anos, hoje eu não tenho mais, porque eu tenho mais habilidades, eu cresci. O que acontece é que a gente não atualiza as nossas idéias a respeito de nós mesmos e você vai se desenvolvendo e vai arrastando uma porção de coisas que não são verdadeiras. Isso gera em você uma inferioridade, um recalque, um complexo qual for. Para você ser fraterno você tem que estar com sua vida, pelo menos com sua vida psicológica, bastante bem resolvida, para não ficar falando coisas que são coisas vazias.
O ser humano tem uma tendência à sobrevivência, em buscar as melhores condições de vida, satisfação, felicidade, preservação. A tomada de consciência desse sistema eleva o ser humano. Todos esses estudos levam a esses objetivos. Que valor isso teria para o ser humano?
Primeiro é o de tirar o véu. O véu sobre o que é Maya e o que não é Maya. Por exemplo, não tem sentido você fazer uma jóia com um metal que enferruja. Você faz de ouro por que ouro não enferruja e tem um valor. Você deve olhar o valor de cada coisa pelo que ela é. O livro “Aos Pés do Mestre” fala do primeiro passo da senda que é o discernimento. O Shankaracharya Viveka Sudamani fala sobre a jóia rara do discernimento. Enquanto você olhar para as coisas e não saber o que é o que, você está como aquela pessoa do começo da palestra, com o fardo nas costas, sem saber para onde vai e para que carrega o fardo. Então, o que faz tudo isso? Ver isso é tirar um véu, mostrando as coisas para a reflexão interior. Eu acredito que é para favorecer todo um plano. Qual é o objetivo do plano? O que é a iluminação humana? Não é a iluminação do Fernando e nem de ninguém. É a expressão de todo esse potencial enquanto encarnado. Então as mônadas vão passando pelas experiências para que elas possam através daquelas unidades, manifestar todo o seu potencial nos planos inferiores e expressar todo o seu poder e glória nos planos superiores. É o que fizeram os Santos Seres. Todos nós vamos ser um Santo Ser um dia. Então o grande objetivo é cada um refletir agora e expressar todo o seu potencial para cooperar com essa evolução toda. “A salvação é coletiva, e a iluminação é individual”.
Fonte:http://www.teosofia-liberdade.org.br/a-obra-do-triplice-logos/

O Triplo Logos

por Thynus, em 20.12.13
Aquele que cria incessantemente os mundos é tríplice.
É Brahma, o Pai; é Maha-ya, a Mãe; é Vishnu, o
Filho. Essência, Substância e Vida. Cada um traz em
si os dois outros e todos os três são Um no Inefável

(Os Upanishads)

A apresentação da divindade como uma trindade é por demais comum na religião universal: à guisa de exemplo, temos na Índia, Brahma, Shiva e Vishnu; no Egito, Osíris, Ísis e Horus; na Pérsia, Mitra, Mazda e Ariman; no cristianismo, temos Pai, Filho e Espírito Santo, etc.
Na Índia, a antiga trindade védica, composta por Vâyu, Agni e Sûrya, é substituída no panteão moderno por Brahma, o Criador, Vishnu, o Conservador, e Shiva, o Destruidor. Reza o Padma Purâna: "No princípio, o grande Vishnu, desejoso de criar o mundo inteiro, converteu-se em três: criador, conservador e destruidor. A fim de produzir este mundo, o Espírito Supremo emanou do lado direito de seu corpo, como Brahma; em seguida, a fim de conservar o universo, produziu de seu lado esquerdo o deus Vishnu, e para destruir o mundo, produziu o eterno Shiva do meio de seu corpo. Alguns adoram Brahma, outros adoram Vishnu e outros Shiva; porém Vishnu, um e contudo três, cria, conserva e destrói. Portanto, o piedoso não deve fazer diferença entre os três".
Tais trindades não se referem a pessoas, mas a princípios divinos: embora essencialmente una, a divindade se manifesta sob três atributos básicos que os gregos denominaram Logos. O primeiro Logos representa a Vontade divina, que se expressa a nível objetivo como a Lei. O segundo, o Amor e a Sabedoria em seu sentido mais amplo que se manifesta no mundo objetivo como Energia e Vida. O Terceiro Logos, por sua vez, representa a Inteligência divina que no plano objetivo se expressa como Forma. Esses três princípios manifestam-se em todos os âmbitos da realidade, sempre definido em tríadas como Vontade, Sabedoria e Atividade; Vida, Expressão e Forma; Espírito, Mente e Matéria; Percebedor, Percepção e Percebido; Sujeito, Verbo e Objeto, etc. Aristóteles diz que são necessários três princípios para um corpo natural tornar-se objetivo: privação, matéria e forma, onde "privação" consiste no protótipo astral daquilo que viria a se manifestar.
Esses três princípios, que regem o mundo visível e o invisível, são chamados Pai, Mãe e Filho na linguagem esotérica, onde o Pai representa o Princípio Criador ou a Criação, a Mãe a Conservação, e o Filho, por sua vez, a Destruição. Podem ser detectados em todas as manifestações da natureza, tais como: manhã, tarde e noite; nascimento, crescimento e morte; semente, polpa e casca; semeadura, cultivo e colheita, etc. Os romanos colocaram-nos até mesmo no calendário, representados pelos meses Janeiro, Fevereiro e Março: o primeiro refere-se ao deus Ianus, símbolo do princípio criador, o Pai; o segundo, referente a Februa, deusa da fecundidade, a Mãe divina; o terceiro, a Marte (Mars), ao mesmo tempo deus agrário e da destruição, elementos que já associamos entre si anteriormente.
A idéia básica acerca do triplo Logos é que o Filho acaba destruindo o Pai. A simbologia não é tão difícil de se detectar: o Filho, como a Forma, delimita aquilo que no nível espiritual é ilimitado, para poder dar contorno a todas as coisas. Daí se tira o mito de que o filho castra seu pai divino, como Cronos castra Urano; qualquer indício de violência ou paixão neste gesto constitui-se numa alegoria, pois este processo reflete uma lei universal e impessoal, portanto acima das emoções humanas.

Um exemplo que costumo apresentar é o da tríada constituída por Verbo, Sujeito e Objeto. Pensemos na frase: "A pedra é quadrada". O sujeito, pedra, é o material a ser "esculpido", o elemento passivo que entra em movimento a partir de sua junção com o verbo. Equivale à matéria primordial que necessita de um princípio organizador para ganhar a forma. Em outras palavras, o elemento feminino, a Mãe, precisa do concurso do elemento masculino, o Pai, para dar à luz uma idéia. Observando a frase construída até aqui "A pedra é...", vê-se que verbo e sujeito clamam por um terceiro elemento para que uma idéia se manifeste. Esse terceiro elemento, o Filho, completa a frase: "A pedra é quadrada". No entanto, ao determinar a forma da pedra, tal adjetivo delimita tanto o verbo quanto o sujeito, pois estabelece o que a pedra deverá ou não ser.
O Pai, como princípio de todas as coisas, gera através da Mãe o mundo manifesto, o Filho. Sobre esse mistério versa a famosa parábola de Jesus, conhecida como a do filho pródigo. Certa vez, um jovem pediu a seu pai a parte da herança que lhe cabia, pois pretendia percorrer o mundo. Depois de muito tempo fora de casa, dissipara todos os seus bens, caindo na mais absoluta miséria. Então, supostamente arrependido, tornou à casa paterna, onde foi efusivamente recebido pelo pai aflito. No Evangelho de Lucas 15:23, o pai exclama: "Trazei o novilho cevado e matai-o; comamos e festejemos, pois este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi reencontrado!"
A mesma parábola, relatada pelos alquimistas, torna explícito um elemento que se encontra oculto por elipse no Evangelho: o Pai, quando o Filho a ele retorna, devora-o completamente, da mesma maneira que procede Cronos na Mitologia Grega. O Musaeum Hermeticumrecita: 
"Meu filho, sem ti estava morto, e a minha vida corria
grande perigo. O teu regresso faz-me reviver, e enche-me o
peito de alegria. Mas, quando o filho entrou na casa do pai, o
pai apertou-o contra o peito, e com excessiva alegria
devorou-o" 
(Frankfurt e Leipzig, 1749).

O Pai devorando o Filho simboliza o retorno do manifesto à sua origem no imanifesto, enquanto que o Filho ao matar, castrar ou devorar a carne do Pai simboliza o caminho inverso, criação e manifestação. Ambos os processos se alternam no universo, onde criação e destruição ocorrem simultaneamente em todos os planos da realidade.
Como se pode perceber, os mistérios ocultos sob os mitos que envolvem uma trama entre pai, mãe e filho, tal como sucede na lenda de Édipo, podem ser associados antes de tudo a um drama cósmico. A "morte" que o filho inflige ao pai não tem coisa alguma a ver com desejo ou quaisquer paixões, pois o mito expressa nada mais que uma lei universal, cósmica, e portanto, queiram-no ou não os psicanalistas, transcendente ao limitado plano da alma humana.
Cabe-nos agora desenvolver ainda mais os conceitos acima apresentados, de modo a mostrar os caminhos que percorre a essência divina até chegar à plena manifestação. O Um, para se manifestar, divide-se em uma dualidade ou polaridade, que experimentamos como Masculino e Feminino, Bem e Mal, Espírito e Matéria, Causa e Efeito, etc. A inter-relação entre esses dois elementos constitui um terceiro, que as antigas religiões comumente chamam Filho. Esses três elementos, presentes na matéria diferenciada, constituem os que os hindus denominaram sattva (a pura quiescência), rajas (atividade e desejo) e tamas (paralisação e decadência). Estas são as três gunas, os três modos ou qualidades da prakriti (matéria). O quaternário formado pela união entre esses três princípios em uma Unidade dá ensejo à manifestação do mundo objetivo, daí o número quatro estar invariavelmente ligado ao plano material (Três elementos podem se agrupar apenas em quatro combinações, sem que as mesmas se repitam. Se tratamos por exemplo de combinar A, B e C teremos como resultado AB, AC, BC e ABC.). Podemos perceber, por exemplo, o quaternário nos quatro elementos da matéria (fogo, terra, ar e água), nos quatro pontos cardeais (norte, sul, leste, oeste) e nas quatro dimensões do mundo observável (comprimento, largura, altura e tempo).
A triplicidade unida ao quaternário perfaz o septenário, conforme três mais quatro igual a sete, dando origem a todas as coisas. Assim, nada mais sublime que mostrar Deus criando o mundo em sete dias simbólicos. Para poder se manifestar, o espírito desce à forma por estes sete caminhos, promovendo as divisões septenárias da cor, das notas musicais, e os sete níveis de consciência do homem, conforme veremos em seguida.
(Antonio Frajani - A linguagem dos deuses)

Fonte:http://divagacoesligeiras.blogs.sapo.pt/394672.html

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