OS JESUÍTAS E A NOVA ORDEM MUNDIAL




Posted: 31 Aug 2015 10:20 AM PDT

«Devemos um capítulo aos jesuítas neste capítulo sobre as sociedades secretas, pois mais do que
qualquer outra, eles são um corpo secreto e têm uma velha ligação mais estreita com a Maçonaria actual - na França e na Alemanha pelo menos - do que as pessoas geralmente sabem. O clamor de uma moralidade pública ultrajada ergueu-se contra essa Ordem desde o seu nascimento. Apenas quinze anos haviam passado desde a bula [papal] que promulgara a sua constituição, quando os seus membros começaram a ser transferidos de um lugar para outro.
Portugal e os Países-Baixos desfizeram-se deles em 1578; a França em 1594; Veneza em 1606; Nápoles em 1622. De São Petersburgo, eles foram expulsos em 1816, e, de toda a Rússia, em 1820.


Os jesuítas causaram mais danos morais neste mundo do que todos os exércitos infernais do mítico Satã. Toda a extravagância dessa observação desaparecerá quando os nossos leitores da América, que sabem pouco sobre eles, forem inteirados dos seus princípios (principia)e regras que constam de várias obras escritas pelos próprios jesuítas. Pedimos licença para lembrar ao público que cada uma das afirmações foram extraídas de manuscritos autênticos ou fólios impressos por esse distinto corpo. Muitas delas foram copiadas de um grande Quarto publicado, verificado e coligido pelos Comissários do Parlamento Francês. As afirmações ali reunidas foram apresentadas ao Rei a fim de que, como enuncia o Arrest du Parlement du 5 Mars 1762,


“o filho mais velho da Igreja fosse conscientizado da perversidade dessa doutrina. (...) Uma doutrina que autoriza o Roubo, a Mentira, o Perjúrio, a Impureza, toda a Paixão e Crime, que ensina o Homicídio, o Parricídio e o Regicídio, destruindo a religião a fim de substituí-la pela superstição, favorecendo a Feitiçaria, a Blasfémia, a Irreligião e a Idolatria (...), etc.”


Examinemos as idéias dos jesuítas sobre a magia.


Escrevendo a esse respeito em suas instruções secretas, António Escobar diz:

“É lícito (...) fazer uso da ciência adquirida por meio do auxílio do diabo, desde que seja preservada e não utilizada em proveito do diabo, pois o conhecimento é bom em si mesmo e o pecado de adquiri-lo foi eliminado”. Portanto, por que um jesuíta não enganaria o Diabo, já que engana tão bem os leigos?"

“Os astrólogos e os adivinhos estão ou não obrigados a restituir o prémio de sua adivinhação, quando o evento não se realizar? Eu reconheço” - observa o bom Padre Escobar - “que a primeira opinião não agrada de maneira alguma, porque, quando o astrólogo ou adivinho exerceu toda diligência na arte diabólica que é essencial a seu propósito, ele cumpriu a sua tarefa, seja qual for o resultado. Assim como o médico (...) não é obrigado a restituir os honorários (...) se o paciente morrer, tampouco o astrólogo deve devolver os seus honorários(...) excepto quando ele não se esforçou ou ignora a sua arte diabólica, porque, quando ele se empenha, ele não falha”.


Essa nobre fraternidade, à qual muitos pregadores têm negado veementemente o fato de ser secreta, tem provado sê-lo. Suas constituições foram traduzidas, para o latim pelo jesuíta Polanco e impressas, no Colégio da Companhia, em Roma, em 1558. “Elas foram zelosamente mantidas em segredo e a maior parte dos próprios jesuítas só conhecia extractos delas. Elas nunca foram reveladas antes de 1761, quando publicadas pelo Parlamento Francês[em 1761, 1762], no famoso processo do Padre La Valette”. Os graus da Ordem são: I. Noviços; II. Irmãos Leigos ou Coadjuvantes temporais; III. Escolásticos; IV. Coadjuvantes espirituais; V. Professos de Três Votos; VI. Professos de Cinco Votos.


“Há também uma classe secreta, conhecida apenas do Geral e de alguns poucos jesuítas fieis, que, talvez mais do que qualquer outra, tenham contribuído para o poder terrível e misterioso da Ordem”, diz Nicolini. Os jesuítas reconhecem, dentre as maiores consecuções de sua Ordem, o fato de Loiola ter conseguido, por um memorial especial do Papa, uma petição para a reorganização daquele instrumento abominável e repugnante de carnificina por atacado - o infame tribunal da Inquisição.

Mas devemos ver quais são as suas regras principais.

Diz MacKenzie: “A Ordem possui sinais secretos e senhas diferentes para cada um dos graus a que os membros pertencem e, como não levam nenhuma vestimenta particular, é difícil reconhecê-los, a menos que eles próprios se revelem como membros da Ordem; eles podem apresentar-se como protestantes ou católicos, democratas ou aristocratas, infiéis ou beatos, segundo a missão especial que lhes foi confiada. Seus espiões estão por toda a parte, pertencem a todas as classes da sociedade e podem parecer cultos e sábios ou simplórios e mentecaptos, conforme mandam as regras. Há jesuítas de ambos os sexos e de todas as idades; é bastante conhecido o facto de que membros da Ordem, de família distinta e de educação refinada, trabalham como criados para famílias protestantes e fazem outras coisas de natureza similar para melhor servir aos interesses da Sociedade.»

Excertos do livro
 - Por Que Não Volto à Índia e Ísis Sem Véu de Helena Blavatsky

projeto global e clássico dos jesuítas foi descrito por H.P. Blavatsky em uma carta de janeiro de 1887,  assinalada com as palavras “reservado e confidencial”.  Endereçada a Alfred Sinnett, a carta diz:

“Seria aceitável, talvez, se os Jesuítas se contentassem com fazer os maçons de bobos e lutar contra os teosofistas usando o clero protestante como seu instrumento. Mas os seus complots têm um objectivo muito mais amplo, e incluem um grau de minúcia, detalhe e cuidado do qual o mundo em geral não tem a menor ideia. Eles fazem de tudo para colocar a massa da humanidade novamente naquele estado de ignorância passiva que eles sabem que é a única situação favorável para que possam realizar o seu propósito de Despotismo Mundial.” [1] 

Companhia ou Sociedade de Jesus foi fundada em torno do ano de 1541 como uma parte da Contra-Reforma. Foi uma reacção  autoritária do Vaticano contra o desafio representado pelo nascimento do protestantismo,  com Lutero, vinte anos antes.  O jesuitismo foi criado como uma sociedade secreta com vários graus – e também como um serviço secreto.   A Companhia dava a si mesma licença para matar e para  mentir como quisesse, atuando para fortalecer a política centralizadora do poder eclesiástico dos papas.

Desde meados do século 16,  onde quer que isso foi possível, os jesuítas infiltraram movimentos e influenciaram nações dominando e controlando os seus principais líderes. Os historiadores nos informam que na segunda metade do século 16, eles  já conspiravam para derrubar a rainha Elizabeth I na Inglaterra e para enganar ou controlar o rei luterano João, da Suécia, enquanto promoviam acções similares em outros países. A meta era boicotar e enfraquecer tanto os governos nacionais como o protestantismo e substituí-los pela milícia negra do papa, isto é, eles mesmos, em sua busca de um império ditatorial e teocrático mundial. 

Depois de um par de séculos, no entanto, os assassinatos e conspirações que promoviam ficaram tão fora de controle que na segunda metade do século 18 a sua Ordem teve que ser fechada. Portugal proibiu as suas actividades em 1759, depois que os jesuítas promoveram o assassinato do rei português. A França os expulsou em 1764, a Espanha em 1767, e o Vaticano fechou oficialmente a Sociedade de Jesus em 1773.  Os jesuítas continuaram a existir secretamente e fora da lei, no entanto. Em 1814, eles  conseguiram voltar à existência formal, com a restauração ostensiva da sua Ordem pelo papa. Naquele momento, o Vaticano estava novamente  necessitando com urgência dos serviços da milícia negra e dos seus métodos brutais de acção.

Foi apenas após a segunda guerra mundial que o Opus Dei, uma sociedade secreta construída ao estilo jesuíta e fundada por fascistas espanhóis durante a primeira metade do século vinte, parece haver assumido em grande parte o papel secreto desempenhado tradicionalmente pela milícia negra dos jesuítas.  Protegido pelos papas recentes, o Opus Dei possui hoje (1887) cerca de 80 mil seguidores em todo o mundo e está bastante infiltrado em altas esferas do mundo político, do mundo financeiro e do mundo sacerdotal.

No século 19,  a Inglaterra protestante era cenário de grandes conspirações jesuíticas. Em uma carta de Março de 1886, Helena Blavatsky advertiu Alfred Sinnett de que o primeiro-ministro, William E. Gladstone, havia-se convertido secretamente ao catolicismo romano.[2]  

Em outra carta a Sinnett, datada de 1887, H.P.B. acrescentou que o sr. Gladstone estava a trabalhar activamente, em assuntos políticos, com os jesuítas. Ele havia sido recebido “privadamente” pelo próprio papa.  Não por casualidade, H.P.B. previu, então, o final do Império Britânico tal como ele existia naquele momento:

“A Velha Inglaterra está morrendo e os seus dias estão contados.”  E ela explicou, algumas linhas mais  adiante:  

“Em épocas anteriores, pelo menos, nenhum país resistiu  melhor e mais vitoriosamente do que a Inglaterra contra os abusos e os planos traiçoeiros do papado. Consequentemente, não existe um país que os jesuítas ambicionem desmembrar e destruir mais do que a Inglaterra. (...)  Eles abertamente definiram como seu objectivo, de qualquer modo,  paralisar a máquina política da Inglaterra cooptando os seus principais líderes”. [3]

Neste ponto, devemos transferir o nosso foco de investigação. Vamos deixar de lado o macrocosmo da acção jesuítica e voltar ao microcosmo do movimento teosófico, para perguntar calmamente a nós mesmos:

“Será que o princípio geral de acção do Vaticano e dos jesuítas – infiltrar-se em todos os sectores influentes da sociedade através dos seus principais líderes – é válido também para o movimento teosófico?  Em tal caso, será que os jesuítas gostariam de ver os principais líderes de qualquer sociedade teosófica actuando sob a inspiração dos seus próprios métodos e enganando piedosamente  o público em nome dos Mestres de Sabedoria?”

A resposta para as duas perguntas só pode ser afirmativa.  Dificilmente algum outro movimento desafiou de modo tão claro  os planos e as intenções do papado e do jesuitismo. Isso tornou a Sociedade Teosófica  um alvo altamente conveniente. H.P.B. reconheceu, de modo inequívoco:   

“Nunca houve uma Sociedade Oculta, por mais aberta e sincera que fosse, que não tenha sentido a mão dos jesuítas tentando derrubá-la por todos os meios secretos... ” [4]

Ela tinha razões para dizer isso.  Os acontecimentos que levaram à segunda fase do movimento –  a fase da pseudo-teosofia e do jesuitismo – começaram na verdade logo no início do último período de sete anos da vida de H.P.B. (1884-1891).  Na metade da década de 1880, a conspiração dos Coulomb e os ataques vindos de Vsevolod Soloviov [5] foram apenas as primeiras tentativas no sentido de infiltrar o movimento. Do ponto de vista jesuítico, aqueles ataques não eram válidos apenas em si mesmos.  Eles também preparavam outras acções, mais subtis, no futuro.

Ainda durante a década de 1880, a incapacidade do presidente internacional Henry Olcott de defender a essência do movimento e o trabalho da sua principal fundadora foi algo claramente premonitório. Entre outros textos, a carta aberta de H.P.B. sob o título “Por Que Não Volto à Índia”, dá detalhes sobre esta questão. H.P.B. teve de ser especialmente vigorosa naquela época ao defender a verdade entre teosofistas, porque o movimento estava sob uma pressão sutil mas intensa,  que vinha de vários níveis da ignorância coletiva.   

[1] “The Letters of H. P. Blavatsky to A.P. Sinnett”, T.U.P.,  PasadenaCA, EUA, 1973, 404 pp.; ver a Carta CVI, p. 230.A mesma passagem aparece quase com as mesmas palavras  em outro contexto, em  “Collected Works of H. P. Blavatsky”, TPH, Adyar/Wheaton/London, Volume XIV, 1985, 734 pp., ver  p. 266.

[2] Esta  carta  de H.P.B. está incluída em “Cartas dos Mahatmas Para A.P. Sinnett”, Editora Teosófica, Brasília, 2001.  Ela é a Carta 140, no volume II. Veja o trecho específico na  p. 325. 


[3] “The Letters of H. P. Blavatsky to A.P. Sinnett”, T.U.P. , Pasadena, 404 p., 1973, ver Carta CVI, p. 231.


[4]  “Collected Writings of H. P. Blavatsky”,  TPH, Adyar, Índia, vol. XIV, 1985, 733 pp., ver p. 267.



[5]  Estes episódios estão corretamente descritos na extraordinária obra “H.P.B.”, de  Sylvia Cranston, Ed. Teosófica, Brasília, 1997,  678 pp. 




Fonte: Vislumbres da Outra Margem

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