OS ELEMENTAIS SEGUNDO DAKALOS


DASKALOS  e os Elementais



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Elementais era o assunto da palestra de Daskalos. De início, ele resumiu muitas das idéias já discutidas em reuniões anteriores. Era seu método pedagógico repetir a matéria dada rotineiramente até que os alunos a tivessem digerido por completo.


— Elementais — explicou — têm vida própria, como qualquer outra forma de vida, e podem ter uma experiência independente daquela que os projetou. Qualquer pensamento e qualquer sentimento que um indivíduo projeta é um elemental. — A seguir, Daskalos explicou que há dois tipos de elementais: os produzidos subconscientemente, que ele chamou de elementais de "desejos-pensamentos", e os construídos conscientemente, chamados "pensamentos-desejos".


— Um indivíduo — continuou — pode vibrar através de pensamentos e de sentimentos. 0 modo como a pessoa vibra determina o tipo e a qualidade dos elementais que ela cria. Quando ela vibra, primeiro, através dos sentimentos, está sujeita ao impacto das emoções e desejos, tendo o pensamento um papel subserviente. Estes são os elementais de desejos-pensamentos.

Quando o indivíduo está sob a influência do pensamento, ele constrói elementais feitos de substância noética e se torna um mestre do poder de visualizar imagens mentais. Um pesquisador da Verdade deve treinar-se para construir elementais poderosos mas benéficos, feitos de fortes pensamentos, dentro dos quais desejo e sentimento desempenham um papel de apoio. Esses elementais de pensamentos-desejos duram mais, são mais poderosos e tendem a completar muito mais rapidamente a tarefa para a qual foram construídos.


— Elementais de desejos-pensamentos são uma característica das pessoas comuns, que não têm entendimento sobre a natureza do pensamento e do desejo. Conseqüentemente, elas, com freqüência, são presas fáceis dos elementais que elas mesmas criaram. De acordo com a lei da Natureza, os elementais, uma vez projetados para fora, voltarão, no final, ao subconsciente da pessoa que os criou.

Eles então afloram das profundezas da memória ao nível consciente para adquirir uma nova energia e retirar-se outra vez. 0 mesmo ciclo se repete até que tais elementais conseguem ficar no subconsciente da pessoa numa base mais permanente. Nesse caso, eles absorvem energia do duplo etérico do indivíduo e, desta forma, prolongam sua vida. É assim que se formam hábitos e obsessões tais como fumar, jogar e beber.


— A tendência que os elementais têm de voltar à fonte que os produziu é o que torna possível a lei do Karma. Um indivíduo, mais cedo ou mais tarde, será confrontado com os elementais que ele, consciente ou inconscientemente, criou.


Numa conversa que tive, certa vez, com Daskalos, ele afirmou que os elementais de desejos ardentes podem retornar à pessoa que lhes deu origem num momento em que ela menos desejar. Nessa ocasião, Daskalos contou que em uma encarnação anterior, quando era um italiano durante a Renascença, ele era obcecado pela idéia de inventar uma máquina de imprimir. 0 resultado final dessa obsessão foi passar a vida atual trabalhando como linotipista numa oficina de impressão do governo.


— Nossas personalidades atuais — continuou Daskalos — e as circunstâncias nas quais vivemos, são a somatória dos elementais que construímos desde nossa descida ao mundo tridimensional e o começo dos nossos ciclos de encarnação. Os elementais são formados pela mesmíssima substância com a qual a personalidade e os universos em geral são formados, ou seja, por matéria etérica dos mundos noético, psíquico e o de matéria densa.


— Examinemos — continuou Daskalos, enquanto um público de cerca de trinta pessoas escutava com atenção — o processo pelo qual se forma um elemental. Você vai notar que não é possível, para um ser humano, desejar algo antes que ele saiba da sua existência. Por exemplo, quando vejo um objeto, isso quer dizer que vibrações etéricas da luz incidiram em sua superfície e transferiram imagens e formas para os meus olhos. Elas causam uma irritação no nervo óptico e depois no cérebro, o que é gravado na mente como visão. Suponhamos, agora, que eu veja um objeto que os homens consideram precioso, digamos, um colar de brilhantes. Eu me inteiro da existência deste objeto pela visão.

Imaginemos que eu seja uma pessoa com um grande desejo de ter um colar de brilhantes. O que acontece, então? Matéria psíquica se concentra em volta da imagem do colar. Forma-se o desejo. É precisamente a matéria, psíquica que torna possível o nascimento de um desejo, que é seguido por pensamentos de como satisfazê-lo, neste caso, como conseguir o colar. Uma série de elementais está sendo formada em tomo daquele objeto, tendo como principal objetivo a sua aquisição pela pes¬soa que os projetou. Apenas a consciência da sua existência e o desejo de possuí-lo não são suficientes. Para que tal elemental seja criado, devem acontecer então pensamentos sobre o objeto. Subconscientemente, o indivíduo inicia o processo de visualização da imagem mental.



— Vamos imaginar que levamos esta pessoa a um lugar longe do cobiçado colar e que peçamos a ela para trazê-lo à sua mente. É provável que ele seja recriado nos mínimos detalhes. Alguma outra pessoa que tenha visto o mesmo objeto, mas que não tenha se impressionado com ele, não será capaz de reconstruí-lo em sua mente de forma apurada.

Portanto, concentração e desejo nos levam à construção de imagens feitas de matéria noética. Um pensamento é exatamente isso: a condensação de matéria noética. Começamos a ver aquele objeto através da luz noética.

Agora, preste atenção. O que são, verdadeiramente, bens? São aqueles objetos que as pessoas comuns consideram reais? Ou são os elementais que construímos dentro de nós? Suponhamos que eu pegue um objeto precioso que possuímos e o tranque em um cofre. O elemental deste objeto está dentro de nós, é parte de nós. Existe em nossa memória e podemos trazê-lo à consciência quando desejarmos.

É nosso. A você, entretanto, ele não parece real. E, ainda assim, se você não puder trazê-lo à lembrança, como pode saber sobre o objeto físico no cofre? Pense nisso. Deixe-me explicar de outra forma. Imaginemos que uma pessoa muito rica — que sabe que num cofre secreto guarda alguns objetos de grande valor — sofra de amnésia.

Toda a sua memória se desfaz e some. Que valor você acha que os objetos fora da mente dela terão? Nenhum. Portanto, onde está a verdadeira fonte de valor das coisas? Preste atenção nesses pontos sobre os quais é preciso refletir. Caso contrário, não poderá penetrar e entender a natureza da Vida. O que é a Vida, na realidade, além de ser receber impressões e interpretá-las? Pense no mundo que o cerca. Você pode percebê-lo sem esses elementais?


— Você deve entender, agora, que o fato de percebermos o mundo como bom ou mau dependerá do tipo de elemental que construímos dentro de nós e projetamos para fora. Nada, absolutamente nada, tem valor algum no mundo das três dimensões se não tiver, também, um valor dentro de nós. O que tem valor dentro de nós confere valor ao que está fora de nós. O que quer dizer, por exemplo, "falta de interesse"? Quando um objeto externo a nós não tem sua contrapartida dentro de nós, ele não tem nenhum valor. Portanto, de onde vem esta condição? Do objeto ou de dentro de nós? Tudo está dentro de nós.


Daskalos parou de falar por alguns segundos e então, começou a explicar a aparência física dos elementais, ou mais precisamente, sobre como os elementais são vistos por um clarividente como ele.


— Quando um elemental é criado, sua imagem aparece na base do nariz, bem no chakra que fica entre os olhos. Um clarividente consegue observar que ele aparece, primeiro, com o formato de um fundo de agulha. No momento em que é lançado para fora do duplo etérico da pessoa, começa a adquirir seu tamanho e forma naturais. Então, passa a se mover para os mundos psíquicos e faz um movimento cíclico, cujo tamanho vai depender da força do desejo. A seguir, volta até a pessoa. Neste momento, entra no corpo psíquico, mas não no mesmo lugar de onde saiu. Entra por um centro diferente, o de trás da cabeça.


— O formato de um elemental vai depender do seu tipo. Pode ser uma casa desejada, uma bicicleta ou um carro, e assim por diante. Estes são exemplos de imagens concretas de desejos-pensamentos que permanecem no subconsciente por um tempo relativamente curto. Isso acontece porque esses elementais, como eu disse, começam vida nova da mesma forma que um embrião procura comida. O elemental aparece, de novo, no disco entre os olhos, e procura uma saída.

As vibrações análogas no corpo psíquico da pessoa recomeçam. Ele vai se lembrar e o desejo se torna mais forte. O elemental desprende-se uma vez mais e se move em sua trajetória cíclica. Um indivíduo comum não percebe o que está ocorrendo. O elemental tende a dominá-lo. Pode tornar-se tão poderoso que o indivíduo não consegue controlá-lo. Em tal caso, ele se torna um escravo do seu desejo que, às vezes, pode ser tão intenso a ponto de levá-lo ao hospício.

É possível que tal elemental absorva tanta substância etérica do indivíduo que isso até lhe permita, literalmente, materializar-se. Não vamos falar desta triste manifestação por enquanto.

— E os estados insalubres que emergem como resultado direto do nosso egoísmo, tais como raiva, ostentação, ódio, sentimentos de mágoa e outros semelhantes? Esses elementais são construídos da mesma forma que os outros elementais. Repare que o egoísmo é, por si só, um elemental já formado dentro da personalidade autoconsciente. É o produto da repetição de vário elementais.

É tão sensível, que a mais leve provocação o coloca em movimento. O egoísmo pode criar uma grande variedade de elementais. Por exemplo, baseados na experiência notamos que, quando. um indivíduo tem pensamentos maliciosos e maus contra alguém, os elementais que ele cria têm o formato de cobras de várias cores escuras, em geral de um verde pútrido.

Eles saem do coração ou da base do nariz. Movem-se em direção à pessoa contra a qual, consciente ou inconscientemente, os dirigimos e tendem a grudar na aura daquela pessoa. Finalmente voltam a nós. Às vezes, esses elementais atingem o tamanho de uma sucuri, e, quando voltam a nós, sentimos um aperto no coração.


— Você já pensou quantos desses elementais são criados todos os dias pelas pessoas? Se elas fossem capazes de ver a forma dos elementais que projetaram, com certeza ficariam horrorizadas. Isso é o que comumente se chama de "mau olhado'. Certa vez, vi uma pintura de um homem confessando seus pecados e havia cobras saindo de sua boca. Não pense que eram fantasias do artista. Um clarividente consegue, literalmente, ver essas cobras.

Com que freqüência você vê tais elementais vindo até você durante o sono, assustando-o? Esses elementais são mandados até você por outros ou são sua própria criação. Também é possível que você os tenha atraído durante o sono, vindos do agregado de elementais que flutuam e vagam no mundo etérico. Elementais de desejos-pensamentos têm forma, poder e vida própria. Eles podem tornar-se cobras e ursos, ou outros animais. As crianças os vêem com freqüência durante o sono e têm pesadelos.


Daskalos, então, explicou que podemos fechar as portas da per¬cepção quanto a tais elementos fazendo auto-sugestões apropriadas, tais como rezar antes de dormir.


— Também podemos nos acalmar enviando pensamentos de amor até aqueles que não gostam de nós. Agindo assim os desarmamos. Eles não terão como mandar até nós elementais que nos assombram durante o sono.


— Daskale — interrompi —, por que os elementais de ódio e ciúme se parecem com serpentes e não com outra coisa qualquer? A forma é inerente à própria natureza do elemental?


— Os elementais de ódio e ciúme se parecem com serpentes porque, na nossa cultura, fazemos esta associação. Não há nada inerentemente mau nas serpentes ou em qualquer outro animal. A aparência de um elemental depende da linguagem da pessoa e do lugar de onde vem. Elementais são cargas de energia psiconoética que podem assumir qualquer forma, dependendo de quem os cria. Um clarividente poderá vê-los em uma forma de acordo com sua formação.


— Nesse caso — continuei —, um clarividente proveniente de outra cultura poderá ver os mesmos elementais — na forma de, digamos, coiotes em vez de serpentes.


— Exato. Mas ambos verão a mesma ligação causal entre os elementais projetados e seus efeitos.


— Daskale — perguntou um senhor de meia-idade —, como podemos dissolver e neutralizar o poder dos elementais que nós próprios criamos subconscientemente?


— Você deve ter em mente — respondeu Daskalos — que o poder e a forma dos elementais não são dissolvidos até terem cumprido a tarefa para a qual foram construídos. Por essa razão devemos estar prontos para encarar as conseqüências de nossos pensamentos e ações. Um elemental nos manterá responsáveis não só nesta vida, mas também nas próximas encarnações. Portanto, o construtor de um elemental terá, mais cedo ou mais tarde, que se confrontar com os elementais que ele próprio construiu.


— Você poderá perguntar se, hoje, temos condições de evitar a influência de estados anteriores. Sim, uma vez que usemos uma força igual à dos elementais que havíamos construído. Mas precisamos de sabedoria e de um forte desejo de corrigir erros passados. Podemos resistir ao impacto de velhos elementais ou sucumbir a eles criando outros semelhantes e reforçando os velhos elementais.


— De que forma se pode lutar — perguntou alguém — contra elementais como o vício de fumar ou beber?


— Antes de mais nada, não se deve lutar contra esses elementais. O inimigo é invisível e tende a vencê-lo. Fazendo uma guerra aberta a esse elemental, nós o energizamos. O modo de neutralizar seus poderes é ignorá-lo. Deixe-me dar um exemplo. Na nossa sociedade, hoje, vemos um grande número de pessoas discutindo fanaticamente sobre política.

As discussões políticas são muito comuns, muitas vezes levando até ao desmembramento de famílias. Isso é terrível e pode mesmo produzir um certo desequilíbrio nas pessoas. Conheci alguém assim que tentou, repetidamente, evitar as discussões sobre política, mas sem resultado. Ele sempre conseguia, não se sabe como, se meter em discussões políticas, e ficava tremendo de raiva. "Não posso ouvi-los falar assim", ele me confidenciou certa vez. Como vê, o elemental do narcisismo era muito forte nele. Ele queria aparecer, provar que sabia mais do que os outros e impor seus pontos de vista.

Eu lhe expliquei que era uma fraqueza pessoal da parte dele, que ele poderia superar com a auto-análise. Aconselhei-o a não lutar contra essa necessidade, mas a, conscientemente, tentar ficar indiferente. "Amanhã", sugeri, "quando for ao escritório e eles começarem a discutir política, você, com toda a certeza, vai querer participar.

Neste momento, tente se lembrar de que deve evitar perder o autocontrole. O elemental dentro de você irá impeli-lo a intervir para mostrar seus conhecimentos e sabedoria. Ouça com cuidado, julgue e pondere os argumentos deles, mas não diga nada. "Mas não seria melhor eu, simplesmente, sair?", perguntou ele. "Não, você não vai ganhar nada fugindo."


— Naturalmente, ele teve dificuldade para fazer este exercício. No começo, não conseguia resistir à tentação. Mas, ao fim do dia, ele avaliou suas ações. Depois de três ou quatro tentativas, ele resolveu seu problema. Um dia, veio até mim e me agradeceu por ajudá-lo a reaver seus amigos.


— Com indiferença você extrai o poder dos elementais e os neutraliza. Eles se dissolvem ou flutuam na esfera etérica onde poderão ser apanhados por outras pessoas. Quando avançamos espiritualmente, tomamos consciência da nossa responsabilidade pela queda do nosso semelhante, como resultado de elementais por nós deixados no mundo cósmico. Você entende, agora, o que Cristo disse: "Não julgueis para não serdes julgado"? Porque você será julgado por seu próprio eu interior. Você criou tais elementais, não importando o fato de ter transcendido o estado que o levou a criá-los.


— Eu recomendo que vocês não se preocupem com o modo que os outros os julgam ou com o que eles pensam de vocês. Temam apenas o julgamento do seu próprio eu interior. Alguém, uma vez, me perguntou se eu tinha medo de Deus. Eu disse que não, eu amo a Deus e tento ser digno do Seu amor. E quanto às pessoas à sua volta? Insistiu meu interlocutor. Não, eu disse. Eu não os julgo e não me importo com a opinião deles sobre mim. Você não tem medo de nada? Eu tenho medo de mim mesmo porque não posso enganar a mim mesmo.

Quando me sento para meditar e fazer minha análise, meu eu interior perguntará: "O que você disse? O que você fez? O que você deveria fazer e não fez?" Quando começamos a ouvir o nosso eu interior, estamos no caminho certo. Não mais criamos elementais maus que estarão flutuando nas esferas etéricas e atormentando aqueles que nos cercam.

O Pesquisador da Verdade deve alcançar um estágio no qual ele não cria elementais de desejos-pensamentos mas, em vez disso, elementais construídos conscientemente, que estejam sob seu pleno controle. Quando os elementais saem dele, ele será capaz de governá-los e guiá-los, não importando a distância em que estejam. Tais elementais de pensamentos-desejos são mais concretos, mais eficazes e de maior duração. Por isso somos mais responsáveis por eles. Uma pessoa de pensamentos benévolos deve ter certeza de que o que ela constrói recebe as bênçãos das esferas mais elevadas. Nenhuma prece jamais ficou sem resposta e nenhuma imprecação ficou sem punição.


— 0 que acontece — perguntou alguém na sala — quando enviamos um pensamento bom a alguém que não é receptivo?


— Como já disse antes, segundo a Lei, qualquer elemental que projetemos irá, no final, voltar para nós. No caso de elementais maus, construídos consciente ou subconscientemente, a punição é inerente a eles. Quando voltam, eles adquirem maior força e extensão de vida.

A pessoa contra quem projetamos um elemental mau será afetada se também vibrar na mesma freqüência que nós. De outra forma, o Elemental baterá na sua aura e voltará para nós com sete vezes a sua força original. Este é o tipo de elemental que um Pesquisador da Verdade deve aprender a não criar. Jesus chamou-os de "espíritos mudos e surdos" que saíram do ser humano e, sem encontrar descanso, voltam ao indivíduo, carregando consigo outros do mesmo tipo.


— De modo semelhante, quando projetamos um elemental bom e a pessoa não estiver preparada para recebê-lo naquele momento, este baterá em sua aura e voltará para nós. Só que neste caso, o elemental deixará sua marca na aura da pessoa. Aquela energia estará lá para beneficiar tal pessoa assim que ela esteja preparada para vibrar de forma análoga. Portanto, você deve sempre ter em mente que o bem nunca se perde. E se você ama alguém que a seu ver não merece, não desista ou se desespere. Continue mandando elementais de amor e de bondade. Mais cedo ou mais tarde estes produzirão o efeito na pessoa, nesta ou em próximas encarnações.

Lembre-se do que Cristo disse: "Amai seus inimigos." Tenha em mente que aqueles que julgamos ser nossos inimigos são, na realidade, pessoas ignorantes. Para nós, a palavra "inimigo" não existe. Não chamaremos aos desmiolados de nossos inimigos. Tenha em mente que quando amamos quem nos ama, isto é algo compreensível e muito humano. Mas, quando amamos aqueles que nos odeiam, é um estado divino. Isso nos eleva espiritualmente. Quando ferimos a quem nos ama, isso é satânico. Infelizmente, coisas assim ocorrem com excessiva freqüência em nossa sociedade hoje em dia.


— Produzimos elementais quando dormimos? — alguém perguntou.


— Sim, claro. Quando dizemos que uma pessoa está adormecida, é apenas o seu corpo de matéria densa que dorme. Mas, como uma personalidade autoconsciente, ela está usando a Mente na forma de sentimentos e pensamentos abstratos. Ela os mistura e, subconscientemente, cria e projeta elementais.

Devo acrescentar que, quando uma pessoa dorme, ela fica mais sujeita à influência dos seus próprios elementais do que quando está acordada e preocupada com os afazeres da vida diária. Procure observar como muitas coisas que deseja e das quais se esquece enquanto está acordado, vêm a você logo que adormece, ou durante o sono. Quando o indivíduo se encontra em tais estados receptivos ele fica sob o bombardeio do seu próprio eu, dos elementais que construiu anteriormente. Por esta razão uma das promessas dos Pesquisadores da Verdade é que, todas as noites, antes de dormir, se passe alguns minutos fazendo auto-análise.

É exatamente neste ponto que as pessoas começam a se abrir e se tomar receptivas a seus próprios pensamentos e desejos. Não será difícil dragá-los da memória. Neste momento, torna-se mais fácil estudá-los, conhecê-los e dominá-los. Aprendendo a usar a Mente com propriedade, descobriremos quem realmente somos e começamos a distinguir nossos verdadeiros egos das situações que nos rodeiam e que nos mantêm escravos.


— Quero, agora, que se sentem confortavelmente — disse Daskalos. Houve alguma agitação na sala enquanto todos tentavam acomodar as pernas. Daskalos se preparava para dar um exercício.


— Fechem os olhos. Quero que criem uma cobra com suas mentes. — Alguns segundos depois, Daskalos continuou, vagarosamente, com uma voz mesmerizante. — Segurem-na com ambas as mãos. Ela não é tão horrível quanto se imagina. É um elemental que pode obedecer-lhes. Imaginem que a estão segurando pela cabeça e pelo rabo. Ela se move. Ora, ora. . . — disse Daskalos, mostrando desapontamento.

— Vocês estão apavorados! Se eu tivesse pedido para segurar uma cobra dourada, inanimada, não teriam sentido medo. Mas têm medo de segurar nas mãos o sopro da vida. Muito bem. Segurem uma cobra dourada. Assim fica mais fácil para vocês — disse Daskalos, com jocosa ironia. — Quero que alguns de vocês lhe dêem vida agora. Ela não pode mordê-los ou machucá-los. É um inocente elemental. Coloquem-na no chão digam com seu pensamento: "Nenhuma cobra vai, jamais, ser capaz de me ferir." Eu lhes garanto: de hoje em diante, nada têm a temer em relação a cobras. Este elemental entrará em qualquer cobra que esteja prestes a" feri-los e a acalmará. Este é um método que pode ser usado para domesticar os animais que os rodeiam. Não se esqueçam de que nós mesmos somos responsáveis por fazer dos animais nossos inimigos.


Em diversas ocasiões, Daskalos tinha falado sobre a maneira como o homem fez dos animais da Terra seus adversários; houve um tempo em que homens e animais viviam em paz e harmonia. Se você amar genuinamente um animal, disse ele, não importa qual seja, você nada tem a temer. É a nossa hostilidade em relação aos animais que faz com que eles nos ataquem.

Daskalos disse que podia conversar com os animais, inclusive com as cobras. Certa vez, ele me contou que uma cobra veio acomodar-se em cima de uma tela que ele estava pintando; ele pegou um pouco de açúcar, colocou na boca e, após misturá-lo à saliva, convidou a cobra para comer diretamente de sua boca. A cobra aceitou o convite e lambeu o açúcar com sua língua. Houve uma testemunha ocular deste episódio que, segundo contam, quase desmaiou.

Em outra ocasião, aos dez anos de idade, Daskalos entrou furtivamente na jaula de um leão de circo e foi brincar com ele. Disse que o leão o havia convidado. Crescido, já avô, durante uma visita ao zoológico britânico, realizou um feito semelhante. De acordo com seu cunhado que o acompanhava, Daskalos, como uma criança levada, entrou de alguma forma no covil dos leões e brincou com os animais. Em determinado momento ele colocou a cabeça dentro da boca de um dos leões. Fez isso diante dos olhos horrorizados de espectadores e do administrador do zoológico; este ficou tão impressionado que quis contratar Daskalos na mesma hora.


— Uma vez que estejamos treinados a construir elementais vivos e poderosos — disse Daskalos — seremos capazes de conseguir tal feito. Foi assim que Daniel pôde acalmar os leões. Com sua mente, Daniel criou elementais de leões domesticados e os projetou dentro do covil de bestas famintas.

— Agora — continuou Daskalos enquanto todos estavam de olhos fechados —, imaginem que estão segurando na mão esquerda uma bela laranja. Imaginem o fruto tão perfeitamente quanto possível. Arranhem sua casca com a mão direita e cheirem-na. Podem cheirá-la. Segurem-na fortemente nas mãos e visualizem-na tão bem quanto possível. Vocês acabaram de criar o modelo etérico através do qual a laranja pode ter uma existência material. Até a próxima aula quero que criem um objeto com suas mentes uma ou duas vezes por dia, poucos minutos por vez. Concentrem-se nisso. Façam-no tão perfeitamente quanto possível. Primeiro, façam objetos tais como uma fruta ou uma flor. Depois, construam uma criatura viva, como um pardal ou uma pomba. Mas devo avisá-los: não cometam o mesmo erro que um aluno meu.

Ele criou o elemental de um cachorro e não conseguiu mais controlá-lo. Esta pessoa ingênua aprendeu a construir elementais poderosos e achou, o idiota, que seria uma boa idéia criar um cachorro com matéria noética que vigiasse sua casa sem ele ter de alimentá-lo. Durante quarenta dias, através de intensa concentração, ele impregnou seu elemental com éter. Chegou a um ponto em que não mais podia controlá-lo. O elemental tomou-se tão poderoso que os vizinhos até o ouviam uivar à noite.


— Você deve saber que, quando tal elemental é construído, adquire as características da pessoa que o criou. Se esta pessoa tiver uma aversão por alguém, o elemental atacará. Da mesma forma, quando alguém tem pensamentos negativos ou sentimentos contra quem criou o elemental, ele também atacará. Foi exatamente o que aconteceu neste caso. Uma noite, esse meu aluno estava desesperado e veio até mim. "Salve-me", implorou. Não podia mais controlar o cachorro e este até começou a atacá-lo. Com grande esforço, consegui dissolver o elemental. Não tive outra escolha: com grande pesar, fui obrigado a expulsá-lo de nossos círculos. Tirei a sua veste branca, por assim dizer. Só tirei o tecido. A veste branca sempre estará em volta dele, para guiá-lo através da eternidade.


— Deve-se ter sempre em mente que ao criar elementais de pensamentos-desejos, se está lidando com substância divina, e não com simples barro. A aquisição de tais poderes é uma grande responsabilidade. Devemos fazer experiências, mas devemos ser suficientemente sábios para criar elementais de pensamentos-desejos que beneficiem nossos semelhantes, e não para satisfazer desejos egoístas. O nosso objetivo é nos tornarmos psicoterapeutas e não feiticeiros de magia negra. Que o amor do Mais Amado esteja com vocês e em seus lares e com todo o mundo.


Depois que Daskalos terminou a aula, fiquei, por alguns minutos na Stoa, falando com Iacovos, enquanto a maioria dos outros conversava fora, embaixo da parreira de Daskalos. Uma mulher de meia-idade, que parecia conhecer bem Iacovos, voltou à Stoa e pediu que este a ajudasse. Ela estava prestes a ser internada num hospital para ser operada, e indagava se seria possível evitara operação através da cura. Daskalos a aconselhara a não se preocupar e a fazer a operação. Ele, então, enviou-a a Iacovos para que este lhe desse alguma ajuda. Acho que isso era parte do método que Daskalos usava para treinar Iacovos na arte de curar, da mesma maneira que um cirurgião treina um residente.


Em poucas palavras, a mulher explicou a Iacovos o problema e o medo que tinha de se submeter ao bisturi do cirurgião. Iacovos tentou minimizar sua ansiedade com palavras confortadoras e, então, pediu a ela que se sentasse numa cadeira. Colocou as mãos sobre a cabeça dela, fechou os olhos e respirou profundamente. Permaneceu nesta posição por uns cinco minutos.


—Pense em mim quando estiver para ser operada, e eu estarei lá — disse Iacovos à mulher.


— O que, exatamente, você fez com ela? — perguntei, curioso, depois de a mulher agradecer e ir juntar-se aos outros no quintal.


— Apenas construí um elemental terapêutico — disse Iacovos com firmeza. — A paciente pensará em mim instantes antes da operação. Quando ela o fizer, o elemental que criei se tornará ativo e fará exatamente o que eu faria se lá estivesse em pessoa. O pensamento dela criará o contato entre mim e ela. O elemental absorverá energia do meu duplo etérico para agir.


— Em que você estará pensando naquele momento? — perguntei.


— Eu talvez sinta algum cansaço ou ficarei como que ocupado com pensamentos profundos. É difícil explicar.


— Como você formou aquele elemental? — tentei investigar ainda mais, enquanto reparava que a maioria dos alunos de Daskalos já havia ido embora.


— Usei certas propriedades da vitalidade etérica para formar um elemental que fosse apropriado para a situação dela.


— Você quer dizer que um elemental terapêutico difere de outro? — perguntei de novo.


— Claro! Diferem em termos de forma e da intensidade de desejo que possuem.


— O que, exatamente, você fez na hora em que a mulher pediu o seu auxilio?


— Criei uma bola de luz azul-clara, a qual projetei no corpo etérico dela. Aquela bola de luz se energizará no momento em que a paciente pensar em mim.


— Parece muito simples — observei com alguma ironia.


— Não é tão simples quanto parece. Você precisa usar uma concentração intensa para formar tal elemental. Caso contrário, ele se dissolverá.


Venha! Daskalos está esperando por nós.


Do livro “O MAGO DE STROVOLOS”, de Kyriacos C. Markides, que é a primeira parte de uma trilogia cujo tema central é Daskalos, o Mago de Strovolos, ou Stylianos atteshlis (seu verdadeiro nome). 


 Fonte:
http://dharmadhannyael.blogspot.com.br/

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