O ESCÂNDALO VATILEAKS E A RENÚNCIA DO PAPA : TRAMA DE CORRUPÇÃO,SEXO E TRÁFICO DE INFLUÊNCIAS NO VATICANO

Filippo Monteforte/AFP

Santa Sé nega que escândalo do
Vatileaks seja motivo da renúncia
do papa

Em matéria assinada por Giacomo Galeazzi, o jornal italiano La Stampa indaga se o informe sobre o chamado escândalo 'Vatileaks' será levado a público pela comissão encarregada de analisar as denúncias sobre uma suposta trama de corrupção, sexo e tráfico de influências no Vaticano. Segundo o jornal, sabe-se apenas que o papa agradecerá aos cardeais Julián Herranz, Jozef Tomko e Salvatore De Giorgi pelo seu trabalho. Por outro lado, a Santa Sé nega que o escândalo seja o motivo da renúncia de Bento XVI.
O La Stampa diz que o papa deve se reunir no início da próxima semana com os três cardeais da comissão de investigação sobre o caso 'Vatileaks' e pode suspender o decreto pontifício que pesa sobre o informe dos cardeais para que seja examinado na reunião do conclave que escolherá o sucessor de Bento XVI.
O documento elaborado pelos três cardeais que investigaram o caso confirma o que Bento XVI denunciou na famosa meditação de Sexta-feira Santa de 2005.
Sobre a denúncia feita pelo papa na quarta-feira de cinzas sobre a desfiguração da Igreja, o cardeal Herranz disse: "Claro, as divisões existem e sempre existirão, assim como as violentas contraposições de linhas ideológicas". Segundo Herranz, o novo pontífice terá que seguir a linha traçada por seus antecessores: dar a conhecer o Cristo, ensinar a amar a Cristo e evangelizar.
Nesta quinta-feira, o jornal La Repubblica afirmou que o papa Bento XVI decidiu renunciar após ter recebido um "informe ultrassecreto", elaborado pelos três cardeais, em que é denunciada uma suposta trama de corrupção, sexo e tráfico de influências no Vaticano.
De acordo com o jornal, em uma reportagem assinada pela jornalista Concita di Gregorio, o relatório que foi encomendado por Bento XVI a três cardeais no ano passado - o espanhol Julián Herranz, o eslovaco Jozef Tomko e o italiano Salvatore De Giorgi -, após vazamentos de documentos confidenciais em um escândalo que ficou conhecido como VatiLeaks, revela um sistema de "chantagens" internas baseado em fraquezas sexuais e ambições pessoais no clero.
O texto de 300 páginas, que se refere a um suposto "lobby gay" dentro do Vaticano, foi entregue em dezembro ao pontífice, segundo a jornalista, que não esclarece como teve acesso ao documento.
"Fantasias, invenções, opiniões", retrucou o porta-voz do Vaticano, o padre Federico Lombardi, após advertir que não comentaria a reportagem e dizer que os cardeais citados não aceitarão conceder entrevistas.
Com o título "Não fornicarás, nem roubarás, os mandamentos violados no informe que sacudiram o papa", o jornal sustenta que o ancião cardeal espanhol Herranz, da ordem Opus Dei, ilustrou ao papa no dia 9 de outubro do ano passado, os "assuntos mais escabrosos" do relatório, em particular a existência de uma "rede transversal unida pela orientação sexual".
"Pela primeira vez a palavra homossexualidade foi pronunciada no gabinete papal", relata a jornalista.
O "La Repubblica" sustenta que, durante oito meses, os cardeais interrogaram muitos prelados e laicos, dividindo-os por congregação e nacionalidade, e estabeleceram que existem vários grupos de pressão dentro do Vaticano, entre eles um sujeito a chantagem, a "impropriam influentiam", por sua homossexualidade.
Outro grupo é especializado em montar e desmontar carreiras dentro da hierarquia vaticana e outro ainda aproveita para usar recursos multimilionários para seus próprios interesses à sombra da cúpula de São Pedro através do Banco do Vaticano, segundo a publicação.

Fonte:http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2013/02/22/

A uma semana da renúncia do papa Bento 16, marcada para 28 de fevereiro, os jornais italianos voltaram a relacionar a decisão do pontífice com a investigação do vazamento de documentos confidenciais da Santa Sé, chamada de Vatileaks. Na edição desta quinta-feira (21), o "La Reppublica" apontou um relatório com cerca de 300 páginas sobre o escândalo como estopim para Bento 16.
"Não espere comentários, negações ou confirmações sobre este assunto". Essa foi a resposta do porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, quando foi questionado pelos jornalistas sobre o conteúdo do documento escrito pelos cardeais Julian Herranz, Salvatore De Giorgi e Josef Tomko.
Lombardi, durante coletiva de imprensa realizada nesta manhã, confirmou a existência do relatório entregue ao papa em dezembro de 2012. "A comissão fez o seu trabalho e entregou o relatório nas mãos do santo padre", completou o porta-voz.
O conteúdo do documento é sigiloso, mas, conforme o "La Reppublica", especula-se que os cardeais não mediram palavras para revelar casos de mau uso de dinheiro, disputas de poder, relações homossexuais dentro da Cúria Romana.
"Nós não estamos correndo atrás de todas as especulações, fantasias ou opiniões que são levantadas sobre a renúncia. E não espere por entrevistas com os três cardeais, porque a linha concordou em permanecer em silêncio e não divulgar informações sobre este tópico."

Antecipação do conclave

O porta-voz do Vaticano reiterou nesta quinta-feira (21) a possibilidade de Bento 16 publicar um "Motu Proprio" para antecipar o conclave e modificar algumas das regras relacionadas às orações e aos rituais da eleição do novo pontífice.
Mas, Lombardi esclareceu que o documento não irá mudar drasticamente o processo da votação. "Seria tocar apenas pontos de esclarecimento, não substanciais", destacou. Segundo ele, ainda não há prazo para a publicação do "Motu Proprio".


Fonte:http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2013/02/21/

Papa transfere monsenhor após vazamento de dossiê sobre VatiLeaks

Ettore Balestrero foi nomeado embaixador para a Colômbia; jornais afirmam que relatório confidencial revelou investigação de sistema de corrupção, sexo e tráfico de influência.

O papa Bento 16 transferiu um oficial de alto escalão da Secretaria de Estado do Vaticano para a Colômbia em meio a uma avalanche de especulações na mídia italiana sobre o conteúdo de um relatório confidencial.
O monsenhor Ettore Balestrero foi nomeado subsecretário do Ministério das Relações Exteriores do Vaticano, em 2009. O papa Bento 16 o indicou nesta sexta-feira (22) como embaixador para a Colômbia. O arcebismo Antonio Camilleri substituirá Balestrero no cargo.


Monsenhor Ettore Balestrero
participa de coletiva no Vaticano
(foto de arquivo)

Jornais italianos há dias têm trazido reportagens sobre o suposto conteúdo de um dossiê, que teria sido apresentado pro Bento 16 em dezembro. O relatório, produzido por três cardeais, traz a investigação sobre a origem do escândalo dos vazamentos, os VatiLeaks.
O escândalo surgiu no ano passado depois que documentos que estavam na mesa do papa foram publicados. O mordomo do papa foi condenado em outubro, mas, em dezembro, teve o perdão do pontífice.
O Vaticano se recusou a comentar as reportagens sobre o suposto dossiê que teria levado Bento 16 a renunciar. O próprio papa justificou sua saída do cargo por não ter mais vigor físico e mental.

Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, indicou que Bento 16 se encontraria com três cardeais antes do dia da renúncia em 28 de fevereiro.
Balestrero era chefe da delegação da Santa Sé para o conselho europeu contra lavagem de dinheiro e financiamento de atos terroristas (Moneyval). O Vaticano se submeteu a uma avaliação do Moneyval no intuito de melhorar sua reputação no mundo financeiro.

O Vaticano passou no teste na primeira tentativa em agosto e o Moneyval disse que a Santa Sé fez um grande progresso em um curto espaço de tempo. Mas a Santa Sé recebeu notas ruins por suas agências de vigilância e seu banco, fonte da maior parte dos escândalos envolvendo o Vaticano.

Alguns documentos que vazaram em meio ao escândalo do Vatileaks trouxeram a discussão do nível de transparência financeira da Santa Sé. O Vaticano agora trabalha para cumprir as recomendações da Moneyval antes da próxima rodada de avaliação. Lombardi disse que o processo da Moneyval simplesmente seria tocado por outra pessoa com a partida de Balestrero.
De acordo com o La Repubblica, a decisão do papa em deixar o cargo se deu após o recebimento de uma investigação realizada por três cardeais - o espanhol Julián Herranz, o eslovaco Jozef Tomko e o italiano Salvatore de Giorgi - em que é revelada uma suposta trama envolvendo corrupção, tráfico de influências e sexo na Santa Sé.
 
Com 300 páginas, o texto, entregue a Bento 16 em dezembro, se refere a uma espécie de troca de favores homossexuais dentro do Vaticano. "Pela primeira vez, a palavra homossexualidade foi lida em voz alta no gabinete de Ratzinger", diz a jornalista Concita de Gregorio, que assina o texto, sem revelar de que forma teve acesso ao documento.
"Tem sido dito que erra era uma hipótese por trás da renúncia do papa, mas acho que precisamos respeitar a consciência (de Bento 16)", disse Herranz a Radio24 na semana passada. "Certamente, há divisões e sempre houveram, assim como violentas contraposições sobre linhas ideológicas. Isso não é novidade, mas sim, têm peso."

Fonte:http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2013-02-22/

 

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