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A Psicopatia tem sido associada ao protótipo do assassino em série, porém, nem todos os assassinos são psicopatas e nem todos os psicopatas chegam a ser assassino, ou mesmo fisicamente violentos!
Importa desmistificar esta ideia, porque podemos estar a lidar diariamente com um psicopata, sem termos a noção que aquela pessoa está realmente doente e que afinal, todas as intrigas, confusões, desacatos, mentiras e mau-estar causados pelo mesmo, não são apenas fruto de “mau jeito”.
Embora esta patologia seja mais comum no homens, também é possível encontrar mulheres psicopatas.
Os primeiros sinais começam a tornar-se mais evidentes a partir dos 15 anos de idade, embora se possam reconhecer algumas atitudes que apontem neste sentido em idade mais tenra.
Eis então alguns sintomas que um psicopata apresenta:
- Ausência de Culpa: Nunca sente arrependimento, nem remorsos. Os outros é que são os culpados de tudo o que acontece de mal e vive com a certeza absoluta que nunca erra, nem errou. Não teme a punição por ter a certeza que tudo o que faz tem um propósito benéfico,embora tenha a noção de que os seus atos são premeditados.
Quando é denunciado, recusa a reabilitação ou qualquer tratamento e na impossibilidade de fugir, simula uma mudança de carácter, para mais tarde voltar aos padrões comportamentais que lhe são característicos e até, vingar-se de quem o tentou ajudar.
- Mestres da Mentira: Para eles a realidade e a ilusão fundem-se num só conceito pelo qual regem o seu mundo. São capazes de contar uma mentira como se estivessem a descrever detalhadamente uma situação real. Não mentem apenas para fugirem de uma situação constrangedora, mas pura e simplesmente porque não sabem viver sem o ato de mentir.
- Manipulação e Egoísmo: Não tem a noção de bem comum. Desde que ele esteja bem, o resto do mundo não lhe interessa. O psicopata é um indivíduo extremamente manipulador que usa o seu encanto para atingir os seus objetivos, nunca pensando nas emoções alheias. Não reconhece a dor que provoca nos outros e por isso, usa as pessoas como peões, objetos que pode por e dispor conforme lhe convem. Manifesta facilidade em lidar com as palavras e convencer as pessoas mais vulneráveis a entrarem no “jogo” dele.
Querem controlar todos os relacionamentos, impedindo que familiares e amigos confraternizem paralelamente, sem a sua presença.
- Ausência de Afeto: Não são pessoas afetuosas com o próximo e enquanto pais, não são do genero de “dar colo” aos filhos. Usam os filhos ou familia como “marionetes”, em função dos seus próprios interesses, não respeitando as suas escolhas, quer a nível pessoal, quer profissional! Baseia os seus “métodos educativos” na humilhação e chega a ser totalmente negligente para com os seus.
- Impulsivo: Devido ao deficit do superego, não consegue conter os seus impulsos, podendo cometer toda a espécie de crimes, friamente e sem noção de culpa.
- Isolamento: Gostam de viver só e quando vivem com outros, querem liderar o grupo, mesmo que para isso destrua uma família inteira.
Este texto é apenas informativo e certamente existem variaçoes e novos sintomas, pois como todos sabemos, nós, enquantos sujeitos, não somos cartesianos e previsíveis em todos os aspectos, portanto como nos posts anteriores, NÃO OUSE VESTIR OS SINTOMAS aqui escritos ou descrito s em qualquer outro lugar, pois antes de mais nada, você pode estar cometendo uma enorme injúria contra si mesmo. Seja prudente, analítico e cognitivo. Respeite-se.
Texto:CLEBER MARTINS
Fonte:http://psicanalisefocal.blogspot.com.br/2011/07/psicopatia.html
Um pouco de psicologia: Psicopatia/Sociopatia
Um tema que se conversa muito por aí e gera vários debates e dúvidas é a famosa determinada pela psicopatologia: a psicopatia (quanta psicologia!). Conhecida também, atualmente, como sociopatia, é um transtorno de personalidade no qual a pessoa é desprovida de culpa, compaixão e empatia. A psicanálise explica tal transtorno da seguinte forma: o ID predomina sobre o SUPEREGO. Bem, vou ter que explicar o que é isso.Os psicanalistas (Sigmund Freud, à esquerda, é o grande inventor da história toda) defendem uma divisão de nossa mente, nossa psique em três partes: id, ego e superego. O ID é a libido, nós já nascemos com essa parte desenvolvida e ela é super necessária para a sobrevivência, principalmente no início da vida, pois é essa "energia" que nos move para saciar nossas necessidades básicas. Resumindo, o ID é o responsável pelas vontades, pela busca do prazer (não só sexual! *as pessoas sempre pensam nisso primeiro quando se fala em prazer e libido, mas aqui o lance é generalizado, ok?).
No SUPEREGO encontra-se a moral, a ética, os princípios que aprendemos com nossa sociedade, com nossa cultura. As leis e todos esses valores "abstratos" com os quais lidamos no nosso dia-a-dia. Ou seja, o superego é quem nos diz o que é certo e o que é errado.
Por fim, temos o EGO, que é o mediador entre os outros dois. É o nosso ego que decide e equilibra nossas ações.
Agora creio que todos compreendem porque o psicopata não segue e não compreende os valores básicos de convivência, afinal seu ID predomina em sua vida: a única coisa que importa é o prazer próprio! E não importa se eu tiver que pisar e prejudicar o próximo para atingir meus objetivos, é assim que pensa um psicopata.
O indivíduo com esse transtorno não é considerado um débil nem um louco, pois eles costumam ser, na realidade, bem inteligentes. Não são sábios, mas são inteligentes. E eles sabem, na realidade, o que é certo e o que é errado, mas estão pouco se lixando para isso.
Existem níveis de psicopatia: os leves, nos quais não ocorrem crimes bárbaros como assassinato e tortura, mas que levam a pessoa a maltratar o próximo sem piedade, tirar proveito de amizades, pisar nos colegas de trabalho para subir de cargo, manipular verbas, dentre muitos outros atos sem vergonhinha e_e.Se analisarmos bem, podemos ver que muitos políticos que representam nossa nação e outras do mundo inteiro são verdadeiros psicopatas!
Isso nos mostra que a psicopatia é muito mais frequente do que se aparenta. Estamos acostumados com histórias e filmes de psicopatas assassinos cruéis, mas não é necessário ser um criminoso homicida para ser um psicopata.
Mas agora vou chegar onde eu queria chegar com essa conversa toda, finalmente! Existem estudos para se determinar se a psicopatia é uma doença genética, neurobiológica ou se é um transtorno que se desenvolve através da vivência. Já que ela não tem cura, é necessário saber suas causas.
Vou colocar aqui aquilo no que acredito e, não só eu, mas muitos psicólogos e psiquiatras respeitados afirmam: não é uma doença puramente genética nem puramente de experiências. Uma pessoa pode nascer com predisposição genética para desenvolvê-la, mas predisposição é diferente de predeterminação!
Pense bem: se um indivíduo nasce com uma leve predisposição a desenvolver psicopatia, mas é criado, desde o início de sua vida em um ambiente harmonioso, com muito amor e carinho, respeito e valores positivos, você acha que ele será um psicopata? Pois eu não acho.
O filme Hannibal Rising (Hannibal, a origem do mal, em português ¬¬),baseado na obra de Thomas Harris, exemplifica bem essa tese. Hannibal é o famoso psicopata extremamente cruel e sanguinário, além de canibal, da literatura/cinema americano. Mas sua infância foi marcada pelas mais terríveis experiências. Ele assiste a morte dos pais e da irmãzinha (que foi literalmente comida por um bando de homens violentos que os aprisionaram por dias. Ela foi transformada em uma sopa e Hannibal ainda comeu sem saber que a carne era de sua irmã, descobriu isso anos depois). Ele consegue escapar e está sozinho, num frio congelante e desmaia depois dessas vivências terrivelmente traumatizantes.
Onde quero chegar? Bem, isso tudo, de acordo com os valores comuns, não dá razão a Hannibal, pois os crimes que cometeu são bruscamente cruéis, bárbaros (é interessante reparar que ele cometeu esses crimes com pessoas fáceis de se considerar desprezíveis, na maioria das vezes). Mas se ele nasceu com essa leve predisposição, você não acha que essas experiências aterrorizantes que ele viveu na infância o estimularam para seu comportamento assassino, psicopata? Será que se tudo tivesse dado certo no esconderijo da família dele, se eles tivessem conseguido passar por tudo ilesos (estavam se escondendo de uma guerra, se me lembro bem), e seguissem suas vidas felizes... Será que Hannibal teria se tornado um psicopata?
Expresso aqui essas ideias porque sou o tipo de pessoa que detesta determinismos: o ser humano é complexo demais para se dizer que as causas de seus transtornos são DESSA ou DAQUELA origem. Claro que não! Existe uma interligação aí!
Assistam à série Hannibal *quem tiver estômago, é claro! fikdik
Bem, é isso galera! Aqui estão as referências:
http://www.psicopatia.com.br/psicopata.php
Documentário: Zeitgeist - Moving Forward (muito bom!!)
Série Hannibal: Hannibal, a origem do mal (Hannibal Rising), Dragão Vermelho (Red Dragon), Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs) e Hannibal. *coloquei aqui na ordem da história, e não das publicações dos livros. Obras de Thomas Harris.
SOBRE PSICOPATIA
Psicopata, a rigor designa um indivíduo, clinicamente perverso que tem personalidade psicopática. Contudo, essa última categoria nosológica em especial, dá o nome ao grupo conhecido como sociopatas. Estes por sua vez, na perspectiva psicanalítica são os portadores de neuroses de caráter ou perversões sexuais.
A psicopatia é um distúrbio mental grave caracterizado por um desvio de caráter, ausência de sentimentos genuínos, frieza, insensibilidade aos sentimentos alheios, manipulação, egocentrismo, falta de remorso e culpa para atos cruéis e inflexibilidade com castigos e punições. Apesar da psicopatia ser frequente nos indivíduos do sexo masculino, também atinge as mulheres, em variados níveis, embora com características diferenciadas e menos específicas que a psicopatia que atinge os homens.
Embora popularmente a psicopatia seja conhecida como tal, ou como "sociopatia", cientificamente, a doença é denominada como sinônimo do diagnóstico do transtorno de personalidade antissocial.
A psicopatia parece estar relacionada a algumas importantes disfunções cerebrais, sendo importante considerar que um só único fator não é totalmente esclarecedor para causar o distúrbio; parece haver uma junção de componentes. Embora alguns indivíduos com psicopatia mais branda não tenham tido um histórico traumático, o transtorno - principalmente nos casos mais graves, tais como sádicos e serial killers - parece estar associado à mistura de três principais fatores: disfunções cerebrais/biológicas ou traumas neurológicos, predisposição genética e traumas sociopsicológicos na infância (ex, abuso emocional, sexual, físico, negligência, violência, conflitos e separação dos pais etc.). Todo indivíduo antissocial possui, no mínimo, um desses componentes no histórico de sua vida, especialmente a influência genética. Entretanto, nem toda pessoa que sofreu algum tipo de abuso ou perda na infância tornar-se-a um psicopata sem ter uma certa influência genética ou distúrbio cerebral; assim como é inadmissível afirmar que todo psicopata já nasce com essas características. Portanto, a junção dos três fatores torna-se essencial; há de se considerar desde a genética, traumas psicológicos e disfunções no cérebro (especialmente no lobo frontal e sistema límbico).
O psicólogo português Armindo Freitas-Magalhães é o autor do projeto científico pioneiro "Psicopatia e Emoções em Portugal" (2010)[1] com o objectivo de compreender os processos cerebrais envolvidos nas reacções neuropsicofisiológicas da expressão facial da emoção, conhecer a razão pela qual o padrão de emocionalidade negativa é recorrente na psicopatia, se há diferenças de género e idade e procurar os motivos orgânicos e ambientais envolvidos e estabelecer um padrão que permita o tratamento e a profilaxia do crime. Para verificar e analisar o cérebro dos psicopatas e a relação correspondente à expressão facial, será utilizada a imagiologia de ressonância magnética funcional (fMRI), a psicometria neurofuncional e as plataformas informáticas que estimulam os sistemas cerebrais, particularmente o límbico.
De maneira geral, nos homens, o transtorno tende a ser mais evidente antes dos 15 anos de idade, e nas mulheres pode passar despercebido por muito tempo, principalmente porque as mulheres psicopatas parecem ser mais discretas e menos impulsivas que os homens, e por se tratar de um transtorno de personalidade, o distúrbio tem eclosão evidente no final da adolescência ou começo da idade adulta, por volta dos 18 anos e geralmente acompanha por toda a vida.
Critérios pelo DSM-IV-TR para transtorno de personalidade antissocial (F60.2/301.7)
- A. Um padrão pervasivo de desrespeito e violação aos direitos dos outros, que ocorre desde os 15 anos, como indicado por pelo menos três dos seguintes critérios:
- 1.Fracasso em conformar-se às normas sociais com relação a comportamentos legais, indicado pela execução repetida de atos que constituem motivo de detenção;
- 2.Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro;
- 3.Irritabilidade e agressividade, indicadas por repetidas lutas corporais ou agressões físicas; porém, paradoxalmente, têm fama e geralmente agem de forma bem comportada.
- 4.Desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia;
- 5.Irresponsabilidade consistente, indicada por um repetido fracasso em manter um comportamento laboral consistente ou honrar obrigações financeiras;
- 6.Ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter ferido, maltratado ou roubado outra pessoa.
- 7. Comportamento sexual exacerbado e inadequado, via de regra com vários parceiros, sem nenhuma ligação afetiva;
- 8. Agressividade contra animais domésticos;
- 9. Desrespeito e desprezo por ambientes familiares;
- B. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade.
- C. Existem evidências de Transtorno de Conduta com início antes dos 15 anos de idade.
- D. A ocorrência do comportamento antissocial não se dá exclusivamente durante o curso de Esquizofrenia ou Episódio Maníaco.
História
Em obras francesas do século XX, o termo psicopata passou a ser utilizado como sinónimo de psicótico. Alguns estudos psicológicos mais recentes apontam para a controversia; segundo alguns autores, os indivíduos psicopatas são perversos, mesmo que os indícios nosológicos tenham tendência a mostrar que os chamados psicopatas possa ser personalidades psicóticas de tipo limítrofe (entre a neurose e a psicose).Graus de psicopatia
O psicopata é facilmente identificado como aquele indivíduo exemplar, muito bem educado e gentil, muitas vezes sociáveis e simpáticos. Geralmente, eles têm fama de muito bem comportados, os que causam menos confusões em lugares como escolas e ambiente de trabalho - não raro, recebem elogios diversos de professores, chefes, funcionários etc. Em suma, são tidos como aqueles indivíduos que a maioria das pessoas nunca imaginaria nenhuma atrocidade vinda desse ser. Quando cometem algum tipo de maldade ou crime, frequentemente as pessoas ao seu redor ficam surpresas e têm dificuldade em acreditar nesses relatos. Entretanto, em contraste com tais características, um ponto muito comum entre todos os psicopatas é o ambiente intrafamiliar marcado por diversos e extensos conflitos; todo psicopata tem um ambiente familiar conturbado, permeado por constantes discussões e brigas.Psicopata comunitário ou de grau leve
A maioria dos psicopatas corresponde àqueles de grau leve, por isso, geralmente não satisfazem totalmente todos os critérios do DSM do transtorno de personalidade antissocial. Eles são os psicopatas mais comuns, tendem a exibir poucos critérios e são aqueles que dificilmente matam; entretanto, são os mais difíceis de serem diagnosticados porque tendem a se passar despercebidos no ambiente social, caracterizando o "psicopata comunitário". Geralmente, possuem inteligência média ou até mesmo maior que a média, mas são frios, racionais, mentirosos, não se importam com os sentimentos alheios e são os psicopatas ditos dissimulados: escondem tais características de forma que pouquíssimas pessoas consigam perceber, são muito manipuladores. Muitas vezes estão ao lado de todos e ninguém consegue perceber isto. Eles podem ser desde um falso colega oportunista que vive se fazendo de vítima, até trapaceiros, parasitas sociais, políticos, empresários e religiosos. Esse psicopata raramente vai para a cadeia, mas quando esses indivíduos - por algum motivo ilícito - vão para a prisão, são tidos como presos "exemplares" pelo seu bom comportamento: são muito bem vistos, comportados, não arranjam confusões e dissimulam uma aparência de inocentes coitadinhos, a ponto que outros presos e seguranças não consigam acreditar que aquela pessoa tão calma pôde cometer alguma atrocidade. Exatamente por isso, são os que mais facilmente conseguem enganar a todos, fazendo com que diminuam o tempo de pena na cadeia. Do ponto de vista infantil, esses indivíduos podem ou não ter traumas significantes que possam ter sido considerados agravantes do transtorno mas, de forma geral, tiveram uma educação aparentemente normal. Comumente foram crianças com grande charme superficial, encantavam facilmente adultos pela sua aparência de docilidade, entretanto, já apresentavam traços de frieza, insensibilidade, e intolerância à frustração - que podem ser evidentes em condutas como maltratar coleguinhas, animais, mentir etc.Psicopata antissocial ou de grau moderado a grave
Já o psicopata de grau moderado a grave corresponde àqueles que satisfazem quase ou todos os critérios do DSM do transtorno de personalidade antissocial e são os psicopatas deliberamente antissociais. Esses psicopatas têm uma alta tendência a se enquadrarem por exemplo, na categoria serial killers. A maioria apresenta as mesmas características do psicopata comunitário, entretanto apresentam condutas que os colocam contra à sociedade em geral fazendo com que sejam mais facilmente inseridos no meio carcerário. São menos frequentes, entretanto, uma vez que satisfazem quase ou todos os critérios para a personalidade antissocial, eles são aqueles que estão mais facilmente vulneráveis a delitos graves e chocantes. Eles geralmente são agressivos, impulsivos, frios, sádicos, mentirosos, não possuem empatia e são mais facilmente associados a psicopatas autores de grandes golpes ou assassinos e serial killers, entretanto, escondem tais características de forma que socialmente são vistos como pessoas normalíssimas, cujos verdadeiros instintos ninguém é capaz de desconfiar. Os de grau moderado geralmente estão mais infiltrados no meio das drogas, álcool, jogo compulsivo, direção imprudente, vadiagem e promiscuidade e vandalismo, além de grandes golpes e graves estelionatos. Os que apresentam um grau muito grave, frequentemente são assassinos sádicos, ou seja, obtêm prazer (principalmente sexual) ao ver o sofrimento de outra pessoa e são indivíduos excessivamente problemáticos, do ponto de vista emocional. Em contraste a essas características, de modo semelhante ao psicopata comunitário, podem apresentar-se como uma pessoa normal perante os outros e a sociedade, contudo, escondem uma personalidade muito mais sombria - esta ocasionalmente visível para familiares, por exemplo, onde o ambiente é marcado por discussões frequentes. Totalmente frios, sem remorso e ausentes de sentimentos carinhosos para com outros seres humanos, esses indivíduos não conseguem conter por muito tempo seus impulsos sádicos - embora saibam perfeitamente que seu comportamento é inapto e totalmente repudiado pela sociedade. É comum nessas pessoas, um histórico de doenças neuropsiquiátricas como depressão, déficit de atenção, transtornos de ansiedade ou outros distúrbios de personalidade, além de um persistente sentimento de vazio existencial e tédio, o que os faz buscarem constantes estímulos - inconstantes, enjoam de tudo facilmente, por isso sempre procuram algo novo e diferente para fazerem; mas possuem dificuldade em terminar o que começam. Na infância, esses indivíduos geralmente sofreram algum tipo de trauma significante o que pode ser considerado agravante da psicopatia. Normalmente foram crianças mais reservadas ou introvertidas, mas que, por vezes, apresentavam traços de transtorno de conduta.Sintomas
Mesmo que não demonstrem socialmente, a característica principal da psicopatia é um forte traço narcisista enraizado na personalidade. São pessoas megalomaníacas (se acham superiores às outras pessoas), imprevisíveis, sem escrúpulos, excessivamente egoístas e egocêntricas. São charmosas e manipuladoras e podem dizer isso com o maior orgulho. Essa característica narcisista é muito mais acentuada do que os próprios portadores do transtorno de personalidade narcisista. Embora estes últimos com frequência demonstrem, de primeira, a todos o seu narcisismo, os psicopatas, a princípio nunca demonstram; entretanto, suas atitudes são típicas de alguém cujo "amor-próprio" é elevado. Podem ser excessivamente opiniáticos, autossuficientes ou vaidosos. Por isso, a principal característica de quem carrega o distúrbio consigo é ter os seus próprios interesses sempre em primeiro lugar, o tempo todo. Como são muito individualistas, essas pessoas precisam se sentir estimuladas todo o tempo, e não se importam com as pessoas que estão ao redor. Por isso são exageradas: comem demais, praticam sexo demais, dormem demais, folgam demais, não tem responsabilidade e quando trabalham, é só para conseguir dinheiro e poder. Mesmo assim, enjoam facilmente e tendem a abandonar o emprego por puro tédio e monotonia. São pessoas capazes de se integrar a qualquer grupo, mas não permanecem por muito tempo, devido ao seu egoísmo e por não aceitarem qualquer tipo de regras. Só o que elas querem é o que interessa. É só para elas, o outro só serve para o uso delas. Aparentemente elas apresentam transtornos como impulsividade, teimosia, dificuldades em seguir regras, são geralmente questionadoras e não aceitam qualquer resposta como verdade, o que as torna rebeldes por natureza. É bom que se diga que a psicopatia não é uma doença mental, é um estado da mente de algumas pessoas que nascem assim e assim morrerão. Não existe nenhum tratamento eficaz, nem psiquiátrico nem medicamentoso para tratar da psicopatia.Embora a psicopatia seja popularmente associada a pessoas violentas, com aparência insana - ou seja, facilmente identificáveis -, tal associação é comumente errônea, porque diferente do que as pessoas acreditam; psicopatas, em sua maioria, não são assassinos. Assim como nem todos os assassinos são psicopatas. Pelo contrário, foram identificadas na população mundial cerca de 4% (3% homens; 1% mulheres) de pessoas com esse distúrbio. No entanto diversos estudos recentes sugerem que a porcentagem para as mulheres possa ser maior que a dos homens devido a forma leve e discreta que o distúrbio se manifesta dificultando o diagnóstico, entretanto, dentre os 4% das pessoas no mundo apenas 1% dessas pessoas podem chegar a cometer assassinatos e delitos graves. Sendo assim, são muito difíceis de serem diagnosticadas e reconhecidas, pois são pessoas muito dissimuladas, com comportamento duplo (por ex, socialmente são vistas como "exemplares" comportadas, quando na realidade escondem um comportamento contrário: são verdadeiras "destruidoras").
Quase em todos os casos os criminosos seriais têm trabalhos efetivos e se comportam neles de forma responsável, podem ser pontuais e cumpridores, obtendo dos chefes o reconhecimento e boas referências. Alguns trabalham por conta própria, outros têm um bom passado familiar e se dedicam a tarefas recreativas, hobbys, colecionam objetos artísticos, possuem refinados gostos culturais ou realizam ações de beneficência na comunidade, em atitude paradoxal com suas tendências delituosas.
Psicopatas normalmente ocultam suas intenções debaixo de uma aparência sedutora ou de amabilidade e cortesia. Mesmo aparentando um comportamento dócil e intenções de proteger certas pessoas, por trás disso, tal dissimulação esconde uma pessoa fria, calculista e falsa, caracterizando um indivíduo excessivamente manipulador. São cínicos e, apesar de fingir com maestria não conseguem amar, não conseguem manter um relacionamento leal e duradouro por anos, sobretudo por sua incapacidade de tolerar rotina e monotonia. Psicopatas dificilmente se apegam a alguém, detestam relacionamentos que invadam sua privacidade e, quando os têm, não duram por muito tempo, ou facilmente traem a fidelidade do parceiro, uma vez que não sentem empatia nem culpa.
A psicopatia é um transtorno mental sério que tem vários níveis de severidade. Estes níveis compreendem desde o grau leve, moderado e grave. A mulheres ditas psicopatas têm tendência a terem um grau leve e moderado, raramente são inclusas no grau grave. Este último é mais frequente nos homens o que por sua vez facilita o diagnóstico.
Uma característica muito comum em indivíduos com o transtorno é a intolerância a frustrações - este talvez o único motivo que os façam chorar de verdade -, o que frequentemente os faz adotarem comportamentos e ações extremas para conseguirem o que querem. Como são pessoas com total ausência de emoções importantes, elas necessitam sempre de estímulos. Não admitem ser contrariadas, nem receberem um não de algo que elas realmente queiram.. Elas "precisam" conseguir o que querem. Isso faz com que elas geralmente não desistam enquanto não conseguem algum objetivo que exclua o tédio de suas vidas; assim adotam atitudes extremas e/ou infantis, mas muito bem elaboradas: não importa o meio, o que realmente importa é o fim ("Os fins justificam os meios"). É por isso que, muitas vezes, comportamentos de assassinos seriais são totalmente vistos como sem lógica aos olhos de pessoas "comuns" por serem incapazes de compreender o mérito. Essa relutância em aceitar frustrações e a ideia insuportável de não conseguir o que querem, frequentemente as faz autoras de ações exageradas que uma pessoa normal comumente nem se quer pensaria nessa hipótese criminosa, tais como furtos, sequestros e, no extremo, assassinatos. É o caso da psicopata manipuladora que renegada por um homem, insiste na sedução e, após obter exito, simplesmente representa queixa para autoridades alegando tentativa de estupro para prejudica-lo. Ou, ainda, o exemplo do assassino serial que após término de um relacionamento, passa a sequestrar e assassinar todas as mulheres com as mesmas características físicas da sua ex-namorada. Na realidade, são pessoas excessivamente rancorosas e vingativas. Provavelmente odeiam a sociedade porque um dia foram odiados por ela - ou ao menos imaginaram ser. Esses comportamentos, aos olhos de outras pessoas, são notavelmente sem lógica e motivo, entretanto, para o psicopata, nada o impede de passar por cima de outras pessoas para conseguirem o que querem. A frieza excessiva aliada ao sadismo, por vezes, as fazem cometerem tais crimes hediondos, muitas vezes por pitadas de rancor e vingança, o que as traz literalmente grande diversão. Elas nunca hesitarão em derrubar, trapacear e até mesmo matar outras pessoas, para conseguirem algo com isso (muitas vezes por puro prazer). O que para uma pessoa saudável é totalmente inadmissível; para uma pessoa psicopata, o que, de fato, importa é o seu objetivo, e não o meio que ela irá usar para conseguir isto.
Psicopatas são pessoas que vivem a oscilar entre um comportamento dominador e ao mesmo tempo um comportamento onde são as pobres vítimas. São excessivamente manipuladores e controladores. O lema de uma pessoa psicopata é sempre "controlar para não ser controlada". Pessoas assim, não se importam com os sentimentos alheios sendo que suas ações insensíveis geralmente são destinadas para o proveito próprio (como a riqueza material) ou até mesmo por pura diversão de ver os outros sofrerem.
As pessoas psicopatas que aplicam golpes a fim de obterem algum ganho material com isto, geralmente são psicopatas de grau leve a moderado, consideradas psicopatas comunitárias. Enquanto isso, aqueles que cometem alguma crueldade sem nenhum motivo lógico ou por puro prazer de ver o sofrimento alheio, são tidas como psicopatas de grau mais grave e, geralmente, são naturalmente sádicas - totalmente insensíveis, se divertem com o sofrimento alheio.
Essas pessoas, dependendo do grau da psicopatia, deixam marcas por onde passam, desde marcas sentimentais a marcas financeiras. Elas são literalmente antissociais no sentido de não seguir regras sociais tidas como normais, fingem amar tudo e todos, mas na prática parecem odiar, são hostis à sociedade, demonstrando uma conduta que lhes trazem conflitos frequentes com o meio em que vive. Podem ser contrárias às regras, rebeldes, não temem castigos na infância, afrontam os pais, são agressivas e apresentam um comportamento em que suas ações são destinadas a desafiar às pessoas em sua volta, mesmo negando, por isso são frequentemente irritantes e pouco toleráveis. Psicopatas não são capazes de manterem um vínculo afetivo por muito tempo e muito menos se apegar emocionalmente a alguém apesar de simular tal condição com perfeição. São pessoas egoístas, insensíveis, frias e que buscam apenas prazer, embora possam fingir o contrário quando acham necessário. Elas podem sentir frustração, rancor, ódio, inveja e outra qualquer emoção negativa, entretanto, é comum esquecerem dos sentimentos positivos (ternura, carinho, consideração, altruísmo etc.), não ao menos com as outras pessoas. São capazes de amar, mas não amam da mesma forma que as outras pessoas; na realidade, o que predomina nas pessoas sociopatas é um grande sentimento de posse - este frequentemente exibido.
Psicopatas são pessoas inteligentes, facilmente se disfarçam de ingênuos, santos ou inocentes para conseguirem o que querem. Essas pessoas têm uma grande habilidade em adquirir simpatia e carisma das pessoas por quais se interessam e, por isso, induzem com rapidez os outros a fazerem coisas que na realidade "não" tinham intenção. São árduas manipuladores. São chantagistas, por vezes, mudam totalmente de um mau comportamento para uma conduta exemplar, a fim de disfarçar sua índole e conseguirem o que querem. Elas podem usar da mentira mas não admitem que esta mesma seja usada para com elas. O lema é "eu posso fazer, mas você não". Além disso, uma característica típica que as diferencia de pessoas mentirosas que mentem para receber atenção ou admiração, é que a mentira das psicopatas é dificilmente descoberta. São tão calculistas que conseguem mentir olhando nos olhos, chorando para obter credulidade como vitimas, sem remorso ou arrependimento, e suas mentiras raramente são descobertas porque são muito bem planejadas. São pessoas muito preocupadas consigo próprias, irresponsáveis e imediatistas. Tais características geralmente são muito mais atribuídas as mulheres psicopatas do que aos homens. Entretanto, esses detalhes também se assemelham nos homens psicopatas.
Emoções superficiais e teatralidade
Sociopatas em geral têm emoções rasas, podendo demonstrar amizade e consideração facilmente para conseguirem conquistar a confiança de determinadas pessoas, contudo, tais emoções são superficiais e breves porque não são verdadeiras.As pessoas psicopatas não tem sentimentos para com outras pessoas; entretanto, parece que desde criança - apesar desse vazio sentimental - eles conseguem "imitar" as emoções das outras pessoas (embora não as sintam de verdade) a fim de conseguirem um ideal. Por exemplo, elas podem não sentir altruísmo, entretanto, aprendem a imitar esse altruísmo, usando-o para algum benefício. Por isso, suas emoções podem ser passageiras, porque apenas copiam as emoções, mas não as têm. Por exemplo, uma psicopata pode mostrar-se excessivamente triste porque magoou um colega, entretanto, em poucos minutos tal emoção parece subitamente desaparecer, como se nada tivesse acontecido. Assim são suas emoções, geralmente aparecem e desaparecem de forma súbita.
Sua vida inteira é vivida de forma teatral e dramática, onde a pessoa psicopata é sempre a "vítima" ou "coitadinha" e os outros são os vilões maldosos, que merecem punição. Elas tentam sempre a convencer suas vítimas de que elas próprios estão tendo algum tipo de sofrimento, perseguição, assim, acarretam na outra pessoa um sentimento de dó ou pena - uma das principais armas dos psicopatas. São também irresponsáveis: tendem a fugir de suas responsabilidades profissionais e a característica mais marcante é jogar a culpa em outras pessoas, por isso fazem de tudo para convencer as pessoas acreditarem de que toda a culpa do universo é do outro e não de si mesmo. Elas têm imensas habilidades em inverter os papéis das situações, onde a outra pessoa é o vilã e elas as vítimas. Essa irresponsabilidade ainda é notada quando marcam um compromisso e, sem mais nem menos, cancelam em última hora, sem se importar com suas consequências para outras pessoas.
Frieza e ausência de sentimentos
Psicopatas são pessoas insensíveis, frias e com ausência de sentimentos genuínos para com outras pessoas. Elas parecem não sentir emoções calorosas entre os humanos, tais como o amor, compaixão e altruísmo. São vistas como pessoas frias, que não demonstram amor, carinho e ternura, até mesmo com pessoas próximas, tais como familiares. Por mais que algumas pessoas acreditem inocentemente que um dia o psicopata poderá sentir algum tipo de sentimento altruísta, lamentavelmente ainda não se pode afirmar hipóteses do gênero. São pessoas sem nenhum tipo de sentimento bom para com os outros, apenas para si mesmo. Não amam, não sentem dó, não são humildes, nem generosos, muito menos carinhosos e afáveis. Esses indivíduos não sentem afeto algum por outros seres humanos; portanto, jamais sentirão do mesmo modo que pessoas "normais" sentem. Talvez nunca tenham sentido, contudo, aprenderam a imitá-las. Aprenderam a imitar a forma como duas pessoas se amam, se compreendem. Aprenderam a imitar o altruísmo, o carinho e a generosidade ao observarem e copiarem tais demonstrações vindas de outras pessoas, mas nunca advindas de si próprio. Por isso, demonstram superficialmente seus sentimentos e emoções, pois na realidade não passam cópias e imitações de sentimentos. Quando demonstram sentimentos bons é mais uma forma de manipular para conseguir algo com isso. Raramente dizem "eu te amo", ou então, mais frequentemente, quando dizem, escondem o oposto. Dizem que amam mas suas ações e comportamentos verdadeiros demonstram o contrário. Na realidade, elas frequentemente tratam as pessoas como "coisas" ou "objetos". Exatamente por isso, a pessoa sociopata oscila entre períodos em que causa sofrimento às pessoas, e períodos em que demonstra muito afeto e consideração.Psicopatas são pessoas, acima de tudo, frias e insensíveis. Frias emocionalmente de tal forma que nada as faz se comoverem por algum tipo de dor ou sofrimento alheio. Via de regra, não demonstram qualquer tipo de afeto, amor ou carinho por outra pessoa, inclusive seus próprios familiares. Só o demonstram para conseguir algo. Não vão se importar se feriram ou não alguém, muito menos vão se chocar por algum acontecimento doloroso a outrem. Pelo contrário. Podem ver, ouvir e até mesmo cometer inúmeras crueldades sem ter a capacidade de sentir algum tipo de emoção com isso; qualquer tipo de sofrimento para outra pessoa, para eles, é simplesmente "normal". É exatamente por esta razão que muitos psicopatas assassinos são popularmente descritos como "sangue frio", sem emoção. Compaixão, dó, pena e altruísmo são palavras totalmente ausentes na área emocional do psicopata. Do ponto de vista emocional, nada os choca, nada os faz chorar por dó, tristeza ou compaixão em ver uma outra pessoa sofrer, seja da pior forma possível. É o caso do indivíduo que perde um irmão e apenas diz calmamente "que pena" e, pouco tempo depois, volta a fazer o que estava a fazer antes. São pessoas excessivamente insensíveis.
Nota-se nessas pessoas uma falta de sentimentos considerados receosos, tais como o medo, nojo e remorso. Na maioria das pessoas, essas emoções quando são confrontadas têm por definição impedir um aproximamento daquilo que causa o receio, ou se arrepender de alguma ação feita. No caso dos psicopatas, eles parecem sentir muito pouco, ou até mesmo serem ausentes de tais emoções. Consequentemente, o medo, pânico e remorso são muito pouco sentidos, ou inexistentes em psicopatas. Via de regra, o psicopata de grau leve é capaz de sentir emoções receosas, entretanto, o psicopata considerado grave frequentemente é completamente ausente dessas emoções. O indivíduo antissocial também não teme porque não tem as emoções normais de um ser humano. Diante, por exemplo, questões ilegais em que estão envolvidos, eles assistem tais processos de forma indiferente, como se não estivessem envolvidos. Em geral, a impulsividade em busca de novos estímulos somada à ausência do medo e do remorso, os levam ao exibicionismo e a cometerem atitudes antissociais.
O psicopata é visivelmente uma pessoa com uma grande falta de empatia, por isso apresenta um estilo de interação sadomasoquista. Geralmente ela é a que induz ao sofrimento, e o outro é o que recebe o sofrimento, embora o contrário também possa acontecer, pois o psicopata da mesma forma que não se preocupa com os outros, também não se preocupa muito consigo mesmo. É importante notar que, sendo uma das principais características da psicopatia, apesar disso tudo, o psicopata raramente demonstra sentir remorso ou culpa pelo o que faz. São pessoas que não sentem culpa ou sentem muito pouco, o que não faz com que impeçam-nos a evitar atitudes que causem sofrimento. Após cometer sofrimento a outras pessoas, eles podem se mostrar indiferentes, poucos preocupados com o ocorrido, ou então até rirem ou se orgulharem disto. Em alguns casos, teatralizam o arrependimento e o sentimento de remorso, chorando e alegando sentir culpa, entretanto, isso não passa de mero drama que subitamente desaparece após algum tempo.
Muito mais razão que emoção
Sociopatas, via de regra, são pessoas racionais. Pessoas assim, não conseguem experimentar - não, ao menos, da mesma forma que as pessoas "normais" - sentimentos como amor, carinho e afabilidade, por isso são distantes emocionalmente na sua intimidade em suas relações. Apesar de serem muito impulsivos - tomam decisões ao sabor do momento; quando querem algo, não conseguem dizer "não" a si próprio; não pensam nas consequências das suas ações -, são pessoas muito levadas pela razão. Por terem um cérebro muito mais racional que emocional, elas não se comovem facilmente. Não se comovem com a dor e sentimento alheio, e tendem a planejar tudo de forma fria e calculista. Intuição como amor, filiação e fé são inexistentes nesses indivíduos, por isso, não raro são céticos, desapegados a coisas não-materiais. Porém existem os indivíduos capazes de fingir com maestria comportamentos tidos como exemplo de ética social, são capazes de fingir crenças, fé ou hábitos para se infiltrarem em grupos sociais ou religiosos a fim de ocultar sua verdadeira personalidade. Quando detectam que outras pessoas começam a notar seus desvios de personalidade são extremamente hábeis em fingir comportamentos exemplares, alterando e adaptando seus desvios de conduta para que não sejam descobertos. Ao notarem que sua personalidade foi descoberta é comum que saiam de cena, mudem de residência e procurem estabelecer novos vínculos sociais com pessoas que desconheçam seu comportamento patológico, mantendo pouco ou nenhum vínculo com seu passado. Se atém a coisas simplórias e momentâneas da vida. O que querem está em constante mudança. A satisfação interior lhes é inacessível. Por isso, a necessidade exacerbada de estímulos sensoriais, uma vez que, sua ideia de prazer parte de fatores externos. Carecem de amadurecimento interno, levando a uma baixa valorização daquilo que se é conquistado.Como são pessoas que fazem o possível e o impossível para realizar seus desejos, nem que para isso tenha que mentir, manipular, furtar, matar etc., quando questionadas sob tais comportamentos, elas tendem a falar racionalmente, não emocionalmente, uma vez que são indivíduos que não conseguem sentir emoções verdadeiras.
Atualmente, através de inúmeras pesquisas neuropsiquiátricas, o psicopata é visto - através de ressonância magnética, por exemplo - como um indivíduo muito mais racional que emocional. Isso porque os especialistas concluem que o cérebro desses indivíduos responde de forma diferente da maioria das pessoas consideradas "normais". Por exemplo, os psicopatas têm pouca pena ou culpa, duas emoções essenciais para a cooperação social. Por outro lado, seus cérebros ativam mais intensamente os circuitos cerebrais relacionados ao raciocínio lógico e desejo de vingança. Essas alterações nas áreas das emoções fazem com que sejam irritadiços, agressivos, estabeleçam relações conturbadas, mintam e manipulem com facilidade, não sintam empatia, e muito menos se arrependam por tudo isso.
É comum, entre psicopatas, uma explicação racional a respeito do que é certo ou errado, entretanto, por mais que saibam isso, eles não conseguem sentir tais sentimentos de certo e errado. E é exatamente isto que faria com que muitos evitassem cometer crueldades; pois eles pensam e sabem do errado, mas não consegue senti-lo. É esse sentir que faria com que o meio emocional (ex.: pena) interviesse em suas maldades. Um assassino sádico até sabe que o que está a fazer é errado; entretanto, por ter um cérebro essencialmente racional, seu emocional é tão prejudicado que não consegue fazer com que suas emoções o impeçam de cometer um assassinato cruel. É também por isso que possuem uma personalidade naturalmente dissimulada. Eles nunca vão demonstrar à sociedade, descaradamente, como ele é, de fato. Eles sabem que seu comportamento e sua personalidade é inadmissível e vista como macabra aos olhos de todos. Sabem perfeitamente que possuem ideias, atitudes e comportamentos errados. Por isso, mostram às pessoas uma outra personalidade: uma superficial que é mostrada a todos de forma "certa", mostrada de um jeito pelo qual todos aceitam, enquanto escondem sua verdadeira índole macabra, porque sabem que serão intolerados se exibirem sua real face. Sabem do errado, porém, não sentem o errado.
Encanto superficial e sedução
Nem todas as pessoas psicopatas são encantadores ou sedutores, mas uma boa parte dessas pessoas apesar de serem contra todos que se opõe aos seus interesses, à primeira vista podem demonstrar grande simpatia e encanto com os outros. É geralmente assim que elas conseguem se aproximar de quem as interessa, sem fazê-las desconfiar de que possuem outras intenções. Pessoas que utilizam do encanto ou sedução para conquistarem outras causas são denominadas manipuladoras. Indivíduos psicopatas são árduos manipuladores; facilmente conseguem influenciar as outras pessoas porque possuem ótima lábia, estupendo conhecimento e fingem respeito daquilo que o outro gostará de ouvir ou ver. Mulheres seduzem utilizando-se de gestos labiais, olhares e movimentos corporais com maestria para encantar os homens. Interessante notar também que, apesar de serem persuasivas, são pessoas céticas e desconfiadas que dificilmente são influenciadas. Elas são sempre as influenciadores mas raramente são as influenciadas.De maneira geral, a pessoa psicopata na maioria das vezes pode ser simpática, engraçada e interessante socialmente a fim de conseguir a simpatia das outras pessoas por quais se interessam.
Dependendo da vítima, na maioria das vezes, o sociopata pode usar-se da sedução, especialmente se for uma mulher psicopata que, por exemplo, pode seduzir um homem mais facilmente e depois obter o que dele a interessa. Nesses casos, muitas psicopatas podem assemelhar-se aos os portadores do transtorno de personalidade histriônica, por exibirem uma aparência física atraente e/ou comportamento sedutor.
Indivíduos com personalidade antissocial não se importam em passar por cima de tudo e todos para alcançar seus objetivos. Eles manipulam facilmente as pessoas, mentem e enganam e não se importam com isso. Ao mesmo tempo, frequentemente exibem aparência nada sugestionáveis de psicopatia: podem ser simpáticos, educados e comportados, entretanto, diante a menor contrariedade ou ameaça, se tornam irritáveis. Esta característica muitas vezes é disfarçada socialmente, entretanto, é comumente percebida no ambiente intrafamiliar. Podem ser tidos como explosivos, agressivos ou estressados, entrando facilmente em discussões e brigas com a família principalmente seus pais na época da adolescência. Sendo assim, não se importam em terem ferido emocionalmente (ou fisicamente) seus familiares, nem consideram pedir desculpas; agem como se nada tivesse acontecido, porém se questionados sobre sua ausência de remorso, podem agir dessa forma a fim de ludibriar e enganar. Quando isso ocorre e resolvem reconhecer seu comportamento agressivo, mais uma vez, tudo não passa de dissimulação. Eles são reis em inversão de papéis: seu teatro é sempre baseado na vítima e no vilão, em que, obviamente, a vítima é sempre ela. Vivem a fazer papel de vítima ou coitadinhas, invertendo os papéis em que as outras pessoas são sempre as vilãs. Eles geralmente culpam ou acusam seus familiares por seu comportamento agressivo (por ex, em uma discussão sempre dizem que foi fulano que começou, nunca ela), nunca admitem um erro, querem ter sempre a razão de tudo e tentam fazer o possível para com que o outro se sinta o culpado. De uma forma ou de outra, esses indivíduos têm notáveis tendências em estimular sentimentos de dó, compaixão e pena nas outras pessoas. Como é perceptível, a maioria dos psicopatas não mata, mas é capaz, porém, de arrebentar facilmente com o emocional e até mesmo o financeiro das pessoas.
Em contraste, com outros indivíduos, são pessoas apaixonáveis e encantadoras. Conquistam e seduzem facilmente as pessoas por quais obtêm interesse, tanto que raramente os outros desconfiam de estar se relacionando com uma pessoa antissocial que não segue regras da sociedade, pois muitos psicopatas camuflam tal comportamento sob uma aparência "angelical". Isso faz com que frequentemente despertem nas outras pessoas, pensamentos como "É impossível fulano(a) estar fazendo isso, ele(a) não é uma pessoa ruim, com essa cara de anjinho(a)", ou ainda "Não consigo acreditar como fulano(a) foi capaz de enganar tanta gente, ele(a) sempre foi tão comportado(a), um amor de pessoa!" por exemplo. Muitas vezes, quando os familiares relatam para conhecidos, os comportamentos anormais de seus filhos, as outras pessoas têm uma imagem anteriormente tão boa e ingênua do indivíduo, que ficam perplexas e não conseguem acreditar em tais relatos. Isso quando não ocorre dos próprios pais não perceberem que seus filhos são portadores desse transtorno. E naturalmente é dessa confiança que psicopatas precisam para se aproveitar. Os maiores enganados por psicopatas costumam ser seus cônjuges, familiares e amigos próximo desprovidos de maior capacidade de observação comportamental seduzidos por algum comportamento exemplar que o psicopata tenha realizado.
Irritabilidade e intolerância às frustrações
Apesar de socialmente demonstrarem serem "santos(a)", muitas vezes o ambiente familiar é muito diferente dessa falsa demonstração para a sociedade. Não raro, os indivíduos portadores da psicopatia são irritantes, agressivos e problemáticos sob o teto do seu lar. Possuem baixa tolerância para frustrações, portanto, contrariedades mínimas já podem ser motivos para agressividade, discussões acaloradas e ofensas pejorativas a fim de machucar sentimentalmente. Por terem um baixo limiar de descarga de agressão, eles facilmente perdem a calma por qualquer coisa, se estressam rapidamente por qualquer contrariedade ou confronto, agindo de forma pueril ou extrema quando não conseguem o que querem.Essa intolerância às frustrações os faz pessoas rancorosas, vingativas e incapazes de aceitar obstáculos comuns do cotidiano. Frequentemente acumulam ódio por algo ou alguém, não suportam perderem, detestam não conseguir o que querem e podem cometer atitudes extremas por conta disso. As frustrações inadmissíveis é que são as únicas fontes capazes de um indivíduo psicopata chorar de verdade. Fora as suas próprias frustrações, choram apenas por mera falsidade ou teatro. Quando encontram alguém com capacidade de controlar as situações maiores que sua capacidade de manipulação é comum eleger tal individuo como seu rival e responsabiliza-lo frente a tudo e todos pelos fracassos que ocorrem em sua vida.
Eles também podem ser tidos como aquelas pessoas que vivem a desafiar as autoridades da casa, tais como os pais, avós, etc. O ambiente familiar, dependendo de cada psicopata, pode ser marcado desde discussões leves até violência brutal para com os membros que moram na casa. Muitas vezes, o lar doméstico desses indivíduos é marcado também pelas outras diversas característica psicopáticas, tais como egoísmo, mentiras, manipulação etc. Da mesma forma com as outras pessoas, eles não se importam com os sentimentos dos seus familiares, são frios e não sentem culpa por nada que fazem. Eles tendem a se aproveitarem da situação familiar para tirarem benefícios para si próprios, como por exemplo a herança da família.
Em suma, são na realidade, indivíduos irritadiços, agressivos, impulsivos, sádicos, interesseiros, egoístas, sedutores, frios e excessivamente manipuladores: enquanto maltratam as pessoas mais íntimas que se importam com ele, o indivíduo demonstra profundo ódio, rancor e indiferença a quem os supera; fora desse ambiente familiar conturbado, se mostram totalmente o oposto: pessoas queridas, alegres, amorosas e do bem.
Mentiras e comportamento fantasioso
Psicopatas usam a mentira como mais uma ferramenta para seus objetivos. Exatamente por isso, eles não usam a mentira da mesma forma que as outras pessoas usam e sim usam-na como ferramenta de trabalho. São tão racionais que planejam muito bem suas mentiras, a ponto de que conseguem mentir olhando nos olhos e demonstrando atitudes calmas e típicas de quem está falando a mais brilhante verdade, quando na realidade, não passam de grandes mentiras. Tais mentiras muitas vezes são caracterizadas por histórias muito bem detalhadas e minuciosas, a ponto que as outras pessoas nem se quer desconfiam de que tudo não passa de um teatro, por isso, raramente suas mentiras são descobertas. Entretanto, quando isto acontece, eles podem negar até a morte que tudo não passa de uma farsa, mesmo que tudo e todos provem o contrário. Também podem mostrar-se totalmente indiferentes à descoberta, ou admitirem mas inventam alguma desculpa encobrindo a outra mentira. Quando tal descoberta implica em rejeição social é comum mudarem sua residência para um local distante e iniciar um novo circulo social com pessoas que desconhecem seu comportamento patológico.Psicopatas também apresentam um comportamento fantasioso que frequentemente muda. São tidos como camaleões sociais, porque estão em constante mudanças socialmente. Eles geralmente mudam de comportamento conforme pessoa, mais especificamente, conforme o que a pessoa quer. Então, é comum terem diversos comportamentos diferentes com diferentes pessoas. Isso também ocorre porque são indivíduos que levam uma vida dupla: socialmente são vistos como os ingênuos inocentes, quando na verdade escondem um lado negro e obscuro.
Em geral, todas as pessoas têm por si uma característica de camaleão social, afinal, ninguém consegue ser totalmente constante e igual com todos ao mesmo tempo. Todos são diferentes, por exemplo, com seus amigos e com seus familiares. Contudo, o psicopata apresenta uma característica muito forte: uma forma de "dissociação" de personalidade, isto é, como se tivessem uma fina camada de verniz. Isto ocorre porque o antissocial desensolve uma personalidade para convívio social, para conseguirem se infiltrarem e misturar-se com os outros seres. Ou seja, na realidade, eles demonstram para a sociedade uma personalidade fantasiosa, pois na realidade, escondem um temperamento totalmente oposto ao que demonstram socialmente. No caso do psicopata, esse disfarce social é totalmente excessivo e extremo da real personalidade - enquanto podem ser típicos exemplares socialmente, com família, filhos e trabalho normal, na realidade, são pessoas extremamente doentes.
Seu verniz é tão perfeito que, quando cometem algum tipo de crueldade, as pessoas na prisão confiam nele e em seu comportamento, sem entender como aquela pessoa tão educada e solícita, calma e comportada, possa ter cometido crimes tão numerosos e violentos.[2]
Vazio existencial e tendência ao tédio
Psicopatas são pessoas excessivamente sensíveis ao tédio, monotonia e tudo o que for relativo à "constância". Necessitam constantemente de estímulos, pois são ausentes de emoções reais. Pessoas assim ficam entediadas muito facilmente, não suportam monotonia e rotina, e estão em busca constante por estímulos e excitações que lhe ofereçam perigo para se livrarem do tédio. Por isso, enjoam facilmente de tudo e todos. Então, seus relacionamentos, empregos, preferências e objetivos estão em constante mudança, porque enjoam muito fácil das coisas. Precisam sempre de novidades a fim de que não caiam na monotonia. Assim, seus relacionamentos não são duradouros, (Aprox 2 anos) eles não param em um emprego fixo, seus objetivos perdem a graça muito fácil, seus gostos são instáveis etc. Psicopatas geralmente podem começar um determinado projeto de forma empolgada e excitante, contudo, não conseguem terminá-lo porque de repente parecem ter enjoado. Também pode acontecer que anseiam em excesso por algo, todavia, quando conseguem, não querem mais. Portanto, para eles, a empolgação para as coisas da vida têm uma duração muito curta. Logo, se são pessoas que não toleram tédio e rotina, consequentemente também são intoleráveis às regras e normas.Egoísmo e egocentrismo
Como psicopatas são seres incapazes de sentir sentimentos calorosos por outros seres humanos - tais como o amor, altruísmo, generosidade, humildade e pena - eles não conseguem amar outras pessoas; não ao menos da mesma forma que a maioria das pessoas consegue. Na realidade, nos psicopatas o que predomina é um grande sentimento de posse e utilização do próximo aos seus interesses. Apesar do ciúme e possessividade andarem lado a lado, o ciúme geralmente é normal e - até certo ponto - necessário numa relação, mas o ciúme doentio é fruto de uma baixa auto estima e insegurança. Do outro lado, a possessividade - diferente do ciúme doentio visto como sinal de insegurança - é um sentimento egoísta e que geralmente não está relacionado a uma insegurança e sim a uma personalidade egoísta que não sabe diferenciar objeto de pessoa, tratando, assim, pessoas como meros objetos, pois enquanto o ciúme pode ser visto como um sentimento para com pessoas; a possessividade está muito mais relacionada a objetos, "ter apenas para si tal objeto" por puro egoísmo. É por isso que no psicopata o que predomina é a possessividade. Como eles são exímios egocêntricos e não sentem nada, eles não têm a insegurança típica de quem ama, mas sim um sentimento de posse, na qual a outra pessoa é vista como um objeto que é apenas dele e não deve ser dividido de forma alguma. Às vezes, quando eles demonstram afeto por alguém, ou é pura dissimulação ou um grande sentimento de possessividade por tal pessoa, o que faz frequentemente, a princípio, acreditarem que estão apaixonados, quando na verdade, não sentem nada mais que posse por tal pessoa. Sentimentos de amor seguem a mesma linha. Veneram e expressam sentimentos de amor quando o questionamento da ausência desse tipo de sentimento implica em prejuízo aos seus interesses. Além disso, tendem sempre a inventar desculpas de sua possessividade (por ex, "é porque eu te amo", "tenho medo de perdê-la (o)" ou ainda "é porque tenho ciúme de você"). O egoísmo desses indivíduos é tanto que por mais possessivos que sejam, não aceitam esta regra aplicada para o outro. Por exemplo, eles podem ser possessivos com os outros, mas os outros não podem ser com eles.Como o antissocial é egoísta e ausente de sentimentos bons para com outros, eles frequentemente também exibem possessividade não somente num relacionamento íntimo, mas também em todos aspectos de sua vida. Eles tratam como meros objetos seus familiares, seu cônjuge, seus amigos, seus pertences. Não toleram serem ignorados e, se todos são tratados como objetos, portanto, a possessividade também estará presente. "Dividir" e "generosidade" são vocábulos inexistentes na personalidade dos psicopatas. Não suportam "dividir" nada nem ninguém. Seu parceiro sexual não pode ser de mais ninguém, a não ser dele; seus amigos não podem ser amigos de mais ninguém, a não ser dele; seus pertences não são de ninguém, só deles; o dinheiro é apenas dele e não será dividido com mais ninguém; a atenção e admiração não será de ninguém, apenas deles. De forma geral é dessa forma que a vida de um psicopata é baseada, porém, quando demonstram o contrário: generosidade, não passa de mera falsidade. Eles geralmente demonstram comportamento contrário ao egoísmo (por ex, o psicopata que resolve emprestar dinheiro para um familiar necessitado) para disfarçarem socialmente ou conseguirem algo com isto.
Essa possessividade geralmente gera no psicopata um outro sentimento: a inveja. Por isso, são frequentes invejosos embora possam não demonstrar isso claramente. Pelo contrário, são eles que se fazem de genuínos, que não invejam nada nem ninguém, ou que apenas sentem uma "inveja boa". Enquanto isso, desejam mal às outras pessoas que conquistaram algum determinado ideal pela qual o psicopata também anseia; e às escondidas articulam planos para arruinar tais conquistas. Isso porque querem tudo apenas para si e se veem como donos do universo; o mundo é visto, por eles, como ao redor de seu próprio umbigo (egocentrismo exacerbado).
Para psicopatas, eles são quem merecem uma conquista e não os outros; os outros são sempre os que recebem mais e eles não recebem nada (por ex, um psicopata ao ver que um colega de trabalho recebeu uma oferta especial no emprego, ele tende a pensar que é ele que merece essa proposta e não seu colega). Por isso, são os reis de estratégias que visam conseguir a qualquer custo o que querem, mesmo que isto acarrete em prejuízos para outras pessoas.
Incorregibilidade e ausência de remorso
Uma característica notavelmente exclusiva nos psicopatas é a capacidade de resistir a punições e castigos. Psicopata não aprende com os erros, pelo contrário, vai continuar cometendo os mesmos erros, ferindo ou não outras pessoas. Desde criança, por exemplo, esses indivíduos demonstram inflexibilidade e teimosia no comportamento após punições dos pais; eles não se importam com os castigos, continuam a ter o mesmo comportamento. Quando castigado, o psicopata tende a repensar modos de agir novamente o mesmo comportamento, ou ainda, ser possuído por um grande sentimento de vingança. A frase comumente ouvida "com a vida você vai aprender…" raramente funciona com um psicopata. Mesmo se isso ocorrer, com certeza ele irá mudar de comportamento apenas porque tal acarretou em prejuízos para si próprio, não levando em conta o prejuízo causado a outras pessoas.Obviamente, são indivíduos notavelmente sem remorsos e sentimentos de culpa. Jamais sentem remorso ou culpa por algo que fizeram - apenas por atitudes não feitas. Os psicopatas com um grau mais leve podem até terem algum nível de tais emoções, entretanto, isso não é o suficiente para que pausem seus impulsos de suas ações. Remorso é emoção que, via de regra, vem do cérebro, assim como todos os sentimentos e pensamentos. Quando o cérebro está danificado ou com algum tipo de prejuízo nessas áreas emocionais, a capacidade de sentir emoções também fica prejudicada. Nos psicopatas, o remorso e compaixão - que são essenciais para a cooperação nas relações entre os seres humanos - estão quase ou totalmente ausentes, assim como os sentimentos de ternura, pena e sensibilidade.
Psicopatia feminina
A maioria das mulheres tendem a apresentar um grau leve ou moderado da psicopatia, sendo que mulheres psicopatas com um alto grau da doença são raras. Porém, existem e são as denominadas serial killers, tais como grandes assassinas da história mundial, como Elizabeth Bathory, Aileen Wuornos e Marie Noe.As psicopatas com um nível moderado a grave de psicopatia podem, no início da adolescência, ter um acentuado crescimento dos sintomas do distúrbio nessa fase, além de sintomas como um humor deprimido e irritadiço, abusar do álcool e/ou drogas, obter comportamentos autodestrutivos como auto mutilação, tentativas de suicídio fracassadas, abusos de medicamentos, ambiente familiar conturbado, instabilidade emocional e, não raro, aparecimento de sintomas histéricos (conversivos). Aliás, é muito mais frequente nas mulheres psicopatas ocorrer a psicopatia juntamente com características conversivas, como por exemplo, paralisias, dores de cabeça constantes, náuseas, vômitos, afonia, dores constantes pelo corpo sem motivos plausíveis etc. o que mostra que essas mulheres além da psicopatia, possuem traços histéricos em sua personalidade, o que as faz reprimir seus problemas psicológicos e transformando-os em problema físico.
Na melhor das hipóteses, as mulheres psicopatas geralmente foram crianças introvertidas e tinham um profundo sentimento de isolamento. Embora não seja regra, a maioria das mulheres psicopatas possuem um histórico cuja infância foi permeada por algum tipo de conflito familiar (abusos, negligência, divórcio dos pais, alcoolismo parental, etc.), além de constantes conturbações escolares, tal como deboches por coleguinhas de escola, seja pela timidez ou por apresentarem algum tipo de transtorno de conduta: ao tempo que foram crianças que sofriam deboches, entretanto, também cometiam algum tipo de crueldade - embora nem sempre os adultos conseguissem perceber, pois, via de regra, psicopatas desde tenra idade manipulam todos ao redor de forma que raramente são descobertos.
Mulheres psicopatas não gostam de ser contrariadas e, assim como os homens sociopatas, elas podem demonstrar frieza, agressividade ou insensibilidade sem que isso acarrete em culpa, arrependimento ou remorso. Elas têm necessidade em demonstrar grande poder ou controle sob certas pessoas ou situações. São controladoras, persuasivas, influenciadoras e muito sedutoras. Elas podem exibir além de um comportamento sedutor, comportamentos sexuais perversos, tais como sadomasoquismo, e fetiches perversos. Podem ter um histórico de relacionamentos breves, que duram muito pouco, numerosos casos superficiais ou então vários parceiros do outro sexo ou não, ao mesmo tempo. Elas podem ser mulheres infiéis, que facilmente traem o cônjuge, ou então enamorar-se por puro interesse material, tais como homens ricos e poderosos. Para o psicopata, o sexo e a orientação sexual são apenas mais uma forma de manipulação, um de seus utensílios para conseguir seus objetivos.
Nas mulheres com traços psicopáticos, parece haver predominância de sintomas do subtipo de psicopatia denominado por Millon de "psicopata dissimulado". Segundo Millon, tais psicopatas possuem características de falta de confiança nos outros, impulsividade, simpatia superficial e sociabilidade para com os outros mas constante mau humor, agressividade e ressentimento para com a família e pessoas próximas. Esse tipo de psicopatia pode ser relativamente parecido como uma mistura do transtorno de personalidade borderline e o transtorno de personalidade histriônica. São pessoas que aparentam tendências a chamar atenção para si e com um comportamento significantemente sedutor ou sensual. Neste caso, essas psicopatas são socialmente sedutoras mas ocultam por trás da sedução e sociabilidade um péssimo comportamento com pessoas mais próximas. A busca pela excitação, aventura e estímulo é variavelmente alto, com tendências a sentir-se facilmente entediada, com grande intolerância à monotonia, regras e rotina. Exatamente por isso, essas pessoas costumam exibir entusiasmo de curta duração pelas coisas da vida, tais como relacionamentos, empregos, objetivos e gostos. Elas se entediam e enjoam facilmente das coisas, começam um projeto mas nunca terminam. Pessoas assim têm comportamentos imaturos de contínua busca de sensações e perigo, e fazem de tudo o que for necessário nas suas relações para conseguirem o que querem dos outros. São incapazes de demonstrar gratidão. Quando não conseguem o que querem ou são contrariados ou pressionados, podem balancear entre uma explosão agressiva ou uma vingança calculista.
De modo geral, as mulheres psicopatas apresentam praticamente os mesmos sintomas do homem psicopata, entretanto, praticam suas crueldades de forma menos impulsiva que o homem, o que as faz serem pouco descobertas.
Psicopatia x Sociopatia
Existem infinitas dúvidas referente às diferenças entre o termo "psicopatia" e "sociopatia". O fato é que, atualmente, ambos termos se referem ao indivíduo com transtorno de personalidade antissocial. Para alguns especialistas, como Robert Hare, a diferença entre a psicopatia e a sociopatia consiste basicamente na origem do transtorno. Assim como sociólogos, especialistas de crimes e alguns psicólogos acreditam que o distúrbio, quando originado a partir do próprio meio social, é denominado como sociopatia. Por exemplo, aquele indivíduo que "aprendeu" a cometer atitudes antissociais no próprio meio em que vivia, tal como um ambiente com baixo nível socioeconômico e pais violentos. Já o psicopata consiste na combinação de fatores como biológicos, genéticos e socioambiental. Por exemplo, o indivíduo que aparentemente "nasce" psicopata, independente de ter vivido num ambiente com baixo nível socioeconômico.Para outros especialistas, a psicopatia e a sociopatia são duas manifestações diferentes do transtorno de personalidade antissocial. Tais raciocínios acreditam que os psicopatas nascem com características básicas como impulsividade e ausência de medo, o que faz com que busquem condutas de riscos e perigo, terminando muitas vezes em atitudes antissociais, uma vez que são incapazes de se estabelecerem corretamente nas normas sociais. Já o sociopata, nesta visão, apresenta um temperamento um pouco mais "normal" que os psicopatas.
Em suma, referente ao termo, essas duas variantes da personalidade antissocial tem como causa uma interação variada entre fatores genéticos/biológicos e fatores ambientais, mas a psicopatia tende para fatores genéticos, enquanto que a sociopatia, para o lado socioambiental.
Teoria
Segundo a teoria pela qual uma pessoa psicopata é uma pessoa perversa, supõe-se que nesta classe de doença, o doente é um sujeito que se mantém a par da realidade, mas que carece de Superego. Isto faz com que a pessoa psicopata possa cometer atos criminosos sem sentir culpa.A noção, cada vez mais reforçada de que as personalidades psicopatas são quase-psicóticas, enquadra-as dentro das estruturas de personalidades borderline (importante ressaltar que a estrutura borderline é diferente do transtorno de personalidade borderline). Não obstante, as pessoas psicopatas têm condutas criminais sem nenhum sentimento de culpa, mantendo plena consciência dos seus crimes ou das suas intenções criminais.
A natureza do superego, enquanto introjeção das regras sociais e as formas de conduta que são apreendidas e interiorizadas pelos indivíduos no processo de socialização tem sido revisto a partir de várias concepções psicossociais em especial as noções de self de Mead e as concepções de desvio - outsiders de Goffman e Parker as denominadas teorias sociológicas da psicologia social
Assassino em série (serial killer)
Uma personalidade psicopata não se restringe ao assassino em série. Um psicopata pode ser uma pessoa simpática e de expressões sensatas que, não obstante, não vacila ao cometer um crime quando lhe convém e, tal como explicado acima, fá-lo-á sem sentir culpa pela sua ação.O contexto social em que é interpretado o ato agressivo forma o criminoso ou o justiceiro social, o policial autorizado a cometer crimes (soldado mandado). Contudo na agressividade psicopatológica dos denominados sociopatas há sempre de se identificar as pulsões sádicas que caracterizam o instinto de morte da espécie humana.
Apesar do ainda controverso tema da existência do instinto agressivo em nossa espécie, pelo menos entre as teorias psicanalíticas não há dúvidas sobre a natureza da compulsão à repetição e características sádicas de suas manifestações descritas por Freud no célebre ensaio: Além do princípio do prazer, 1921.
Características resumidas e curiosidades
- Psicopata é sinônimo de antissocial, de indivíduo que não segue as leis e nem as regras ditadas pela sociedade e, através de seus atos, provoca danos à mesma;
- Para cada 25 pessoas, 1 ao menos exibe traços psicopáticos;
- Para cada 3 homens psicopatas, 1 mulher é psicopata;
- Podem ter uma autoestima ou visão de si próprios elevada;
- Frequentemente são autossuficientes e vaidosos;
- Muitas vezes exibem um encanto superficial, são sedutores e conquistam facilmente as outras pessoas;
- Frequentemente são bastante volúveis e inconstantes;
- Não possuem empatia, tendem a ser insensíveis, cínicos e a desprezar os sentimentos e direitos alheios;
- Possuem dificuldade em manter relacionamentos, embora consigam estabelecer facilmente;
- Mente frequentemente de forma tão realista que raramente outras pessoas descobrem ou desconfiam;
- É comum a necessidade de ter autoridade: são pessoas que necessitam estar sempre no comando ou poder, detestam serem comandados ou submissos;
- Frequentemente possuem tendências sádicas;
- Frequentemente são muito manipuladores, manipulam pessoas, ambientes e circunstâncias a seu favor;
- Não possuem sentimentos de culpa ou arrependimento;
- Geralmente são frios, raramente demonstrando algum tipo de afetividade mas quando demonstra é superficial;
- Pode ser inconstante, detestar rotina e monotonia e enjoar fácil de tudo;
- Não possui empatia: não entende o que é estar no lugar do outro;
- É excessivamente racional e calculista, tem dificuldade em pensar emocionalmente e age mais racionalmente;
- Geralmente cético ou desconfiado em demasia, e por isso mais persuasivo;
- Frequentemente irresponsável: tende a jogar culpa sempre nos outros, não se responsabiliza pelas próprias condutas, arranjando sempre algo ou alguém como culpado;
- Possui necessidade de estimulação constante, assim como sensibilidade ao tédio e um vazio existencial;
- Falta de metas a longo prazo ou mudanças constantes de metas;
- São impulsivos em relação à agressividade, violência e impulsos sádicos;
- Tende a ser infiel e seus relacionamentos íntimos geralmente não são duradouros;
- Podem possuir vida dupla: socialmente sendo pessoas exemplares, mas com pessoas da intimidade se mostrarem totalmente diferentes;
- Costumam ser irritadiços e podem atacar impulsivamente num momento de raiva;
- Quase sempre dão mais valor ao material do que o sentimental, inclusive podem ser oportunistas e obcecados pelo dinheiro;
- Bastante críticos em relação a moralidade e ética. Para eles, "regras foram feitas para serem quebradas" e "os fins justificam os meios";
- Possuem mudanças súbitas de temperamento;
- Frequentemente psicopatas se dão bem em entrevistas de empregos, manipulam as pessoas e conquistam a confiança de todos facilmente no ambiente de trabalho;
- Geralmente acham que estão certos e que seu estilo de vida é o mais adequado.
- Não reagem com aversão a comportamentos condenados socialmente como homicídios e
- Quando colocados sobre pressão, como por exemplo, a morte de algum parente, reagem com frieza, como se não se importassem nem um pouco com a notícia;
- Frieza emocional, sadismo, capacidade de fingir extremamente bem, vontade de fazer mal às pessoas e ausência de remorso é a receita ideal para um assassinato cometido por um psicopata;
- Expressa pouco ou nenhum amor, afetividade, carinho etc. Nem mesmo por filhos, pais, parentes, cônjuge ou amantes.
- Geralmente são pessoas com sorrisos fáceis, amáveis quando lhe convêm e absolutamente frias quando julgam necessário;
- A frieza ao agir faz com que o psicopata provavelmente não se arrependa dos erros que cometeu, assim o indivíduo pode desenvolver gosto pela sensação de perigo. Acredita-se que o distúrbio que estimula o comportamento sádico do psicopata resulte de um desvio neurológico, capaz de induzir principalmente o homicídio;
- Pode utilizar-se da sedução para conseguir o que quer dos outros;
- Sua capacidade de parecer bonzinho, educado e inofensivo costuma ser bastante convincente. É comum que os outros não desconfiem de se tratar de um psicopata.
Os psicopatas e o poder
Pelo fato de gostarem da sensação de poder, serem muito persuasivos e não medirem esforços para atingir seus objetivos, os psicopatas ascendem muito rápido em suas profissões; por isso é comum que esses indivíduos ocupem importantes cargos ligados a mídia e a política.[3].Por não sentirem remorso, nem compaixão, os indivíduos com personalidade antissocial não se importam se seus atos irão prejudicar um determinado grupo de pessoas ou até mesmo uma nação.
Código Penal
Do ponto de vista penal existe o dilema, amplamente discutido, sobre se uma personalidade doente é imputável, especialmente se é de origem psicótica. Mesmo que se trate de uma personalidade doente (exemplos: pessoas sádicas, violadoras, etc.) há tendência para sustentar que há uma punição correspondente, dado que, mesmo doente, a pessoa mantém consciência dos seus atos e pode evitar cometê-los.O direito penal usa como formas de classificar a capacidade mental do agente: entendimento por parte do agente se o ato que ele cometeu é ilegal e se mesmo sabendo que é ilegal, consegue se autodeterminar, ou seja, consegue não cometer o ato.
Os psicopatas, no entanto, muitas vezes conseguem entender que seus atos são errados, porém não conseguem se autodeterminar com relação ao seu entendimento, ocasionando com isso os crimes bárbaros, podendo os psicopatas tornarem-se assassinos em série.
Referências
O Transtorno de Personalidade Antissocial, vulgarmente chamado de Psicopatia ou Sociopatia, é um transtorno de personalidade descrito no DSM-IV-TR, caracterizado pelo comportamento impulsivo do indivíduo afetado, desprezo por normas sociais, e indiferença aos direitos e sentimentos dos outros. Na Classificação Internacional de Doenças, este transtorno é chamado de Transtorno de Personalidade Dissocial (Código: F60.2).[10] Na população em geral, as taxas dos transtornos de personalidade podem variar de 0,5% a 3%, subindo para 45-66% entre presidiários.[11]
Transtorno de personalidade dissocial | |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | F60.2 |
---|---|
CID-9 | 301.7 Sinônimos: Personalidade psicopática, Personalidade sociopática |
Características
A psicopatia é caracterizado principalmente pela ausência de empatia com outros seres vivos, resultando em descaso com o bem-estar do outro e sérios prejuízos aos que convivem com eles. Esse desvio de caráter costuma ir se estruturando desde a infância. Por isso, na maioria das vezes, alguns dos seus sintomas podem ser observados nesta fase e/ou na adolescência, por meio de comportamentos agressivos que, durante estes períodos, são denominados de transtornos de conduta. A maioria dessas pessoas tem uma família desestruturada ou tiveram uma infância difícil, e quando atingem o fim da adolescência ou início da fase adulta, repetem os comportamentos violentos, sem empatia, interesseiros, egoístas e manipuladores que presenciaram na infância. Conforme se torna adulto o transtorno tende a se cronificar e causar cada vez mais prejuízos na vida do próprio indivíduo e especialmente de quem convive com ele.[12]
Na psicanálise tal comportamento é característico das estruturas ligadas as modalidade de perversão, que diferem das neuroses e das psicoses. Indivíduos com este diagnóstico são usualmente chamados de sociopatas e psicopatas segundo definição do próprio CID 10 Revisão:
- Transtorno de personalidade caracterizado por um desprezo das obrigações sociais, falta de empatia para com os outros. Há um desvio considerável entre o comportamento e as normas sociais estabelecidas. O comportamento não é facilmente modificado pelas experiências adversas, inclusive pelas punições. Existe uma baixa tolerância à frustração e um baixo limiar de descarga da agressividade, inclusive da violência. Existe uma tendência a culpar os outros ou a fornecer racionalizações plausíveis para explicar um comportamento que leva o sujeito a entrar em conflito com a sociedade.[10]
Diagnóstico
Critérios diagnósticos pelo DSM-IV-TR (Código: 301.7)[14]:A. Um padrão pervasivo de desrespeito e violação aos direitos dos outros, que ocorre desde a adolescência, como indicado por pelo menos TRÊS dos seguintes nove critérios:
- Fracasso em conformar-se às normas sociais com relação a comportamentos éticos e legais, indicado pela execução repetida de atos que constituem motivo de reprovação social ou detenção (crimes);
- Impulsividade predominante ou incapacidade em seguir planos traçados para o futuro;
- Irritabilidade e agressividade, indicadas por histórico constante de lutas corporais ou agressões verbais violentas;
- Desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia;
- Irresponsabilidade consistente, indicada por um repetido fracasso em manter um comportamento laboral consistente ou honrar obrigações financeiras;
- Ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter manipulado, ferido, maltratado ou roubado outra pessoa;
- Tendência para enganar, indicada por mentir compulsivamente, distorcer fatos ou ludibriar os outros para obter credibilidade, vantagens pessoais ou prazer;
- Incapacidade de conviver com animais domésticos ou repúdio comum a animais em geral;
- Dissociabilidade familiar, marcada pelo desrespeito materno e paterno e ridicularização de tudo o que diz respeito ao ambiente familiar de terceiros.
C. A ocorrência do comportamento antissocial não se dá exclusivamente durante o curso de Esquizofrenia ou Episódio Maníaco.
Importante notar que o termo antissocial, na psiquiatria, não significa (como rotineiramente costuma ser entendido) um tipo de inibição social, timidez ou o facto de ser introvertido/reservado, mas sim, atitudes contrárias às regras da sociedade. No caso de timidez patológica os diagnósticos usados na psiquiatria contemporânea podem ser, entre outros, de transtorno de personalidade esquiva, fobia social ou transtornos de ansiedade.
As características dos sociopatas englobam, principalmente, o desprezo pelas obrigações sociais, leis e a falta de consideração com os sentimentos dos outros. Eles possuem um egocentrismo exageradamente patológico, emoções superficiais, teatrais e falsas, pobre ou nenhum controle da impulsividade, baixa tolerância para frustração e derrotas, baixo limiar para descarga de agressão física, irresponsabilidade, falta de empatia com outros seres humanos e animais, ausência de sentimentos de remorso e de culpa em relação ao seu comportamento.
São pessoas sedutoras, cínicas e manipuladoras. Geralmente são incapazes de manter uma relação conjugal leal ou duradoura. É comum o histórico de diversos relacionamentos de curta duração.
Quando percebem que suas atitudes estão sob avaliação, reprovação ou questionamento, são capazes de adotar mudanças radicais em seu estilo de vida para afastar as suspeitas sob si, como por exemplo, casar-se repentinamente. [1]
Estudos forenses caracterizam os pacientes como leptossômicos, também possuem visão aguçada, audição perfeita, e inteligência acima da média.
Eles mentem exageradamente sem constrangimento ou vergonha, a narrativa dos fatos utiliza contexto fundamentado em acontecimentos verdadeiros, porém manipulados de acordo com seus interesses e são extremamente convincentes. Roubam, abusam, trapaceiam, manipulam dolosamente seus familiares, parentes e amigos. Causam inúmeros transtornos a quem esta ao seu redor e podem colocar em risco a vida de outras pessoas sem sentir pena de quem foi manipulado. Seduzem seus parceiros a fim de convence-los a fazer algo em seu lugar a fim de evitar prejuízo a si mesmos. Podem maltratar animais sem piedade, mesmo que não obrigatoriamente. Esse conjunto de características faz com que os sociopatas dificilmente consigam aprender com a punição e modifiquem suas atitudes.
São capazes de fingir com maestria comportamentos tidos como exemplo de ética social e capazes de fingir crenças ou hábitos para se infiltrarem em grupos sociais ou religiosos a fim de ocultar sua verdadeira personalidade.
Quando detectam que outras pessoas começam a notar seus desvios de personalidade são extremamente hábeis em fingir comportamentos exemplares, alterando e adaptando seus desvios de conduta para que não sejam descobertos. Ao notarem que sua personalidade foi descoberta é comum que saiam de cena, mudem de residência e procurem estabelecer novos vínculos sociais com pessoas que desconheçam seu comportamento patológico, mantendo pouco ou nenhum vínculo com seu passado.
Teste de psicopatia de Hare (PCL-R)
Para diagnosticar uma pessoa com psicopatia, Robert Hare desenvolveu um famoso teste psicológico, válido somente quando aplicado por um psicólogo ou psiquiatra. Seus critérios diagnósticos abrangem os recursos afetivos, interpessoais e comportamentais. Cada item é avaliado em uma nota de zero (ausente ou leve), um (moderada) ou dois (grave). A soma total determina o grau de psicopatia de uma pessoa.[15]- Fator 1
- Narcisismo agressivo
- Sedutora / Charme superficial
- Grandioso senso de auto-estima
- Mentira patológica
- Esperteza / Manipulação
- Falta de remorso ou culpa
- Superficialidade emocional
- Insensibilidade / Falta de empatia
- Falha em aceitar a responsabilidade por ações próprias
- Agressão a animais
- Fator 2
- Estilo de vida socialmente desviantes
- Necessidade por estimulação / tendência ao tédio e depressão
- Estilo de vida parasitário tentando ser sustentado e mantido por seus manipulados.
- Falta de metas de longo prazo possíveis ou realistas (incapacidade de enxergar as consequências das ações no futuro)
- Impulsividade
- Irresponsabilidade
- Fator 3
- Estilo de comportamentos irresponsáveis
- Controle comportamental pobre*
- Versatilidade criminal*
- Delinquência juvenil*
- Problemas comportamentais precoces*
- Revogação da liberdade condicional*
- Traços não correlacionadas com ambos fatores
- Várias relações conjugais de curta duração
- Promiscuidade
Indivíduos com Fator 1 positivo já foi considerado como adaptativo em um ambiente altamente competitivo, por obter resultados tanto para o indivíduo quanto paras as corporações[16], porém muitas vezes eles causam dano a longo prazo, tanto para seus colegas de trabalho quanto para a organização como um todo, devido ao seu comportamento manipulativo, enganoso, abusivo e, muitas vezes fraudulento.[17] Além disso, essas pessoas geralmente causam extremo sofrimento a seus parceiros amorosos, a seus filhos, familiares e animais domésticos.[18]
Causas
Fatores ambientais e psicológicos como condições econômicas precárias, família desestruturada e histórico de violência podem superar fatores genéticos na formação dos psicopatas atuais. Existe grande número de psicopatas entre as populações carcerárias. Estes indivíduos vivenciaram, geralmente, situações de desamparo, desprezo e desafeto por suas famílias. Vivências repletas de maus tratos, humilhações, abusos e mais uma série de fatores que, somados, podem levar o indivíduo a uma dessensibilização, emocionalmente superficial e a repetir a violência sofrida em suas relações sociais.[13]Vários estudos mostram a associação entre lesões pré-frontais e comportamentos impulsivos, agressividade e inadequação social. Um indivíduo saudável apresentando comportamentos dentro dos padrões normais após sofrer um acidente em que o córtex é atingido, pode passar a apresentar comportamentos antissociais, ou seja, uma sociopatia adquirida. Estes dados confirmam o fato de que possa existir um componente cerebral envolvido no comportamento dos psicopatas.[19]
A diminuição da massa cinzenta na área pré-frontal, analisada por neuroimagem, demonstra que uma diminuição do volume do hipocampo posterior e um aumento da matéria branca do corpo caloso contribuem para o aparecimento de comportamentos mais agressivos.[20]
Comorbidades
Portadores de transtornos de personalidade são mais susceptíveis a apresentarem outros transtornos psiquiátricos. Estima-se que 80% das pessoas com transtornos de personalidade sofram de outros problemas de saúde mental, como hiperatividade, síndrome do pânico, depressão maior, transtornos de ansiedade e abuso de drogas.[21]Existe também uma correlação entre o transtorno de personalidade antissocial com outros transtornos de personalidade de desvios sociais, como transtorno de personalidade histriônica, o transtorno de personalidade narcisista e o transtorno de personalidade limítrofe.[22]
Tratamento
As formas mais comuns de medicamentos utilizados em pacientes de transtornos de personalidade são os neurolépticos, antidepressivos, lítio, benzodiazepínicos, anticonvulsivantes e psicoestimulantes. Porém tratamentos medicamentosos revelaram ser ineficazes no tratamento de psicopatia, porém poucos estudos foram realizados adequadamente [23]. Mesmo com poucos testes, sais de lítio são usados frequentemente no tratamento de pacientes psicopatas, pois podem levar a uma redução nos comportamentos impulsivos, explosivos e na instabilidade emocional. Seus principais efeitos colaterais são sedação, tremores e problemas motores.[24]Há indicativos de que a terapia cognitivo-comportamental possa ser um método eficaz no tratamento de transtornos de personalidade antissocial.[25] A American Psychiatric Association considera a terapia analítico-comportamental como o tratamento de regulacão afetiva mais eficaz e empiricamente suportado para transtornos de personalidade.[26]
Psicoterapias com pacientes com personalidade violenta em liberdade condicional reduziram os índices de reincidência para 20 e 33% comparado com 40 a 52% dos grupos controles. Os autores concluem que a personalidade dos pacientes não mudou, porém eles aprenderam a controlar melhor seus impulsos e pensarem mais nas consequências de seus atos.[27][28][29][30]
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