ARTE ISLÂMICA - UMA ARTE ESPIRITUAL

 

 

Arte Islâmica


INTRODUÇÃO 

O Islamismo é a religião formulada por Maomé e que propagou-se a partir da Arábia desde o século VII. Apesar de considerada uma religião sincrética, formada a partir de elementos cristãos e judaícos, na verdade temos uma religião original, que procurou responder aos anceios dos povos daquela região, incorporando principalmete elementos da cultura dos povos beduínos e algumas característica de outras religiões. Na arte, percebemos tanto as influências dos povos pré islâmicos, como também de uma nova cultura, forjada com a construção de importantes dinastias, poderosas e vinculadas diretamente ao elemento religioso.
Os produção artesanal de tapetes é uma característica anterior a religião, enquanto a construção de grandes templos - Mesquitas - é posterior as conquistas justificadas pela fé.

TAPETES 





Tapete Persa


Os tapetes e tecidos desde sempre tiveram um papel muito importante na cultura e na religião islâmicas. Para começar, como povo nômade, esses eram os únicos materiais utilizados para decorar o interior das tendas. À medida que foram se tornando sedentários, as sedas, brocados e tapetes passaram a decorar palácios e castelos, além de cumprir uma função fundamental nas mesquitas, já que o muçulmano, ao rezar, não deve ficar em contato com a terra.
Diferentemente da tecedura dos tecidos, a do tapete constitui uma unidade em si mesma. Os fabricados antes do século XVI chamam-se arcaicos e possuem uma trama de 80 000 nós por metro quadrado. Os mais valiosos são de origem persa e têm 40 000 nós por decímetro quadrado. As oficinasmais importantes foram as de Shiraz, Tabriz e lsfahan, no Oriente, e Palermo, no Ocidente. Entre os desenhos mais dássicos estão os de utensílios, de motivos florais, de caça, com animais e plantas, e os geométricos, de decoração.




Tapete da Índia


ARQUITETURA

As mesquitas (locais de oração) foram construídas entre os séculos Vl e Vlll, seguindo o modelo da casa de Maomé em Medina: uma planta quadrangular, com um pátio voltado para o sul e duas galerias com teto de palha e colunas de tronco de palmeira. A área de oração era coberta, enquanto no pátio estavam as fontes para as abluções. A casa de Maomé era local de reuniões para oração, centro político, hospital e refúgio para os mais pobres.Essas funções foram herdadas por mesquitas e alguns edifícios públicos.




Mesquita Azul


No entanto, a arquitetura sagrada não manteve a simplicidade e a rusticidade dos materiais da casa do profeta, sendo exemplo disso as obras dos primeiros califas: Basora e Kufa, no lraque, a Cúpula da Roca, em Jerusalém, e a Grande Mesquita de Damasco. Contudo, persistiu a preocupação com a preservação de certas formas geométricas, como o quadrado e o cubo. O geômetra era tão importante quanto o arquiteto. Na realidade, era ele quem realmente projetava o edifício, enquanto o segundo controlava sua realização.
A cúpula de pendentes, que permite cobrir o quadrado com um círculo, foi um dos sistemas mais utilizados na construção de mesquitas, embora não tenha existido um modelo comum. As numerosas variações locais mantiveram a distribuiçào dos ambientes, mas nem sempre conservaram sua forma. As mesquitas transferiram depois parte de suas funções aos edifícios públicos: por exemplo, as escolas de teologia, semelhantes àquelas na forma. Aconstrução de palácios, castelos e demais edifícios públicos merece um capítulo à parte. 




Taj Mahal


As residências dos emires constituíram uma arquitetura de segunda classe em relação às mesquitas. Seus palácios eram planejados num estilo semelhante, pensados como um microcosmo e constituíam o hábitatprivativo do governante. Exemplo disso é o Alhambra, em Granada. De plantaquadrangular e cercado de muralhas sólidas, o palácio tinha aspecto defortaleza, embora se comunicasse com a mesquita por meio de pátios e jardins. O aposento mais importante era o diwan ou sala do trono.
Outra das construções mais originais e representativas do lslã foi o minarete, uma espécie de torre cilíndrica ou octogonal situada no exterior da mesquita a uma altura significativa, para que a voz do almuadem ou muezim pudesse chegar até todos os fiéis, convidando-os à oração. AGiralda, em Sevilha, era o antigo minarete da cidade. 
Outras construçõesrepresentativas foram os mausoléus ou monumentos funerários, semelhantes às mesqúitas na forma e deslinados a santos emártires.



Pátio dos Leões


PINTURA E GRÁFICA

As obras de pintura islâmica são representadas por afrescos e miniaturas. Das primeiras, muito poucas chegaram até nossos dias em bom estado de conservação. Elas eram geralmente usadas para decorar paredes de palácios ou de edifícios públicos e representavam oenas de caça e da vida cotidiana da corte. Seu estilo era semelharte ao da pintura helênica, embora, segundo o lugar, sofresse uma grande influência indiana, bizantina e indusive chinesa.




Ascensão de Maomé


A miniatura não foi usada, como no cristianismo, para ilustrar livros religiosos, mas sim nas publicações de divulgação cienfifica, para tornmr mais daro o texto, e nas literárias, para acompanhar a narração. O estilo era um tanto estático, esquematizado, muito parecido com o das miniaturas bizartinas, com fundo dourado e ausência de perspectiva. O Corão era decorado com figuras geométricas muito precisas, a fim de marcar a organização do texto, por exemplo, separando um capítulode outro.
Estreitamente ligada à pintura, encontra-se a arte dos mosaicistas. Ela foi herdada de Bizâncio e da Pérsia antiga, tornando-se lufma das disciplinas mais importantes na decoração de mesquitas e palácios, junto com a cerâmica. No iníçio, as representações eram completamente figurativas, semelhantes às antigas, mas paulatinamente foram se abstraindo, até setransformarem em folhas e flores misturadas com letras desenhadasartisticamente, o que é conhecido como arabesco.




Detalhe corão


Assim, complexos desenhos multicoloridos, calculados com base na simbologia numérica islâmica, cobriam as paredes intemas e externas dos edifícios, combinando com a decoração de gesso das cúpulas. Caligrafias de incrível preciosidade e formas geométricas multiplicadas até o infinito criaram supertcies de verdadeiro horror ao espaço vazio. A mesma funçãodesempenhava a cerâmica, mais utiiizada a partir do século Xll e que atingiu o esplendor na Espanha, onde foram criadas peças de uso cotidiano.Encidopédia Multimídia da Arte Universal
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SOBRE A ARTE ISLÂMICA
 
Maomé, o grande profeta muçulmano, deu origem ao Islamismo, uma religião monoteísta, após uma suposta revelação divina. Enfrentando fortes resistências das tribos árabes, que até então eram politeístas, passou a ser perseguido e teve que se refugiar em Medina, no ano de 622, evento conhecido como hégira – marca o início do calendário muçulmano. A partir do século VII esta cultura religiosa, inscrita no Alcorão, livro sagrado deste povo, disseminou-se pela Arábia e por vários países da Europa e da Ásia, entre eles a Espanha, a Índia e outros.
A arte islâmica engloba a literatura, a música, a dança, o teatro e as artes visuais de uma ampla população do Oriente Médio que adotou o Islamismo. Nela percebe-se a influência das civilizações pré-islâmicas, dos povos conquistados e de dinastias ligadas à questão religiosa. Por todos os domínios islâmicos difundiu-se uma produção artística marcada pelas idéias religiosas, imateriais – os conceitos de infinito, eternidade, menosprezo da vida material, desejo de transcendência – e pelas concepções do Profeta. Esta arte bebe diretamente na fonte do Alcorão, nela justificando suas opções, rejeições e direções escolhidas.
As artes visuais islâmicas estão geralmente desprovidas de expressões figurativas, constituídas em grande parte por elementos geométricos e arabescos – esmerados entrelaçamentos de figuras geométricas, folhas, plantas, homens e animais, elaborados à maneira árabe. Mas também é possível encontrar diversas expressões de imagens animais e humanas, que prevalecem especialmente em contextos profanos. O que o Alcorão condena, na verdade, é o culto de imagens. A partir do século IX, porém, tem início uma fase de censura das formas figuradas, atribuída por alguns pesquisadores à influência de judeus convertidos ao islamismo. Deste momento em diante, representar um ser concreto é usurpar o poder divino, que detém o monopólio da criação.
A arquitetura islâmica se expressa através da construção de mesquitas, madrasas – escolas religiosas -, locais de retiro espiritual e túmulos. As técnicas variam de acordo com as etapas históricas e os territórios onde se desenvolvem. No centro do mundo árabe as mesquitas seguem todas o mesmo padrão – um átrio, uma sala para orações -, mas possuem decoração e formas diversificadas. No Irã utilizam-se amplamente o tijolo e o que se chama de iwans, formas específicas, e o arco persa. Já na Península Ibérica há uma opção por uma arquitetura colorida, enquanto na Turquia a influência bizantina manifesta-se através da presença de grandes cúpulas nas mesquitas.
Os tapetes e tecidos desempenharam um papel essencial na cultura islâmica. Na época em que prevaleceu o nomadismo, as tendas eram decoradas com estas peças. À medida que os muçulmanos se tornaram sedentários, sedas, brocados e tapetes ganharam status de decoração em palácios e castelos, bem como nas mesquitas, nas quais os crentes ajoelham-se sobre tapetes, pois não devem ficar em contato com a terra. As oficinas mais importantes na confecção de tapetes foram as de Shiraz, Tabriz e Isfahan, no Oriente, e Palermo, no Ocidente.
Uma rica diversidade de estilos e o uso de técnicas eficazes marcaram as artes visuais islâmicas, essencialmente decorativas e coloridas. Os arabescos eram utilizados tanto na arquitetura quanto na decoração de objetos. A produção de cerâmicas, vidros, a ilustração de manuscritos e o artesanato de madeira ou metal também foram muito importantes na cultura islâmica. A cerâmica é uma das primeiras artes decorativas muçulmanas, principalmente a decoração da louça de barro em esmalte, uma das mais admiráveis contribuições do Islã para esta arte. A ilustração de manuscritos é igualmente muito reverenciada nos países árabes, especialmente a pintura em miniatura, no período posterior às invasões dos mongóis (1220-1260). Da mesma forma a caligrafia teve seu papel de destaque como motivo decorativo, uma vez que a palavra escrita é considerada pelos muçulmanos como uma revelação divina.
A pintura islâmica é expressa por meio de afrescos e miniaturas. Infelizmente, poucas pinturas sobreviveram ao tempo em bom estado. Elas eram em geral empregadas na decoração das paredes dos palácios ou de edifícios públicos. Seus temas abrangiam episódios de caça e do cotidiano da corte. O estilo era análogo ao da pintura helênica, mas sofria também influências da Índia, da cultura bizantina e também da chinesa.
 
Por Ana Lucia Santana
http://www.infoescola.com/artes/arte-islamica/


Arte Islâmica-A Arte Espiritual

 
A idéia de infinito e a tendência à imaterialidade, reflexos da crença na eternidade, do desprezo pela vida terrena e da vontade de superar os limites do mundo real, nortearam a arte que se desenvolveu em todos os territórios conquistados pelo Islam.  
A arte islâmica abrange a literatura, a música, a dança, o teatro e as artes visuais de uma vasta população do Oriente Médio que adotou o islamismo a partir do século VII, em sentido estrito, a arte dos povos islâmicos inclui apenas as manifestações diretamente surgidas da prática religiosa, é comum, no entanto, que o termo abarque todos os gêneros da arte produzida pelos povos muçulmanos, associada ou não à religião. 
Artes Visuais
De variedade estilística e virtuosismo técnico extraordinários, a arte visual islâmica é decorativa, colorida e, no caso da religiosa, não figurativa, a decoração islâmica característica é conhecida como arabesco, um ornato que emprega desenhos de flores, folhagens ou frutos, às vezes, animais, esboços de figuras ou padrões geométricos, para produzir um desenho de retas ou curvas entrelaçadas, esse ornamento é empregado tanto na arquitetura quanto na decoração de objetos. 
 A cerâmica, o vidro, os tecidos, a ilustração de manuscritos e o artesanato em metal ou madeira têm sido de importância fundamental na cultura islâmica, a cerâmica constituiu a mais importante das primeiras artes decorativas dos muçulmanos.
Na decoração da louça de barro esmaltado, a maior contribuição islâmica para a cerâmica, empregam-se compostos metálicos nos esmaltes, que, quando queimados, transformam-se em películas metálicas iridescentes. Outros objetos cuja produção se destacou durante o período dos califados (do século VII ao XI) são o bronze e a madeira entalhada do Egito, os estuques do Iraque e o marfim entalhado da Espanha. 
No período seljúcida (do século XI ao XIII), manteve-se a importância da cerâmica, dos tecidos e dos vidros, além disso, objetos utilitários de bronze e latão eram incrustados com prata e cobre e decorados com desenhos complexos.
A ilustração de manuscritos também se tornou uma arte bastante respeitada, e a pintura em miniatura foi a maior e mais característica manifestação artística do período que se seguiu às invasões dos mongóis (1220-1260). 
O Islam considera a palavra escrita o meio por excelência da revelação Divina, por essa razão, a arte caligráfica se desenvolveu de forma rica e complexa, empregando uma ampla variedade de elegantes caracteres cursivos. A caligrafia era usada também como importante elemento decorativo na arquitetura e em peças utilitárias.  
Tapeçaria
Os mais belos tapetes de toda a história da arte são persas e datam dos séculos XVI e XVII, foram produzidos em Tabriz, Kashan, Herat e Isfahan, na dinastia dos safávidas, feitos de lã, seda e outros materiais, os tapetes persas, a exemplo do que ocorrera séculos antes com os turcos, tiveram grande aceitação no Ocidente.
Os temas são variados, mas predominam cenas de caçada e combate, não raro de origem chinesa. Em Agra, Lahore e algumas cidades da Índia, onde também foram produzidos tapetes de inspiração persa, desenvolveu-se um estilo de ornamentação floral tipicamente indiano e mongol, de temática naturalista. 
Literatura
No Islam, a literatura se desenvolveu principalmente em quatro línguas: árabe, persa, turco e urdu, o árabe é de extrema importância como a língua da revelação do Islam e do Alcorão.
A poesia árabe, cujos elementos básicos foram herdados de modelos pré-islâmicos, é monorrima (todas as linhas apresentam a mesma rima) e de métrica complicada (sílabas longas e curtas arranjadas em 16 métricas básicas). 
Há três gêneros poéticos principais: o gazel (ghazal), geralmente um poema de amor, que tem de cinco a 12 versos monorrimos; o qasida, um poema de louvação com vinte a mais de cem versos monorrimos; e o qita, uma forma literária empregada para lidar com aspectos da vida cotidiana. 
 Os persas aperfeiçoaram os gêneros, formas e regras da poesia árabe e adaptaram-nos a sua própria língua, desenvolveram também um novo gênero, o masnavi (composto de uma série de dísticos), empregado na poesia épica, desconhecida dos árabes.
A literatura persa, por sua vez, influenciou tanto a literatura urdu quanto a turca, especialmente no que se refere ao vocabulário e à métrica, a Turquia também tem uma rica tradição de poesia popular. 
A literatura islâmica compreende ainda textos em prosa, de cunho literário, didático e popular, o gênero que caracteriza a prosa islâmica é o maqama, em que uma narrativa relativamente simples é contada de maneira complicada e elaborada, com metáforas e jogos de palavras.
Fonte:http://www.islam.org.br/arte_islamica.htm

 



A Arte Medieval - Arte Islâmica ou Muçulmana




O islamismo, maometismo ou religião muçulmana, nasceu na Arábia, no início do século VII, com Maomé (mercador de Meca que disse ter recebido esta nova fé por revelação do Anjo Gabriel que o visitou) e deu coesão às tribos da Península Arábica, fundando um império e uma cultura onde a religião foi (e ainda é) determinante a nível político, social e jurídico.
Inicialmente, o Império Árabe foi governado pelos quatro califas sucessores de Maomé, mas após o último destes califas ter sido acusado de assassinar o seu antecessor, foi destronado por Moávia(governador da Síria), que deu início à dinastia Omíada (675-750), onde predominava um sistema hereditário. 
Em 750 surgiu uma revolta liderada por Abu-el-Albas, que se fez califa e pretendia restaurar a pureza doutrinal da religião islâmica, iniciando a dinastia Abássida (750-1258). 
A partir do século X, os monarcas desta dinastia começaram a revelar sinais de fraqueza e degeneração na sua política. Assim começaram a aparecer numerosos califados e emiradosindependentes, cujo um dos primeiros é o de Córdova, em Espanha.


- Neste contexto surge a arte islâmica que se estende do século VII aos nossos dias, tendo-se desenvolvido em períodos estilísticos coincidentes com as dinastias dos principais califas,emires e sultões.
- Resultou da assimilação das diferentes tendências locais, que se resumem em três influênciasprincipais: o classicismo cristianizado da Síria, que provem do Império Bizantino, o orientalismo persa sassânida e o exotismo turco.
- As suas principais características são: a fidelidade aos princípios do Corão (livro sagrado dos povos muçulmanos, que contém os ensinamentos sobre Alá, transmitidos pelo profeta Maomé, e as obrigações rituais; mais do que uma Bíblia é uma espécie de código jurídico-social destes povos), aos quais estão submetidas todas as formas artísticas e decorativas e a estética; a valorização daarquitectura, considerada uma arte maior, na qual todas as outras se concentram; o aniconismo(recusa da representação figurativa na pintura e na escultura); a tendência para a geometria, presente na arquitectura pela configuração das plantas e pela constante tensão linha curva/linha recta na organização volumétrica das construções, e nas restantes artes, sobretudo na decoraçãoconstituída por arabescos (ornatos com imagens de plantas, frutos folhas, animais reais ou fantasistas, finamente trabalhados em materiais como o estuque, o gesso, a pedra e o metal, entre outros); a atenção dedicada às artes aplicadas (ornamentais/decorativas), como a cerâmica, os azulejos, os estuques decorativos e os tapetes, que complementam a arquitectura; o gosto pela exuberância e pelo luxo, bem visível na variedade de materiais, na magnífica ornamentação que tudo cobre, e na viva policromia dos interiores. 





* ARQUITETURA:


- A arquitectura é a forma de arte que melhor expressa o génio prático e o elevado sentido estético dos povos árabes, que souberam ajustá-la às condições do meio envolvente. Manifesta-se, sobretudo, nas cidades, lugares fechados como um santuário, no qual todos os edifícios se viravam para dentro, e que eram constituídas por partes distintas: a medina (núcleo principal) onde se agrupavam a mesquita, a madrasah e o palácio; o soukh (mercado), rodeado por ruas estreitas e sombrias, onde não faltavam o caravansar ou alhóndiga (espécie de pousada-armazém-estábulo para comerciantes de fora), e os banhos públicos, ao estilo romano; e a alcaçaria (zona de administração da cidade).
- Utilizou materiais como a pedra, o tijolo cru, o gesso ou estuque, associados a mármores, brecha, madeiras, azulejos e mosaicos.
- Caracterizou-se principalmente pelos edifícios baixos e horizontais;
- As coberturas mais utilizadas foram as abóbadas e as cúpulas embora algumas construções apresentassem tectos planos em madeira, muitas vezes artesoados (com uma espécie de moldura) e/ou com decorações como as muqarnas (saliências com efeito de "escada").
Mesquita de Omar ou Cúpula do Rochedo, Jerusálem, Israel, séc. VII


Cúpula interior do minarete da mesquita de Córdova, séc. IX




- Ficou marcada pelo uso de arcos com formas variadíssimas e colunas de sustentação, com fusteliso e capitéis de influência tardo-romana, ornados com rendilhados florais estilizados.

Colunas da Mesquita de Cairuão, Tunes, séc. IX


Arcos em ferradura no interior da Mesquita de Córdova, Espanha, sécs. VIII-X





 » Arquitectura religiosa 

Arcos polilobados (os que aparecem em primeiro plano) e entrecruzados (os que estão atrás dos polilobados), Palácio daAljaferia, Saragoça, Espanha

Arcos em ferradura peraltada usados no exterior da Madrasah de Abdullakhan 





  •  Mesquitas: foram os edifícios religiosos mais importantes em cada cidade; não eram considerados templos, pois não eram casas do deus (Alá não residia na mesquita), mas sim simples casas de oração. Geralmente eram compostas por uma sala funda (haram), coberta por um tecto plano ou por cúpulas e abóbadas, com telhados de duas águas e por um pátio descoberto (sahn), rodeado de pórticos que serviam para dar sombra (e também decorar o espaço) e com uma fonte de abluções (para a limpeza/purificação simbólica do crente antes da oração), no seu centro. O haram era uma sala hipóstila (repleta de colunas), no qual o espaço se organizava em naves paralelas, perpendiculares à parede de fundo da mesquita que assinalava a direcção de Meca (quibla). Era no seu interior que ficava o mimbar (ao centro da quibla), a cadeira-trono onde o imã (celebrante do ofício religioso) pronunciava o sermão de sexta-feira (jatua, jutba), dia da oração colectiva, e o mihrab, uma pequena sala ou apenas um nicho, que servia para guardar o Corão; esta era a zona mais decorada de todo o edifício. Algumas mesquitas possuíam ainda a maqsura, um oratório utilizado somente pelo califa ou outros grandes chefes e príncipes. No seu exterior, dentro do pátio, todas as mesquitas tinham uma torre, ominarete, que servia para chamar os crentes para a oração; estas podiam ter base quadrada, circular ou helicoidais (em forma de hélice), entre outras, e podia haver mais do que uma no mesmo edifício;
Minarete El-Maiwya, Samarra, séc. IX


Vista exterior da mesquita 

Pormenor do pórtico que circunda o pátio descoberto



Porta de entrada do haram e o seu interior


O mihrab (neste caso é apenas um nicho) e o mimbar, respectivamente, da mesquita


Vista do pátio e da fonte de abluções


O Minarete
- Imagens da grande Mesquita de Caiurão, Tunes, séc. IX -







  • Madrasah: escola de teologia para estudar o Corão, que funcionava em internato. Desenvolvia-se em torno de um pátio aberto, rodeado de dormitórios, salas comuns e uma mesquita privada que, mais uma vez, se encontrava no lado virado para Meca;
Madrasah de Bu Inaniyya, Fez, Marrocos, séc. XIV


Madrasah de Mustansiriyya, Bagdad, séc. XII





  • Ribat: um edifício tanto religioso como militar, pois servia de morada aos guerreiros votados à guerra santa pela expansão do islamismo;

Ribat de Susa, Tunísia, séc. VIII





  • Mausoléus: construções pouco incentivadas pela religião que tinham como funçãohomenagear, na morte, guerreiros e principes importantes.
Mausoléu de Khoja Ahmed Yasawi, Cazaquistão, séc. XIV

Mausoléu do imperador Akbar 

Taj Mahal, Agra, Índia, séc. XVII







» Arquitectura civil

- Nesta tipologia, o edifício mais importante foi o palácio, um centro político e administrativo,morada de reis e princípes.
- Os mais antigos foram construídos no deserto, sendo que a partir da dinastia abássida, passaram a integrar-se nas cidades.
- Possuíam uma planta quadrada e um grande número de aposentos, dispostos de forma labiríntica em torno de um pátio interior aberto, também quadrangular.
- Eram decorados por fontes e jardins e fechados por muros altos, entremeados por torres de vigia, parecendo exteriormente autênticas fortalezas.
- Os seus interiores foram decorados com mosaicos e ladrilhos, estuques, madeiras, mármorese frescos. Os motivos utilizados possuiam formas geométricas, vegetalistas epigráficas (a letra árabe foi largamente utilizada) e eram repetidos em entrelaçados rítmicos muito variados.






* ARTES ORNAMENTAIS/DECORATIVAS:

- Os povos árabes deram grande atenção às artes decorativas entre as quais se destacam:
  • a cerâmica, decorada com desenhos geométricos e elementos figurativos estilizados, ecores brilhantes, de reflexos metálicos;

  • os azulejos, com formas quadradas e trabalhados com estrelas e cruzes profusamente decoradas com elementos florais e geométricos;

  • a miniatura ou pintura de pequenas dimensões, utilizada para a decoração de livros; como a religião proibia as imagens, os exemplares do Corão não eram decorados, sendo esta pintura utilizada em livros de fábulas, contos e outras histórias, encomendadas por príncipes e outros senhores, estando a decoração do Corão limitada a motivos geométricos e naturalistas estilizados e, principalmente a caligrafia, que foi também usada artisticamente como já foi mencionado anteriormente. A miniatura islâmica usava figurasdesenhadas com detalhe enaturalismo, que eram enquadradas em molduras feitas com motivos geométricos e/ounaturalistas; as cores eram vivas e as composições complexas e cheias de pormenores, mas sem grande noção de perspectiva; 
  • os tapetes, cuja manufactura tem uma longa tradição, que remonta ao século XIII. Cada região tinha um motivo e cores típicos, assim como tipos de lã e métodos de trabalho próprias, mas no geral destaca-se o usode um rebordo semelhante a umamoldura e o campo central dividido em vários painéis, assim como a utilização de motivos geométricos, naturalistas (animalistas e vegetalistas) e simbólicos. A tapeçaria podia ser dividida em três tipos: de nós (goliboft), tecidos(kilims/kuramani) e bordados (como os sumak).
Fonte:http://umolharsobreomundodasartes.blogspot.com.br/2009/05/arte-medieval-arte-islamica-muculmana-e.html

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