HARMONIZANDO O CLIMA ATRAVÉS DA MENTE COLETIVA


do livro O TEMPO É UMA ILUSÃO


de Chris Griscom



Realidades no nível de "Criador" são aventuras na escala máxima do potencial humano: sentar-se no centro da manifestação é participar de milagres. Essas realidades existem para nos lembrar quem somos. Forçam nosso consciente a sair dos esquemas de espaço-tempo e entrar nas leis cósmicas energéticas do sincronismo. O tempo se torna a eterna pulsação da energia, subindo e descendo como as marés, entrando e saindo. Expande-se e reúne em si mesmo todos os componentes criativos que depois, subita­mente se lançam juntos em união sinérgica: o nascimento de um fato, de um pensamento, de um ser. Manifestação é simplesmente a apresentação física desse fato, refletida através do véu por seu corpo energético desnudo.Estamos aqui para aprender, para recordar o mecanismo dos milagres, de modo que possamos executá-las. É a verdadeira finalidade de nossa vida: criar milagres, exatamente como fize­ram nossos antepassados, Jesus, o Cristo, Buda e todos os outros grandes criadores da geração do homem.

Em nosso mundo ocorrem manifestações o tempo todo. Não as notamos devido à singularidade de nossa mente. Quando começamos a analisar o sincronismo percebemos que não é o tempo o grande senhor da realidade: é a focalização sinérgica da vontade divina. Podemos aprender essa arte de focalizar; de fato, é a única educação verdadeira de nosso ser.

Vou contar uma das minhas histórias preferidas da manifestação, porque dá um exemplo muito claro do mistério inescrutável da multidimensionalidade e, ao mesmo tempo, mostra sua adequação ao quotidiano deste mundo. Um dia, quando estava segurando a cabeça de uma cliente, como faço no início da sessão, comecei a sentir em meu corpo o fluxo de correntes que costuma acompanhar a expansão do inconsciente. De repente recebi uma mensagem telepática, mais parecida com uma ordem, que dizia: "Você tem de levar os Hopis para a África, para fazer chover". Essa ordem veio do meu Eu Superior e ficou gravada em mim de forma insistente.Que idéia incrível!, pensei. Os Hopis conhecem a arte de fazer chover. Por mais de quatro mil anos plantaram milho no deserto árido do Arizona. Como outras tribos de índios da América do Norte, têm rituais de chamar chuva especificamente para criar condições climáticas que se harmonizem com a Mãe-Natureza.

Eu própria já havia tido algumas experiências com chuva. Nas férias, às vezes íamos passear com as crianças ao ar livre, em dias ensolarados e sem nuvens, para chamar a chuva. Fazíamos barulho com panelas, caçarolas e colheres, cantando para que as nuvens aparecessem e trouxessem chuva para nos aliviar do calor. Durante aqueles seis anos jamais deixou de chover quando as crianças pediram. Existe um ditado Hopi que diz: "Se o coração é puro, chove". O coração das crianças é puro e não conhece limites. Se alguém disser a elas: "Agora vamos todos sair, fazer barulho e chamar a chuva", choverá.Por isso a mensagem telepática não pareceu de todo impos­sível; mas eu não conhecia pessoalmente nenhum Hopi, pois as reservas deles ficavam um tanto longe de Galisteo. Para não men­cionar que só o custo de uma viagem aérea para a África numa missão dessas era em si um obstáculo intransponível.

Mesmo assim aceitei a mensagem com anuência e alegria, já que me oferecia uma ótima oportunidade de estar presente num acontecimento daqueles. Pareceu-me um meio simples e natural de ajudar aquelas pessoas, em vez de tomar parte nas eternas guerras de palavras entre governos e organizações burocráticas. As pessoas passam fome porque os campos não recebem chuva. Chamar a chuva pareceu-me a solução melhor e mais simples: levar-Ihes a coisa de que mais precisavam. A magnificência desse pensamento apossou-se de mim num relâmpago.Três dias depois recebi um telefonema de uma cliente do Texas. Ela precisava cancelar as sessões mas queria que o primo, Larry, viesse em seu lugar. Ele era um artista que trabalhava com motivos índios e chegou me presenteando com uma linda escultura feita de penas. Explicou que, muitos anos antes, havia sido adotado numa tribo Hopi por uma índia que hoje estava com oitenta anos de idade e era a mulher do último Cacique do Sol dos Hopis, sendo ela própria filha de um cacique. Ela e o irmão moravam num povoado Hopi bem afastado, no alto de um planalto escarpado si­tuado acima da faixa de terra dos índios. Lá não existe eletricidade nem comodidades modernas. Todas as ofertas de modernização feitas pejo governo haviam sido rejeitadas, pois eles haviam teste­munhado os efeitos da mudança do estilo de vida da sua civili­zação. Queriam conservar a maneira tradicional de viver dos Hopis. Desde crianças haviam participado das cerimônias cíclicas dedicadas ao milho azul dos Hopis. O milho azul é a base da alimentação dos Hopis e é considerado alimento sagrado. Por mais de quatro mil anos esse milho azul vem sendo cultivado sem adulterações nem cruzamentos com nenhum outro tipo de milho. Por várias gerações as sementes sempre foram recolhidas, con­servadas e plantadas. Depois, chamam a chuva e esperam o amadurecimento do milho; este ciclo de frutificação, coleta de sementes e semeadura repete-se continuamente.Quando Larry me contou essa história, relatei a ele minha mensagem da África. Aconteceu que ele estava a caminho de uma visita à avó adotiva da reserva dos Hopis. Ficou ansioso por transmitir minha visão a ela. Um certo sincronismo começou a se desenvolver. Os Hopis logo estariam entrando nos quivas, câma­ras subterrâneas de cerimônias religiosas. Todos os anos, numa época determinada, entravam nos quivas para consagrar as penas de orações que seriam usadas para chamar chuva. A chegada de Larry no planalto dos Hopis iria coincidir com as preces pela chuva.

Ele contou aos Hopis a idéia da África e falou-Ihes da longa estiagem que estava causando tanta fome por lá. Tomados de dó, os Hopis prepararam penas de oração para a África e para suas próprias terras. O irmão de Caroline, a avó Hopi de Larry, era pajé. Disse que não poderia sair da terra dos Hopis, que estava sob sua proteção e orientação. Decidiu que Caroline iria para a África para conduzir as cerimônias da chuva. Deu a Caroline e a Larry instruções sobre tarefas bem específicas, que deveriam ser executadas com perfeição. Essa cerimônia estava destinada a ser uma estréia sensacional. Jamais uma mulher havia conduzido os rituais da chuva. Ele encarregou Caroline de levar chuva para os africanos em nome do povo Hopi. Nós todos iniciamos um período de concentração espiritual e jejum, para purificar o coração para os rituais da chuva.

Havia ainda uma enormidade de preparativos para a jornada. Nossa viagem iria custar entre 12.000 e 15.000 dólares! Caroline, Larry, eu e meu filho mais novo, Bapu, iríamos na viagem. O parto de Bapu tinha sido feito no mar e, no meio tempo, os Hopis tinham dado a ele outro nome, que trazia consigo dons especiais: paloloca, que significa "cobra d'água". Os Hopis disseram que a presença de Bapu na cerimônia da chuva teria um significado especial; mas ainda tínhamos o problema de "levantar" o di­nheiro, já que Larry e eu não tínhamos nenhum.Entrei em contacto com a organização que havia ajudado a África recolhendo milhões de dólares em concertos de rock. Quanto à Caroline, disseram: "Não saberíamos o que fazer com ela". Procurei explicar que só teriam de levá-la para a África. Uma vez lá, ela desempenharia independentemente a tarefa de chamar a chuva. Isso era inconcebível para eles, pois não se enquadrava no esquema de ajuda, que previa a distribuição de alimentos. Preferiram enviar latrinas: Nossa conversa tornou as diferentes concepções dos problemas interessantemente claras. As soluções autênticas são como folhas de grama: parecem muito simples e despretensiosas e, de certa forma, são uma das criações mais abrangentes e maravilhosas. Pensei com tristeza nos vários anos que passei no Corpo da Paz, onde testemunhei tantas tentativas mal-sucedidas de ajudar as pessoas, por haver tão pouco entendimento entre as sociedades.

Ficava meditando todos os dias e visualizei-nos a todos indo para a África, embora não tivesse a menor idéia sobre como isso poderia acontecer e independentemente do fato de eu não conhecer ninguém nem nenhum grupo que pudesse contribuir monetariamente, apesar de eu ter feito várias solicitações.

A prima de Larry, que lhe havia cedido a própria sessão, ouviu falar no projeto e resolveu dar o dinheiro. Deu-nos 15.000 dólares sem isenção de impostos e sem receber nenhuma outra vantagem. Simplesmente sentiu uma parte do vórtice de energia que havia se desenvolvido em torno daquele projeto e quis par­ticipar.Finalmente, no começo de maio de 1985, partimos para a África. Viajamos para a Somália, pois era politicamente impossível voar para a Etiópia, onde a necessidade de chuva era enorme. Escolhemos a Somália, que fica na costa leste da África, para levar a chuva de lá para o oeste através da Etiópia e do Sudão e mais para o oeste.Na Somália muitas pessoas nos ajudaram cedendo veículos, estabelecendo os contatos necessários e procurando alojamento para nós. Percorremos uma região ocupada por estações agrícolas experimentais e fomos recebidos pelos responsáveis pela cidade, num povoado cercado de plantações de milho. Lá estávamos nós, no calor de rachar da África, num povoado afastado que só tinha algumas cabanas de barro e palha. Caroline estava ataviada com o traje tradicional completo dos pajés Hopis: um cobertor de lã com desenhos pretos, vermelhos e verdes; uma saia branca; pulseiras de turquesa que irradiavam a energia especial das "pedras do céu", mais todos os outros símbolos de poder pertencentes ao povo Hopi. Continuamos a jejuar depois da chegada à África e manti­vemos nossa dieta especial de jejum, com quantidades pequenas do milho azul dos Hopis. Eu ainda estava amamentando Bapu e felizmente o primeiro alimento dele no Novo México havia sido atole, que é um purê desse milho. Só precisávamos acrescentar água e beber o atole. Jejuamos por quase três semanas antes de começar a cerimônia da chuva.Na noite anterior à cerimônia Caroline estendeu as penas das orações e os objetos cerimoniais imbuídos de poder. Os Hopis dão a essas penas o nome de "'pahos". Caroline sempre usava botas de cano alto, por causa das marcas que tinha nas pernas desde que um carro a atropelou. Apesar de uma artrite dolorosa, conseguiu esconder o sofrimento durante toda a viagem. Na noite anterior à cerimônia manteve-se ereta, sentada a noite inteira, sem se curvar, em completa calma e silêncio, sem se mexer uma vez sequer e sem estender as pernas. Pelo meu trabalho corporal, eu calculava a dor que ela poderia estar sentindo nas pernas. Assim mesmo permaneceu sentada, parada e silenciosa como uma pedra, mergulhada nas preces pela chuva, em harmonia com a pureza de seu coração e com seu dom, o que somente era possível com um auto-controle interior isento de falhas. Como delegada de seu povo, estava ali para levar o presente de chuva enviado por ele para aquela terra atingida pela seca.Na manhã seguinte fomos, com os anciãos da cidade, para os campos de milho não cultivados. Havíamos levado cerca de vinte quilos de sementes de milho azul. A própria Caroline havia retirado todos os grãos das espigas que tinham sido separadas para a África.Caroline e eu, únicas mulheres dentro de um círculo de homens, sentamo-nos no chão e ela começou a se dirigir aos africanos. No início estava claro que os africanos achavam aquilo um tanto estranho: uma Índia enfeitada com objetos misteriosos e acompanhada somente de penas de orações e implementos esqui­sitos. Ela disse: "Trago este milho sagrado do meu povo para o seu povo, para que saibam que nunca precisarão sentir fome". Levantou um leque especial feito de penas de águia. A maioria dos Índios norte-americanos considera as águias portadoras de poderes fora do comum. Ela explicou que queria chamar a chuva para demonstrar que tal coisa era possível. Contou que aquele milho, de um belíssimo violeta escuro, havia sido o alimento básico dos Hopis por mais de quatro mil anos, sem nunca ter sido adulte­rado. O assombro substituiu o risinho da face dos africanos, que ao mesmo tempo exprimiam admiração por um alimento que havia passado de geração a geração durante quatro mil anos. Embora não estivessem muito preparados nem informados sobre o que Caroline pretendia fazer, ficaram fascinados pela força de suas palavras.Ela falou sobre o ciclo da vida, o nascimento e a morte. Aconselhou os africanos a cantar para os futuros pés de milho, quando estivessem semeando. Disse a eles que deveriam demonstrar amor às plantas e aos campos. Os sorrisos nos olhares e nos rostos luzidios mostraram que haviam entendido o que Caroline quis dizer. Talvez soubessem por experiência própria como é. impor­tante o amor, a ternura e o canto para qualquer vida que está nascendo. Essa compreensão mútua criou um elo entre Caroline e os africanos.Depois do discurso, aquela mulher mágica e bela, que mal atingia um metro e meio de altura, levantou-se. Elevando as penas, dirigiu preces para o leste, para o sul, para o oeste e para o norte, para o pai-céu e a mãe-terra, para todas as forças, para que levassem energia para lá. Depois espetou as penas de águia no chão, onde havia criado seu próprio templo. Espalhou ao redor farinha de milho amarelo, para que transportasse os poderes da prece. Por fim, elevou o leque de penas de águia para os céus.Desde nossa chegada o céu tinha estado azul, mas nesse momento começou a escurecer incrivelmente depressa; juntaram ­se nuvens e as primeiras gotas de chuva começaram a cair. Nesse ponto ela passou a semear o milho na terra, com uma vareta. As covas para as sementes tinham trinta centímetros de profundidade, muito mais que o normal. Com sementes colocadas numa profundidade daquelas seria difícil esperar que a germinação começasse em duas semanas. Num estilo autoritário meio engraçado, ela deu instruções exatas sobre a semeadura. Ela própria plantou um pedaço ao redor do templo e os homens o delimitaram com barbantes e pedaços de pano. Começou a chover com tal força que seria difícil dirigir o jipe até o alojamento da praia.Passamos a noite num povoado vizinho, onde havia duas cabanas redondas, de chão cimentado. Segundo os Hopis, durante três dias é preciso voltar todos os dias ao local das preces e abençoar o terreno. Nos dois pri­meiros dias foi impossível voltar ao campo devido às fortes pan­cadas de chuva. No segundo dia o jipe atolou na lama e fizemos a pé uma parte do caminho de volta. Caroline ficou de pé na beira da estrada e dirigiu preces para o templo. No terceiro dia, depois de uma viagem de jipe bem árdua, chegamos suficientemente perto do campo e completamos o percurso a pé. Para minha surpresa, vi os primeiros brotos de milho ao redor do templo. Em três dias haviam germinado e estavam com quase dois centímetros de altura! Foi um milagre. As plantinhas verdes e tenras estavam por toda parte, cada uma com duas folhas, uma de cada lado do caule. Inexplicável de outras maneiras, a não ser pela graça divina!Não havia explicação lógica para que sementes de milho.plantadas em tal profundidade tivessem germinado e brotado em três dias. Aquele milagre estava demonstrando que temos a opção de participar da Mãe-Natureza, se concentrarmos nossa energia para alinhá-la com ela. Foi uma experiência de humildade.Na nossa partida, pela última vez Caroline ficou de pé nolocal das preces e enviou bênçãos ao longo do caminho que iapara o oeste, para onde havia dirigido a chuva. Jogou farinha de milho naquela direção e todos nós, inclusive Bapu, que tinha acabado de completar nove meses, fizemos o mesmo. Bapu sabia, por instinto, tudo que estava se passando e procurou pegar um pouco da farinha de milho que Larry estava segurando na mão.Depois, também ele jogou a farinha na região do oeste, acrescentando seu amor e bênçãos. Partimos da África.Mais tarde conseguimos coletar dados meteorológicos de di­versas estações de controle internacionais, que corroboraram o acontecimento de forma maravilhosa. O que relataram foi o seguinte: quando a chuva começou a cair no campo, formou-se uma tempestade misteriosa que saiu de uma direção de uma parte costeira da Somália Oriental. Jamais havia vindo chuva daquela direção. As pessoas da região também reconheceram nisso o pre­sente que Caroline Ihes havia levado. Por razões inexplicáveis, aquela tempestade havia aparecido e se deslocado pela Somália e pela Etiópia, se dirigido ao Sudão e depois para o oeste, carregando chuva no meio da mais longa estiagem da estação. A chuva voltou durante os três meses seguintes inteiros. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, foi a melhor chuva que caiu naquela seção da África em sete anos. Não foi uma chuva catas­trófica, que lavou o solo; foi uma chuva produtiva. que caiu exatamente no lugar indicado por Caroline.Infelizmente não temos mais informações sobre o desenvolvimento do milho neste meio tempo, embora tenhamos dado sacos enormes de sementes para serem distribuídos por uma organização que funcionava naquela região. O milho azul dos Hopis é especial­mente adequado a regiões áridas como aquela, pois precisa de muito pouca água, cresce em solo estéril e produz um grão muito nutritivo. Enquanto isso, há um projeto semelhante em andamento. Sementes resistentes à seca, "históricas", ou seja, cultivadas du­rante séculos pelos índios, serão levadas para a África com o lema: "O homem vermelho alimenta o mundo negro".Como pode ou deve uma pessoa entender manifestações de prece e poder? Caroline era alguém que tinha os elementos da Natureza, que se fundia com o instinto criador que impulsiona a Natureza. Ela abriu a energia consciente em outras dimensões. Nenhum de nós está verdadeiramente separado do mundo ou das forças que o movimentam. Todos nós podemos participar da mani­festação e da liberação intencional de tais forças. Somos compos­tos dos mesmos elementos que todo o restante da Natureza. Nosso corpo tem cerca de 80 por cento de água e nosso sangue se apro­xima da água do mar. Como os insetos, pássaros e outros animais, também podemos ativar a esfera que há em nosso' cérebro capaz de entender as influências do clima.Se quisermos. manifestar alguma coisa, precisamos nos sin­tonizar em escalas mais altas. Os Hopis conseguem isso com seus rituais, que concentram a atenção e a intenção. Outras sociedades indígenas do mundo também fazem o mesmo. Só que nós perdemos o contato com esses níveis. Se readquirirmos esse contato e despertarmos as esferas letárgicas de nosso cérebro, poderemos atingir a ressonância natural necessária para uma comunhão com a Natureza no nível de manifestação.Trabalhar com sistemas de clima é uma maneira ótima de começar a exercitar a capacidade de sintonizar com o mundo multidimensional. Os resultados são imediatos, pois a Mãe-Natu­reza é muito generosa com sua energia. Nossos desequilíbrios, causados principalmente por informações incompletas ou impre­cisas, poderiam, evidentemente, criar um desastre. Ainda assim, tenha certeza de ser essa a resposta para a poluição, a radiação e as secas.O aspecto da sintonização é muito crítico aqui; mesmo assim, quando pedimos e recebemos respostas holográficas, conseguimos aprender a falar a linguagem cósmica da energia. Toda ação ou ocorrência grava-se no reticulado da realidade: não em um con­tínuo de tempo, mas num ponto de sinergia que interage, que molda a matéria em todas as direções, passadas, presentes e futuras, ecoando também pelas camadas de dimensão energéticas. Por isso, qualquer pensamento, como por exemplo uma pergunta, ondula através das ondas até estabelecer ligação com seu complemento, a resposta, que ondula ou devolve a imagem por meio da manifestação. Uma vez que nos tornamos cônscios dessa relação do tipo "arqueamento circular" entre causa e efeito, tornamo-nos muito sagrados com nossos desejos, perguntas e projeções.É fundamental reconhecer a diferença entre manifestação no nível de sinergia cósmica e as oitavas de manifestação pela força de vontade pessoal. Podemos focalizar feixes de força de vontade para uma impregnação, ou seja, uma situação que venha a se realizar. Isso se faz pela projeção de um sentimento ou por uma experiência sensorial, que deveria conduzir a um fortalecimento de intenção. Todos nós podemos fazer este tipo de alquimia mas, se for feito através da vontade pessoal e do desejo de pisar sobre alguma coisa, abrirá novas avenidas de carma.Existe uma diferença entre nossas aplicações interiores de alquimia, em que havíamos estabelecido poder pessoal para impor por mágica nossa vontade à natureza e a outras pessoas, e o que descrevi a respeito de Caroline. De um lado está a ânsia de controlar, a aplicação de poderes às leis naturais, por exemplo a transformação de ferro em ouro. A alquimia usa o poder pessoal para forçar nossa vontade por meio de mágica. De outro lado, a consciência se abre e se expande e nada é separado de nós. Essa abertura nos permite receber conhecimentos e captar o fluxo natu­ral de energia de sincronismo criativo em que "vontade" pertence ao fluxo universal, não ao poder pessoal!A rabdomancia também é um ótimo recurso para afinação com o mundo natural. É um aspecto bem físico e tangível de nosso poder consciente interior. e tem acesso potencial a todos os níveis de percepção.Vou relatar um pequeno exemplo de tempos recentes. A capacidade de encontrar veios de água subterrâneos ou objetos perdidos não exige dons especiais e não é algo limitado apenas a uns poucos eleitos. Qualquer pessoa consegue desenvolver essa qualidade, pelo menos até certo ponto. As crianças haviam apren­dido a usar a vareta de prospecção; todas, com exceção das muito pequenas, que ainda não conseguiam segurar direito uma vareta ou um pêndulo.Sempre ficavam encantadas quando, de repente, uma energia invisível puxava a vareta para baixo. Esta é uma forma de empregar a rabdomancia em que usamos os fluidos eletromagnéticos do corpo para entrar em sintonia com todos os níveis de per­cepção e ter acesso a eles. É como se os próprios fluidos fossem os receptores que traduzem para a realidade manifesta o que está dentro do vácuo do que não tem forma. Em outras palavras, o "chapinhar" dos fluidos ressoa com o conhecimento e escolhe o "sim" ou o "não". É um aspecto muito tangível de nossa força consciente interior, que tem acesso potencial a todos os níveis de percepção.Uma das partes integrantes do Instituto da Luz é o trabalho craniano, focalizado em balancear as energias Da cabeça. As glân­dulas-mestras, o líquido cérebro-espinhal e as relações intrincadas dos ossos e suturas, tudo é realinhado. Isso é rabdomancia Da escala mais elevada. Segurar uma cabeça e perceber os diversos fluidos movendo-se dentro dela exige uma sensibilidade aguçada. Eu havia estado trabalhando com David e Richard, que fazem o trabalho craniano no Instituto, para fazer uma avaliação pre­cisa da capacidade de rabdomancia deles. Resolvemos exercitar essa capacidade participando de um mistério ainda sem solução.Havia pouco tempo um rapaz tinha morrido nas montanhas próximas de Santa Fé, sem que ninguém ainda tivesse achado o corpo. Para tentar encontrá.lo arranjamos mapas topográficos e fomos ao trabalho, levando nossos. pêndulos. A tarefa de David e Richard era saber dentro de que lugar se achava o corpo. Dirigiram-se às montanhas e, pelas marcas que o pêndulo indicava nos mapas, foram levados diretamente a um local onde acharam um crânio. Depois souberam que era o crânio de uma mulher assassinada.É impressionante que, estando concentrados em cabeças como sistema de referência para a rabdomancia, tenham manifestado sinergicamente um crânio. Dirigirem-se diretamente para aquele crânio perdido nas montanhas de Sangre de Cristo foi de fato encontrarem a proverbial agulha no palheiro. Todos nós ficamos extasiados. Deixamos de lado. a busca do jovem, que foi encontrado depois em outro ponto de nosso mapa.O que há de maravilhoso nesses tipos de manifestações "naturais" é a aplicação prática na vida quotidiana. Por exemplo: uma vez consegui seguir um veio de água de meu poço, numa distância correspondente a três quarteirões, sem atingir nenhuma outra linha de eletricidade ou de canalização de água. Seria ótimo se essas técnicas fossem ensinadas nas escolas. Há uma recompensa tão grande em participar da natureza, que de fato sentimos que fazemos parte dela. Quando começamos a escutar o fluxo que nos cerca, ouvimos mais facilmente o fluxo que existe dentro de nós. Nesse estado de percepção ampliada é impossível que uma doença se esgueire para dentro de nós. Umas meditações curtas, feita diariamente, para eliminar a poluição, por exemplo, pode dar resultados notáveis, como transformar completamente a per­cepção que temos sobre quem somos, em nossa vida e no mundo.Os sentimentos e a compreensão são as fronteiras deste mundo. As fronteiras não estão mais do lado de fora, no espaço; estão dentro de nós mesmos. Se começamos a participar conscien­temente de processos criativos, nossa visão de potencial de desen­volvimento, de livre escolha, de seleção responsável de condições e acontecimentos futuros pode ser atingida. por meio de trajetórias de "formação de arcos circulares". Aprendemos a perceber que podemos de fato chamar a chuva, e muito mais.


Fonte:http://meditacaoplanetaria.blogspot.com/

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