O SEGREDO DOS ARROZAIS CHINESES

 



“Ninguém que em 360 dias do ano acorde antes do amanhecer deixa de enriquecer a família.” A China é reconhecida culturalmente pelo cultivo do arroz e pelas técnicas difundidas no sul da Ásia: Japão, Coréia, Singapura, Taiwan. A cada ano, países de diferentes continentes têm adotado o mesmo padrão de agricultura dos orientais.
Os arrozais são construídos, e não abertos, por etapas singulares e minuciosas de precisão e técnica laboriosa. Exigem esforço e trabalho árduo, além de exigir a manutenção dos fluidos de irrigação e a construção de terraços e diques ao redor do campo de cultivo.
Para o oriental, o arroz é o que faz o mundo girar. De acordo com o antropólogo Gonçalo Santos, que estudou uma aldeia tradicional do sul da China: “Arroz é vida. Sem ele, não era possível sobreviver. Quem quisesse ser alguém nessa parte do país tinha que possuir arroz.”
Diferentemente da agricultura ocidental, que se orienta pela mecanização, a agricultura oriental é guiada por precisão minuciosa e trabalho árduo, pois desde o princípio da construção dos arrozais, agricultores chineses e japoneses não dispunham de dinheiro para comprar máquinas. Sendo assim, a produção era mais eficaz, pois não sobrava terra extra que pudesse ser convertida para novos campos. Os campos pequenos eram aproveitados no máximo de sua eficácia.
O trabalho num arrozal é muito mais árduo e intenso do que num campo de milho. A carga horária de um trabalhador do arrozal chega a ser de 3000 horas anuais. Pense em como deve ser a vida dos camponeses, trabalhando muitas vezes sob o sol forte, plantando e colhendo mudas e arrancando ervas daninhas num arrozal. É simplesmente espantoso.
O que torna a vida do rizicultor compensatória é a devoção na qual encontra a si mesmo no trabalho: “Ele é significativo.” Há uma lei da compensação que define o trabalho árduo: Quanto mais se trabalha num arrozal, mais ele produz. Além disso, ele é um empreendimento complexo, que exige detalhes minuciosos e laboriosidade científica.
Apresento a seguir algumas das palavras que os camponeses pobres diziam uns aos outros enquanto completavam as 3000 horas de trabalho anuais em meio a umidade e calor escaldante dos arrozais chineses:
“Sem sangue e suor não há comida.”
“No inverno, o homem preguiçoso morre congelado.”
“Para o homem esforçado a terra não será preguiçosa.”
“É inútil perguntar sobre as colheitas tudo depende do trabalho duro e dos fertilizantes.”
E o mais impressionante: “Ninguém que em 360 dias do ano acorda antes do amanhecer deixa de enriquecer a família.”
Ao invés de reclamar do emprego ou da suposta fadiga que sente na laboriosidade do cotidiano, lembre-se dos arrozais chineses e pergunte a si mesmo:
“Estou realmente fazendo o que gosto?”
“Como posso ir além do que está proposto para o meu trabalho e minha vida?”
Pense nisso!    


Fonte:http://guilhermevmendes.wordpress.com/
Referências:
- Gladwell, M. Fora de série. Rio de Janeiro: Sextante, 2008.

FOTOS DE ARROZAIS NA CHINA





Fotos China - Camponês trabalhando num arrozal dos arredores de Yangshuo


Fotos China - Paisagem rural em Yangshuo
  Paisagem rural em Yangshuo  


Yuri na China - Yangshuo - Vídeo

 Melhor viagem no tempo que fiquei na China, sul da China Yangshuo e Guilin, passeio de bike nos arrozais, falar com chinês que nem falava mandarim, passeio no Rio Li, show em Yangshuo.


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